A quinta

1.7K 194 53
                                    

Carol POV

Minha quarta-feira era tanta ansiedade que eu nem vi passar. Me senti acordar na quinta, já nervosa.
O dia estava fresco, pude perceber pela janela. Outra vez nublado. Olhei para a rua e... Lá estava Agouro outra vez.
Sim. Eu havia dado nome para o gato. Senti meu estômago embrulhar só de pensar qual seria o azar do dia, e esperava de coração que fosse levar um bolo da Dayane no lugar de sermos pegos.
Me arrumei e desci as escadas, indo para a cozinha.
Pai: - o que aconteceu?
Carol: - por que?
Pai: - Caiu da cama.
Carol: - Bobo. Só estou bem disposta.
Pai: - Ih... vai aprontar.
Carol: - A propósito, pai...
Pai: - festa, sábado. Pode ir.
Carol: - como você...? - segui com os olhos meu pai apontar para a porta da sala.
Bruno: - vim te buscar hoje.  - ele sorriu para mim. - E as panquecas estão muito boas, diria para você comer hoje.
Revirei os olhos, rindo, e sentei para comer. Bruno se aproximou com a caneca de café.
Bruno: - Ah. Eu e Carol temos um trabalho para fazer hoje, depois da aula.
Pai: - Podem vir fazer.
Carol: - Não, mas é que...
Meu pai me olhou por cima do jornal.
Bruno foi mais rápido:
Bruno: - É que não somos só nós. Aí uma amiga nossa ofereceu de fazermos na casa dela.
Pai: - uma amiga?
Carol: - Aluna nova. O professor colocou ela com a gente, por causa de nossas notas.
Meu pai uniu as sobrancelhas mas depois aliviou a feição, dando de ombros.
Pai: - seria legal vocês terem mais uma amiga. Continuem esse exemplo. Quem sabe vocês não trazem ela aqui um dia?
Carol: - Pode deixar pai - Levantei as pressas e puxei Bruno comigo. - Tchaau!

Corri para o carro com ele.
Carol: - Você tá doido?
Bruno: - Só queria que ele ficasse tranquilo que você ia voltar mais tarde hoje.
Bufei.
Carol: - Tudo bem, mas cuidado. Meu pai tem ótimo faro para mentiras.
Bruno: -teu pai tem ótimo faro, ponto.
Eu ri enquanto ele arrancava o carro. Não deixava de ser verdade.

Dreicon POV

Cheguei no colégio e entrei para a sala de aula. Eu costumo deixar para entrar no ultimo minuto, mas aquela aula era a unica que eu tinha só com Carolzinha.
Entrei e ela já estava na sala, distraída com a janela.
Dreicon: - decidiu se vai na festa? - Pisquei. Ela deu um salto na carteira e me sorriu educada.
Carol: - Ah. Oi Drei. Pode me esperar lá. Bruno me convenceu a ir.
Day: - O Bruno, hm? - Day jogou a mala na carteira ao lado de Carol, já que eu havia sentado na de trás. Me cumprimentou divertida e sorriu. Cara, Dayane era mó gata. Eu estava na sala das duas.
Mas não vou negar, eu gosto de Carol. Mas ela não me dá bola.
Dreicon: - Então farei algo especial para comemorar a presença de vocês. O que vão querer? Que tal um stripper? Poderia ser eu mesmo! - dancei fazendo graça, vendo Day gargalhar e Carol soltar uma risada tímida. YES!
Carol: - Eu acho melhor deixar quieto.
Day: - Deixa, as meninas aproveitam. - em seguida ela sussurrou algo para Carol, e eu não consegui entender. Mas não iria me ater a isso.
Dreicon: - e vocês... tem planos para depois da aula?
As duas se entreolharam.
Day: - Na verdade...
Carol: - Um trabalho. Nós temos um trabalho de história para fazer. Day não pegou a maior parte dos resumos antes do capítulo 15 e o Sr. Shange pediu para que eu ajudasse a...
Day: - ... me nivelar. É.
Dreicon: - Xé. Eu até me ofereceria para ajudar, meninas, mas história? Eu tô fora.
Elas se entreolharam outra vez e riram, e eu também ri.
Por um momento eu senti uma pontada de ciúme. Mas eu estava no lucro... Dayane puxaria Carol para perto... talvez Carol visse que eu sou um cara bacana. E se não desse certo? Ah, a morena estava na minha.
Sorri sozinho, me ajeitando na carteira.

Day POV

Esperei a aula acabar. Sinceridade? Mal vi o que almocei com os meninos. Eles falavam empolgados da festa, enquanto eu pensava em Carol, indo treinar comigo, e com Bruno.
Saí da aula de línguas estrangeiras a tarde e segui para o Dinner, onde ia encontrar os dois.
Enxerguei os dois na porta, e me aproximei, não deixando de ouvir a conversa.
Carol: - vi Agouro hoje.
Bruno: - Você nomeou ele?
Carol: - eu to falando, o azar vem.
Day: - o que é o agouro? - ri com o susto dos dois.
Bruno: - visagem da Carol. Só ela vê.
Carol: - Bruno! - repreendeu.
Sorri.
Day: - tudo bem. Vocês estão prontos?
Carol: - prontos para o que?
Ri baixinho me transformando em um guaxinim. Comecei a correr, em direção ao bosque.
Day: - Andem logo!
Carol: - mas o que? - ela se transformou em um cachorro malhado e correu atras de mim, enquanto eu vi Bruno gritando antes de se transformar em um tipo de macaco e disparar atrás de nós, pelas arvores:
Bruno: - Justo o bosque?! E a bruxa?!

Continuei correndo entre as arvores, e o bosque fechava cada vez mais. Sorri ao ver que me acompanhavam, quando fiz meu primeiro truque: me transformei imediatamente em um pássaro preto e me lancei em um mergulho de vôo ladeira abaixo. Pousei em uma arvore e olhei para cima.
Os dois pararam confusos e voltaram a forma humana.
Bruno: - como ela fez isso?
Carol: - eu não sei mas eu preciso aprender! - ela se tornou um passaro avermelhado e voou até mim. Bruno resmungou algo sobre vôo e se transformou em um pequeno martim, se lançando na nossa direção, mas logo virando humano e rolando na grama.
Saltei da arvore e pousei em forma de guaxinim outra vez, antes de voltar a forma humana.
Day: - você está bem?
Carol desceu ao meu lado e voltou a forma humana, levantando Bruno. Ele gargalhava e pudemoa rir tranquilas.
Bruno: - eu nunca fui bom de vôo livre.
Day: - você nunca vai voar bem com um pássaro mergulhao - falei, andando entre as arvores agora com calma.
Carol: - Day. Como fez aquilo?
Day: - aquilo o que? - a olhei.
Carol: - passar de uma mutação a outra.
Day: - não sei. É só perder o medo. Minha mãe também faz isso.
Bruno: - e se pai?
Fiquei em silêncio. Eu não queria falar sobre meu pai. Parei em frente a uma clareira.
Era o meu cantinho.
Eu tinha construido um campo de treinamento. Ali perto passava um corrego, e eu consegui reformar, a muito custo, um trailer de camping abandonado.
Bruno: - Se eu encontrasse esse lugar a noite eu diria que a bruxa morava aqui.
Carol: - Bruno!
Day: - Relaxa, eu também acharia. Eu não moro aqui, eu moro com meus pais em um rancho aqui perto. Na verdade o bosque é da nossa família, mas como é uma reserva não podemos desmata-lo. - sorri, indo ao centro do campo. Eles me acompanharam. - tudo bem. Vamos colocar dois pontos aqui. O melhor para se treinar é funcionalidade. Mas também concentração. Saber qual animal vai ser mais util para a situação e aprender a mutar de um a outro. Não é difícil.
Carol: - às ordens.
Day: - vocês podem querer pensar em brigar, mas no mundo animal essa é a ultima coisa a se fazer. Desde o menor dos roedores até um poderoso cavalo prefere fugir a lutar. Leões evitam brigas.  Então... os primeiros animais devem ser de defesa. - levantei três dedos - Escape. Peçonha. Agilidade. Vocês provavelmente sabem se tornar um animal de companhia, um passaro pequeno e talvez um silvestre. Depois disso nós iremos para a ave de rapina e o animal de batalha.
Bruno bateu continência:
Bruno: - sim capitã!
Day: - e mais uma coisa. Além dos animais... - peguei alguns pneus e pedaços de madeira - nós vamos praticar a parte humana.
Carol sorriu, em interesse, e Bruno me olhou assustado.
Day: - vai valer a pena. Juro. Eu tenho planos.

----

E lá vem atualização

Day tem um plano, o que será?

Até o proximo
Fiquem ligados

Beijos da vó

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora