histórias

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Day POV

Quando entramos pela porta do Dinner, a saudade daquele lugar bateu no meu peito. Sentamos na mesma mesa que eles sempre sentaram, e o silencio tomou conta.
Bernardo brincava com o porta guardanapo, distraído. Bruno parecia suar frio, e Carol... meudeus. Carol estava deslumbrante. Seus lábios estavam impecavelmente desenhados pelo batom e, por Deus, eu queria muito borrar aquele batom. Ela estava entretida com Bernardo e quase não me olhava. olhei bem para aquela criança, ele me lembrava alguém, mas quem?
Voltei a atenção para Carol,e em minha cabeça soava o que ela dizia há minutos atrás.
Para ser sincera, eu não vi os cinco anos passarem. Ao mesmo tempo que eles duraram oitenta anos, eles duraram igualmente duas semanas. O exercito e a policia nos caçavam cada vez mais, e eu sequer sei em qual destes anos meu pai foi morto. Demoramos a nos estabilizar.
Mas eu pensei em Caroline todo momento. Como eu poderia convencê-la disso? Meu coração batia forte. Eu tinha certeza que ela não me perdoaria.
Depois que a garçonete nos atendeu e Bernardo agora estava entretido com batatas, Carol me olhou nos olhos e estalou a língua.
Carol: - comece.
Day: - Eu... Eu sei que eu desapareci. Que eu deveria ter mandado noticias ao menos, eu não conseguia mas sei que é falha minha. - suspirei. Olhei para Bruno, depois para Bernardo.
Bruno se levantou, chamando pela criança.
Bruno: - Bernardinho, vem comigo. Vamos lá no playground um pouquinho e deixar as meninas conversarem...
A criança sorriu animada e saiu saltitante junto de Bruno.
Voltei a olhar para Carol, que continuava impassível.
Day: - Carol... Eu juro para você. Eu não deixei de pensar em você em nenhum momento. Eu não fiquei com mais ninguém porque... não haviam motivos. Eu só pensava em voltar... e voltei. Eu voltei porque eu te amo. Eu sei que você já superou nossa história... - olhei pela janela, vendo Bruno brincar com a criança. - E tudo bem não me perdoar... - ergui o olhar. - Mas eu cumpri. Estou aqui agora.
Carol que olhara pela janela comigo, agora tinha retornado os olhos para mim.
Ela então deu uma unica risada, indignada e chorosa.
Carol: - Eu... Tive uma colega de quarto na faculdade. Bianca, seu nome. A facul nos agrupava pela região de origem, e eu nunca tinha visto ela na cidade, ainda mais porque ela era Feiticeira. Bianca... chegou na faculdade deserdada pelos pais. Estava... grávida. O pai da criança? Quem sabe é Deus. 
Vi Carol apertar os lábios e fungar, segurando o choro.
Carol: - Ela... morreu no parto. - voltou a olhar para fora. - não existia ninguém para ficar com a criança. Sem pai. Sem os avós, que não o quiseram. Bernardo ficou na UTI por vários dias, o processo de parto havia sido... complicado para os dois. O médico me chamou... iriam colocá-lo para adoção, mas precisavam um lar temporário pois não haviam orfanatos com vagas de neonatal disponíveis. E eu... eu peguei ele. Por Bianca. Bernardo sempre foi uma criança incrível. Horario de sono era magnífico. Com os dias eu aprendi a controlar os surtos de soluço que faziam ele incendiar algo na casa. - ela riu lembrando, e eu sorri ao ver seu riso. Então Carol ficou séria outra vez: - aí com dois meses... Ele... se transformou no meu colo. - ela me encarou. - O pequeno feiticeiro se transformou em um gato, no meu colo, Dayane. Um gato completamente branco. E ali. Ali eu soube e tive que oficializar sua adoção. Eu não sei o que deu em mim. Final do primeiro ano da faculdade e uma criança que nem minha era, mas que eu senti que deveria ser minha. Sabe o mais incrível? Eu nunca mais amei ninguém. Eu não me envolvi com mais ninguém depois de você. Eu estou criando um filho sozinha, um menino que me lembra você em todos os aspectos, e eu não tive você nas piores horas. O quanto eu te amo, e eu não consigo te perdoar porque eu sinto que fui abandonada na parte mais dificil da minha vida. E eu odeio isso porque eu sei o quanto você sofreu do outro lado. E eu sei que a responsabilidade de assumir uma criança em plena faculdade foi minha. Mas ainda sim... tudo de mexeu dessa forma porque eu te conheci. Porque eu me apaixonei por você. Então mais que te odiar por ter sumido por cinco anos, Day, eu me odeio por ter amado e ainda amar você. Por ter tomado todas essas atitudes por ainda amar você. Por ter me apaixonado pelo seu mundo e sentir essa urgencia em proteger o Bernardo, por ele ser híbrido. E o que me mais dói em todos, TODOS esses anos, foi que eu descobri milhares de formas e motivos de te odiar mais, mas nem uma sequer de te amar menos.
Seus olhos estavam marejados e me encaravam. Eu não sabia o que responder, ou para onde correr. As palavras de Carol me ardiam o peito, mas eu não tinha como contestar: era tudo verdade.
Carol: - Aí você diz que voltou me buscar? Me buscar para onde, Dayane. Eu tenho uma vida estruturada agora. Eu quero o melhor para o meu filho.
Day: - Eu posso dar o melhor para vocês dois, Carol.
Carol: - Vai precisar me convencer disso.
Respirei fundo.
Day: - Isso é uma chance?
Ela assentiu com a cabeça.
Carol: - Nao pense que vai ser fácil. Eu não deveria nem te dar esta chance, mas algo aqui dentro diz para tentar. - colocou a mão no peito e suspirou.
Bruno voltou com Bernardo, e eu sorri ao menino.
Carol: - brincou bastante filho?
Bern: - Tio Buno brincou de gol - ele soltou uma gargalhada gostosa, tentando pegar as batatas.
Carol: - Lavar as mãos antes, tio "Buno".
Bruno pegou uma batata:
Bruno: - Anticorpos.
Carol o encarou e ele riu, pegando a criança e indo ao banheiro.
Day: - quantos anos tem o Bernardo?
Carol: - Quatro. E ele é fissurado em dinossauros. - Caroline sorriu e meu mundo abalou. Ela amava aquele menino e dava para sentir em seu olhar.
Quando os meninos voltaram, arrisquei.
Day: - você gosta de batatinha, Bernardo?
Ele ficou vermelho igual um pimentão e baixou a cabeça. Assentiu timidamente.
Bruno: - Bernardo é bem tímido com gente nova.
O fitei.
Day: - E de dinossauros, você gosta? Eu adoro o carnotauro.
Seus olhinhos brilharam na minha direção. Ele deu pulinhos e riu.
Bernardo: - Adoro! Dinos! Rawr! - ele agitou as maozinhas a frente, como garrinhas. Repeti o sinal, mas ele se assustou, então soluçou e caiu transformado em uma iguana cor de areia.
A criança se desesperou e começou a chorar.
Carol:  - Day!
Day: - que que eu fiz?
Carol pegou a iguana e sussurrou com ele até que o menino voltasse a forma humana, agarrado à mãe de forma dengosa.
Seria mais dificil do que eu imaginava.
O bom é que conseguimos conversar como velhos amigos. Bruno contou das empresas que ja comandava. Carol trabalhava em uma internacional, e cuidava de Bernardo em um apartamento. Eu? Chefe de resgate de hibridos.
Atualizamos as historias, e nossa amizade parecia não ter envelhecido, apesar de tudo.
Bruno levou Carol e Bernardo para casa, e eu fui embora a pé.
Quando, então, em certa altura do caminho, não pude acreditar no que vi a minha frente: Dreicon, fardado, entrando em uma casa. Ele estava vivo.

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E ai está a att prometida hehe
E voces desesperadas achando que Bernardo era parto da Carol kkkk

Nos vemos no proximo capitulo
Beijos da vó

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora