dores

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Carol POV

Eu não lembrava como havia chegado ali.
O fim de tarde estava frio, e meus pelos arrepiados insistiam em me fazer estremecer. O sol estava se pondo, mas ao contrário do que era comum na região, o crepúsculo estava feio.
Eu estava sentada na areia da praia, e com certeza eu havia nadado muito para chegar ali. A praia estava praticamente vazia, o céu num misto de amarelo apagado com lilás, que deixava a areia branca e o mar límpido todo acizentado.
Por mais que a areia fosse macia, ouvi passos atras de mim. Dei graças de ja ter parado de chorar quando vi que, quem sentou ao meu lado, era Bruno. Mas eu tinha certeza que meu nariz vermelho e os olhos inchados me denunciariam.
Bruno: - Hey Jackie. Te encontrei.
Carol: - Monkie. - o olhei e voltei a olhar para o mar. Bruno era enérgico para tudo, sempre animado ou escandaloso, mas tinha esse Bruno que as pessoas não conhecem, o Bruno que entende quando algo aconteceu e sabe respeitar.
Olhei para seus pés. Ele estava com a minha mochila, e me entregou meu celular.
Carol: - como?
Bruno: - você sumiu. Eu... te farejei. Achei suas coisas na beira do rio e depois que me toquei que seu cheiro havia sumido dali, eu entendi que havia entrado na agua e eu decidi descer o rio atras de você. Encontrei o ponto que saiu da agua e segui até te encontrar.
Carol: - Acho que... Obrigada por isso.
Ele me puxou para que eu apoiasse a cabeça em seu ombro.
Carol: - Ta doendo, Bruno...
Bruno: - Quer contar o que houve?
Suspirei.
Carol: - Day me... me chutou.
Bruno: - O que?!
Carol: - Terminou comigo o que quer que tinhamos.
Bruno: - Mas... Por quê?
Carol: - Falou que... Foi tudo uma aposta. Quem conseguia ficar comigo primeiro. Bom. Acho que ela conseguiu, não é? E eu fui uma idiota de acreditar nela!
Bruno: - Você tá sendo idiota de acreditar nessa história. Não faz sentido! Dayane não é assim...
O encarei, os olhos já queriam se entregar ao choro outra vez. Eu queria acreditar que era mentira, que Dayane não era assim. Mas como saberia eu o que estava acontecendo?
Meu amigo sussurrou algo para si mesmo, então levantou.
Bruno: - você pelo menos comeu alguma coisa?
O encarei. Como se eu tivesse tido tempo ou vontade de comer. Meu estômago estava colado nas costas mas, ao mesmo tempo, eu estava enjoada demais para comer.
Bruno me estendeu a mão.
Bruno: - vamos comer.
Carol: - eu não estou a fim...
Bruno: - a fim ou não, é a sua saúde.
Carol: - mas...
Ele me olhou. Eu entendi. Não ia desistir ate que eu levantasse e fosse com ele. Aceitei a ajuda para levantar, e quieta, aceitei também a blusa que ele me entregou. Senti meu corpo aquecer e um pouco melhor, a ponto de realmente aceitar que estava com fome. Bruno me guiou abraçado a mim, até a rua, onde pegamos um táxi e então chegamos ao dinner.
Parei em silencio ao lado de seu carro estacionado.
Bruno me olhou.
Bruno: - o que foi?
Carol: - ainda é o horário da Day. - espiei pelo vidro do dinner.
Bruno torceu o nariz. Os dois olhamos por alguns segundos para dentro do Dinner.
Carol: - Ué. Ela não...
Bruno: - Será que aconteceu algo?
Carol: - acontecer aconteceu né. Acho que... eu quero ficar no carro.
Ele suspirou mas assentiu, destravando o carro e me deixando ficar no carro do carona. Liguei o radio e fiquei a espera, abraçada a mim mesma.
Bruno: - eu volto logo então. - entrou no Dinner.

Em poucos minutos ele voltou com um pacote muito cheiroso e um copo de café quente. A fome me apertou e eu comi com gosto, dividindo com meu amigo.
Carol: - você me leva para casa?
Bruno: - claro...
Carol: - Passa a noite comigo. Por favor?
Bruno me olhou baixo.
A verdade é que eu não queria fazer este pedido para ele, mas ele era quem estava ao meu lado. Ele aceitou o convite. Ligou o carro e seguimos caminho.
Bruno: - Dayane não apareceu no dinner.
O fitei. Será que realmente havia acontecido algo com ela? Minha preocupação aumentava.
Eu estava nervosa. Magoada. Triste. Eu não conseguia acreditar que Day fizera aquilo para me proteger, para meu bem. Eu não estava nem um pouco bem.
Suspirei tentando engolir o choro, vendo as luzes da rua passarem por nós.
Por um momento achei ter tido um relance de um gato preto no meio da rua.
Meu coração saltou, mas permanesci calada, enquanto a imagem do bicho sumia da visão e da minha mente.
Eu só queria ir para casa.

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Eu to com dó da Carol.

Como voces estao?

Beijos da

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora