Carol POV
Faziam três semanas que Day havia se afastado. Eu não conseguia tirar ela da cabeça, por mais conformada que eu estivesse. Era difícil ver o quanto ela estava mal tratada, com os olhos profundos, a pele sem brilho e o corpo magro. Eu havia ido a pé para o colégio naquela manhã, e quando vi a cena, me aproximei sem hesitar.
Carol: - Desde quando você fuma? - Falei em alto e bom tom. Day estava apoiada com as costas e um pé em uma árvore. O dia estava quente mas ela insistia em estar com uma jaqueta larga e pesada, e um boné lhe cobria o rosto. Estranhei os dois curativos colados em sua face, mas não questionei.
Dayane soltou a fumaça devagar, os olhos fechados. Então abriu devagar, sem levantar o olhar para mim. Apertou os lábios, olhando para o cigarro, depois agitou o pulso para olhar no relógio.
Day: - Desde... cinco horas e quarenta minutos.
Carol: - Dayane!
Day: - o que você tem a ver com isso?
Carol: - o que eu tenho a ver é que eu me importo com você. O que está acontecendo? E esses machucados?
Day torceu os lábios outra vez, apagou o cigarro na arvore e jogou fora. A encarei esperando uma resposta, que percebi que ela não daria.
Carol: - Day...
Day: - Carol...
Seu olhar finalmente se encontrou ao meu. Senti vontade de beija-la, de abraçá-la, de saber o que estava acontecendo e protegê-la. Seus olhos me encaram aflitos, e marejaram, o que me fez dar um passo a frente.
Um erro. Day desviou o olhar e se desencostou da árvore, se afastando dois passos de mim.
Day: - o que importa é você estar bem.
A segurei pela blusa.
Carol: - Não entende que eu só vou estar realmente bem com você?
Day hesitou, olhando minha mão. Então franziu a testa, se soltando com um gesto bruto.
Day: - longe de mim é seguro e é onde você vai ficar. Eu não quero saber. Não é para falar comigo, Caroline! - ela deu mais tres passos se afastando. - Eu estou com o Dreicon agora.
Carol: - o Dreicon que tentou te matar, Dayane!
Day: - Foda-se. Eu não... Eu não quero mais te ver. Não posso. Por favor. Não me ligue, não me procure.
Carol: - Day... por favor... me conta o que está acontecendo. Aí eu te deixo em paz.
Ela agirou a cabeça negativamente e saiu correndo, rapidamente virando agouro e sumindo pelas sombras dos prédios do colégio.
Respirei fundo e segui para a aula.Que aula? O professor estava de atestado. Liberaram a quadra para as turmas. Como Bruno estava em outra aula, me restou sentar sozinha na arquibancada, assistindo a alguns alunos jogarem bola.
Do outro lado da quadra, na arquibancada, o casal dez sentou.
Day estava sem a jaqueta, havia cedido ao calor. Observei com cautela.
Dreicon a envolvia pela cintura, a mão apoiada despojadamente em sua cintura. Mas ele assistia ao jogo, mudo, emburrado. Estava com o ombro enfaixado sob a regata preta, alguns curativos nas mãos e no rosto, principalmente no supercilio, e me parecia estar com um olho roxo. Day tinha hematomas espalhados pelos braços, um antebraço inteiramente enfaixado, o pulso do outro lado também, além dos curativos que eu já havia visto. Ela estava recostada nele, mas os braços cruzados sob os seios e olhava na direção contrária a ele, com uma cara também nem um pouco boa.
- Hey.
Dei um salto no lugar, assustada. Olhei para o lado e Arthur, sorridente, sentou ao meu lado.
Art: - Desculpa. Te assustei?
Carol: - Na verdade, sim. Como você está?
Art: - Preocupado.
Carol: - Oi?
Art: - Estava vendo nosso casal? Dreicon e Day?
Carol: - Fiquei imaginando a origem dos machucados.
Art: - Dreicon falou que começou krav magá ontem. Day? Que se acidentou correndo nas pedras da colina.
Carol: - e você acredita?
Art: - A gente sabe que não é isso. Os dois brigaram feio.
Carol: - E por que estão juntos hoje?
Arthur me olhou como se eu tivesse questionado algo óbvio.
Art: - Porque, pro Dreicon, status vale mais que qualquer coisa. Ele faz tudo para manter a imagem.
Abri a boca, mas nada consegui dizer. Olhei para Arthur, meu coração disparado.
Se eu pudesse, teria escutado a ficha caindo dentro de minha cabeça.
Carol: -Arthur... por um acaso...
Art: - Ih, lá vem.
Carol: - Day e Dreicon discutiam sobre mim?
Arthur me olhou confuso.
Art: - E deveriam? Dreicon era louco por você, o que faz menos sentido ele estar com a Day, mas ela e você sempre foram amigas, certo? É até estranho vocês terem se afastado.
Carol: - É... É bem estranho. Arthur eu preciso que você seja sincero.
Ele continuava me olhando.
Carol: - vocês, alguma vez na vida, já fizeram uma aposta que envolvessem garotas?
Art: - Pirou, Carol? A gente come canela, mistura coca com mentos, escala torre de rádio. É regra do grupo não envolver gente a mais, já é complicado safar as apostas do diretor ou de nossos pais.
Sorri.
Carol: - Arthur você é um anjo - beijei seu rosto e levantei apressada. - Obrigada!
Art: - De nada. Pelo que?
Não respondi. Apenas apressei o passo.
Eu tinha um plano.----
Arthur anjo da porra toda
E aí? O que será o plano da Carol? Será que dá certo?Beijos da vó

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metamorphosis - dayrol
FanfictionCarol levava uma vida comum no colegial. Gostava de sair com seu melhor amigo, Bruno, e não entendia os motivos de o garoto mais bonito do colégio, Dreicon, ter interesse nela. Mantendo sua rotina, Carol vê seu amado cotidiano em jogo com o aparecim...