pesadelos e agouros

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Carol POV

Abri os olhos no meio da noite. Minha janela, por algum motivo, estava aberta, deixando a luz da lua penetrar no quarto.
Fiz menção em levantar mas senti um peso sobre mim. Ameacei gritar.
Day: - shhh... - ela sorriu com malícia, na mesma posição que paramos no treino. Senti o corpo arrepiar e ferver outra vez, e me deixei relaxar sob seu quadril.
Dayane era linda, eu confesso. Seu rosto iluminado pela lua a deixava mais bonita. Ela sorriu.
Day: - Você me quer?
Carol: - o que?
Day: - Me beijar. Você quer, não quer? - ela falou, o rosto bem proximo ao meu, que eu podia sentir sua respiração. Estremeci, eu tinha certeza que estava muito vermelha. - hm?
Assenti, trêmula e sem voz, quando ouvi uma gargalhada no quarto.
Virei para o lado, Dreicon e os rapazes riam.
Dreicon: - Carolzinha é lésbica?
Arthur: - Lésbica!
Meu pai entra no quarto, desespero.
Pai: - O que?
Carol: - Pai eu posso explicar!
Os meninos começaram a gargalhar, e minha cabeça girar.
Minha visão foi escurecendo, e vi apenas o par de olhos do gato negro, me chamando.
-carol? Carol!
Acordei no susto, em um grito.
O sol nascia. Era apenas um pesadelo. Respirei fundo, ainda abraçada na coberta, respirando nervosa.
Me debati para dormir, então resolvi levantar e sair correr.

Um arrependimento. Enquanto eu corria, sentia aquele gato, que antes só me observava, me seguir.
Continuei o trajeto. Agouro sumia e reaparecia.
Tentei ignorá-lo e voltei para casa. Tomei um banho, tentando me renovar, e tomei café com meu pai, em silêncio.
Carol: - Pai. Como você se apaixonou pela mãe?
Ele me olhou por cima do jornal, como praxe. Fechou o noticiario e me olhou.
Pai: - Eu me apaixonei a primeira vista. Sabe. Nós temos muito disso. Alguns dizem que é algo que acontece nos metamorfos. Assim como muitas aves monogamicas, nós sentimos isso. Sonhamos com a pessoa. É extraordinário. Eu conheci sua mãe na faculdade.  E eu não consegui esconder por muito tempo que gostava dela. Não adianta, sabe? Não podemos lutar contra o amor. Não importa como ele seja. Mas quando for amor, você vai saber.
Engoli em seco e dei graças que ele não me fez perguntas. Meu pai retornou ao jornal, e eu peguei minha mala e segui para fora.
Bruno me esperava no carro.
Bruno: - Céus Caroline, foi atropelada por um trem?
Carol: - Tive um pesadelo.
Bruno: -  quer contar?
Suspirei. Bruno era meu melhor amigo. Eu sei que podia contar com ele.
Carol: - Sonhei que Day invadia meu quarto e tentava me beijar.
Bruno riu.
Bruno: - isso não me parece um pesadelo... Desculpe. - ele me olhou na ultima palavra.
Carol: - essa parte não. - respirei fundo. - depois disso Dreicon e os babacas estavam no quarto, me acusando de lesbica, meu pai ficou nervoso,sei la. Acordei.
Bruno fez uma pausa, para então perguntar.
Bruno: - você gosta dela?
Carol: - o que?
Bruno: - você... ta a fim da Day?
Baixei o olhar.
Ele olhou para frente.
Bruno: - então não deveria se importar com o que os outros pensam.
Carol: - eu sei lá. Parece tão... estranho. Errado. É uma garota, Bruno.
Bruno parou no sinal vermelho.
Bruno: - Carol. Eu... já beijei seu irmão.
Carol: - o que?
Ele assentiu com a cabeça que eu tinha entendido direito.
Carol: - e vocês...
Bruno: - Eu não sei. Conversamos as vezes. Ele anda ocupado e voce sabe disso. Eu não ligo muito mas...
Carol: - E seus pais?
Bruno: - Meus pais não tem tempo para conversar sobre isso. Mas tenho certeza que seu pai não ligaria para você. Teu ama cada um dos filhos, Carol.
Acenei com a cabeça.
Carol: - é. Acho que sim.
Bruno: - Não ligue para os babacas. Vai que eles nem enchem o saco. - ele me sorriu - importa o que você sente e não o que os outros querem.
Carol: - obrigad... AGOURO! - gritei e Bruno freiou. O gato saltou por cima do capô, diante de nossos olhos. Parou e nos encarou, depois saiu correndo.
Bruno: - Caralho esse bicho existe!
Carol: - eu disse! Meudeus será que a gente machucou ele?
Bruno: - acho que não. Ele está correndo bem. - olhou para fora esticando o pescoço. - ele sumiu.

Day POV

Essa vida não é facil, pensei, andando devagar pelo corredor. Eu havia passado a noite em claro, ja que Dreicon havia me ligado para pedir ajuda para a festa. Depois de tudo resolvido cedo, ele me deu carona para o colégio, e foi jogar bola com os rapazes antes do treino. Segui para a aula de história, quando encontrei Carol na porta da sala. Ela baixou o olhar.
Day: - hey. Você está bem?
Carol: - Ah. DAY. Oi... eu... dormi mal. Só isso.
Day: - ah. Entendi. - lhe permiti passar antes, e deixei meu material na carteira atras dela.
Carol: - mas você, está bem? - apertou os olhos em direção a minh roupa. - tá mais amarrotada que o normal.
Day: - ei! - ri baixinho e ela sorriu. Eu achava aquele sorriso uma graça. - eu tive uns corres que Dreicon me inventou.
Carol: - Ah. Dreicon.
Day: - o que foi? - sentei na mesa a sua frente.
Carol apoiou a cabeça na mão, e o cotovelo na carteira. Olhou pela janela:
- ele se faz que gosta de mim. Eu sei lá.
Day: - Na verdade ele gosta. Muito. Por que não dá uma chance?
Carol: - porque... eu gosto de outra pessoa. - ela falou mais baixo.
Day: - Bruno?
Carol: - que? Não! - ela se agitou. - nada a ver. -continuava olhando pela janela. Dali, dava para assistir o treino de futebol de todo o time. Seria difícil descobrir para quem ela olhava.
Day: - Provavelmente ele vai para a festa do Dreicon.
Carol: - É. Acho que sim. - ela virou os olhos para mim, e então se ajeitou na carteira. - mas acho difícil algo rolar.
Day: - por que? Todos os garotos te acham bonita. É só você dar um sinal que está a fim...
Carol: -  acho que aí que está o problema. - ela bocejou a ponto de ter que secar as lágrimas de marejar os olhos.
A olhei e rimos juntas.
Day: - eu vou buscar um café para você. Ok? Se não você não vai aguentar a aula do Sr Shange. - levantei e saí da sala, antes que ela falasse qualquer coisa.

Carol gostava de alguém. Como você é burra, Dayane!

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Mais um cap pra vocês
Nada a declarar

Beijos da

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora