retorno

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Carol POV

Dar uma chance para Dayane ia contra meus principios, mas meu coração falava mais alto.
Acordei aquela manhã com meu pequeno agarrado em mim na cama. Procurei lembrar o momento que ele levantou de seu quarto a noite e veio dormir comigo, mas deduzi que ele o fez transformado, pois sabia ser muito silencioso em forma de gato - a ponto de eu não acordar. Brinquei com seus cabelos louros e sorri me levantando sem fazer barulho.
Fiz minha higiene, coloquei um roupão e fui para a cozinha. Primeiro fui ligar a cafeteira, e em seguida iria preparar o café da manhã do Bernardo e levar para ele.
???: - Não lembro se te falei que você está mais bonita que nunca.
O pulo que eu dei de susto me fez jogar café para cima, derramando em minha mão. Corri colocar a mão sob água fria, pois a bebida fervendo queimava. Olhei por cima do ombro.
Carol: - Invasão de domicílio dá prisão, você sabia?
Day: - Não quando se é um animal. - ela se apoiou no balcão. - inclusive em um apartamento. Me desculpe pelo susto. Machucou?
Carol: - queimadura de susto apenas. - Suspirei. Eu queria evitar olhar para Dayane, mas parece que o corpo ama desobedecer a mente. Ergui os olhos por ela.
Dayane estava... de roupa de ginastica?? As pernas definidas sob a leggin, a blusa de tecido de corrida lhe definiam bem o torso, e seu cabelo? Preso em rabo de cavalo. Eu nunca havia a visto assim e... meudeus. Dayane estava com os olhos delineados, uma maquiagem suave o bastante para parecer natural e produzida o bastante para o coração acelerar.
Carol: - quem está muito bonita é você. - imediatamente mordi o lábio ao perceber o que eu havia dito.
Day serviu dois cafés e me entregou um deles.
Day: - Eu ia chamar você para tomar café da manhã. Podiamos levar o Bernardo. Mas... - ela olhou como eu já deixava a maior parte das coisas prontas. - alguém ficou bem sistemática com a faculdade.
Sorri.
Carol: - Bom, eu queria pedir para que você saísse de minha casa, mas como sei que não vai obedecer, quer me ajudar com o café?
A morena abriu um sorriso encantador, batendo continência. Se ajeitou ao meu lado, me ajudando com os ovos.
Um silêncio gostoso pairou entre nós, assim como o ar daquela manhã.
Então Day começou a falar, sem tirar os olhos da frigideira.
Day: - eu vi Dreicon ontem.
Parei por um momento. A fitei, em choque, meus olhos imediatamente procuraram por ela algum indício de ferimento.
Day: - Eu corri antes que ele pudesse me ver. - falou como se soubesse meu medo. - Mas... É tão... ruim. Dar de cara com ele. Ele estava... de farda. - ela tirou os ovos do fogo e me olhou, com a frigideira em mãos. - eu conheço muito bem aquelas patentes no braço, Carol. - suspirou - Ele está na divisão que... Caça híbridos.
Larguei a xícara no balcão e a fitei. Abri a boca, tentando falar algo, mas não conseguia. Day sorriu sem graça:
Day: - Pensei que seria bom que você soubesse. Não sei se tem contato mas... Talvez seja bom para você saber que seu vizinho de bairro é uma ameaça real pro seu filho. E...
Carol: - Ele só fez isso porque está atrás de você.
Day: - oi?
Carol: -Arthur me disse. Dreicon entrou no exercito, na elite de caça, porque quer te encontrar. Day... você está correndo perigo de ficar por aqui. - dei um passo em direção a ela.
Dayane colocou a frigideira em algum lugar e me olhou, respirando baixo.
Day: - Eu vim te buscar.
Carol: - Eu não vou com você.
Day: - Eu não vou embora por causa do Dreicon. Você me deu uma chance. Não faça isso.
Carol: - Dayane eu me importo com você. Você tem que ir embora. Dreicon vai te matar se te encontrar.
Day: - eu não vou sem você.
Carol: - você tem que ir.
Day se aproximou de mim, estavamos perto o bastante para eu perceber sua respiração aprofundar com o disparar do sistema simpático. Ela continuava me olhando nos olhos.
Day: - eu não vou te abandonar de novo.
Carol: - vão te matar.
Day: - Pois pra mim vale o risco.
Suspirei. Eu não ia discutir aquilo, porque na real eu não queria discutir. Day estava proxima demais e eu seria capaz de cometer uma loucura, então me virei de lado para ela e comecei a montar o prato de Bernardo.
Day: - Para você pode parecer mentira. Mas eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Eu não vou te abandonar, Carol, nem que isso custe a minha vida.
Carol: - Pois eu não quero que arrisque sua vida por mim.
Day: - eu quero estar com você...
Estremeci, mas insisti. Peguei a bandeja para servir meu filho e saí da cozinha. Dayane me seguiu.
Eu parei e virei para ela.
Carol: - Eu também, Dayane. Mas minha vida não é mais a mesma.
Day: - Nem a minha. A gente pode resolver isso. Vamos embora daqui. Eu, você e o Bernardo.
Carol: - eu não posso.
Day: - então eu fico.
Carol: - não.
Day: - Não me quer por aqui. -suspirou. - não gosta mais de mim, é isso? Por isso me manda embora?
Carol: - Dayane cale essa boca. Eu amo você e por isso eu te quero viva!
Day me olhou. Congelei. Ela falou en tom baixo, o timbre que fazia minha coluna arrepiar.
Day: - e eu amo você. Vale a pena arriscar minha vida por vocês dois, Carol. Eu não vou embora de novo.
Me dei por vencida.
Carol: - Não quero discutir isso. - respirei fundo, colocando na cara o meu melhor sorriso, e entrei no quarto. Meu pequeno acordou dengoso, aceitando o café e me dando um beijo no rosto.
Comecei a conversar e brincar com ele, e vi Dayane assistir tudo da porta, os braços cruzados e um sorriso no rosto.
Me ajeitei na cama.
Carol: -Day. Tem comida pra nós três. Quer se unir?
Ela sorriu sem jeito e se aproximou. Percebi seus olhos admirarem Bernardo.  Bernardo por sua vez a fitou, e voltou a brincar com os biscoitos de dinossauro. Depois ofereceu um para ela, em perfeito conforto, bem diferente do dia anterior.
Dayane o fitou com espanto, aceitoi e se sentou nos pés da cama, formando um triângulo conosco.
Bernardo nunca ficou tão confortável em tão pouco tempo com alguém.
Isso só fazia meu peito trincar mais no desespero. Eu não podia ir embora.
Meu filho era muito pequeno e ali estavamos seguros.
Eu estava dividida. Estava dividida entre a pessoa a quem sempre amei, e a segurança do serzinho mais precioso do meu universo.
E o pior de tudo era que os dois convergiam para uma mesma realidade... que me assustava. Mas ao mesmo tempo, algo me trazia paz, um misto de sensações enquanto os dois brincavam com biscoitos de dinossauros.
Eu estava em uma cilada com meus proprios razão e emoção.

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Eeee att

Se preparem que as coisas vao ferver

Beijos da

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora