irreparável

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Carol pov

Passei pelos corredores externos sobre o pátio, e reconheci Day e Vitão cercados por soldados.
??: -Carol! - uma voz familiar me chamou. Um pássaro parou perto de mim e se destransformou. Era Henrico. - temos que ajudar!
Carol: - Eu sei! Mas precisamos um plano... -olhei em torno, em busca de ideias.
De um helicoptero, vi Eduardo descendo até Day, e o olhar de ódio dela cair sobre ele.
Carol: -Henrico, quero que vá buscar ajuda. Alguém de confiança. Busca Arthur e seus irmãos mais velhos.
Henr: - Mas Carol, eu quero ajudar. Eu sou forte!
Voltei a forma humana a frente dele e acariciei seu rosto.
Carol: -Eu sei, e é por isso que quero que vá buscar ajuda. Só você vai saber passar por eles sem ninguém perceber. Eu vou descer e segurar. Você traz a cavalaria. Sob seu comando. Combinado? - sussurrei.
Henrico reclamou um pouco, como um bom pré adolescente, mas assentiu. Ele saiu apressado, e olhei lá para baixo. Respirei fundo, voltando a pássaro, e mergulhei na direção deles.
Estava torcendo para que Henrico fosse rápido. Nós não teriamos muito tempo.

***
Day pov

Eduardo me olhava com ar superior, e em uma risada maliciosa, sorriu:
Edu: - ora ora, quem está aqui - Seu riso satisfeito me enojava. - Eu gostava tanto de você no colégio. Pena que você agora... é assim.
Vitão deu um passo a frente:
Vitão: - Ao contrário de você, Day não escolheu ser quem é.
Eu o olhou com desdém de alto a baixo.
Edu: - E você, quem é? Bom, tanto faz. Só matem! - deu um sinal com a mão, e um grupo de soldados atrás dele apontaram armas em nossa direção. Apertei os olhos ao ouvir um disparo, mas nada havia me atingido.
Ao abrir novamente os olhos, vi Carol em meio ao soldados, se transformando e destransformando, dando uma surra naquele grupo.
Mais e mais soldados surgiam, e logo estavamos cercados. Vitão entrou em combate, e nao hesitei em também me transformar e entrar na batalha.
Edu havia desaparecido da vista. Enquanto eu lutava, percebia mais soldados se aproximando: não aguentaríamos muito tempo.
Quando o cerco fechava, ouvi um brado de índio avançando em batalha. Animais, ou melhor, metamorfos, avançavam contra os soldados. Vi Henrico passar por mim e me dar uma piscadinha, e sorri de orgulho de meu garoto.
Com a cavalaria, ganhamos força em campo de batalha, mas algo estava errado: eu não via mais Eduardo.
Farejei o ar até enfim o localizar, e quando o vi, congelei: Ao ver o capanga de Dreicon apontar uma pistola em direção a Caroline, eu não pensei duas vezes: me atirei sobre ele e, rolando, fomos ao chão.
Segurei a gola de Eduardo, com todo meu peso sobre seu ponto de equilíbrio, minha mão pronta para lhe dar um soco no meio da cara. Eu queria mata-lo. Não. Eu queria matar Dreicon.
Um estrondo soou, como uma bomba, forte o bastante de toda a batalha parar por um segundo e olhar na direção da fonte do barulho.
O silêncio foi rompido pelo riso de Eduardo. O fitei, o ódio em meus olhos distorciam sua imagem, transformando o sorriso sádico dele algo horripilante.
Day: - quero ver você rir depois que eu lhe arrancar todos os dentes!
Edu: - de nada valem! - Continuava a rir. Apertei os olhos para tentar focá-lo, querendo entender o que queria dizer. - O que é o valor de um dente arrancado, quando conseguimos arrancar de você a coisa mais valiosa que te existe?
Sua gargalhada irrompeu o ar outra vez. Minha mente se esvaziou por um momento, e o coração sucumbiu a uma sensação gélida de desespero. Meu corpo sentiu uma presença passar por mim, em uma velocidade incrível, e eu sabia, sabia de alguma forma que era Carol a correr. Então perdi a força na mão levantada em pulso cerrado para lhe esmurrar: a coisa mais valiosa para mim a ser arrancada... Era a família.

***

Carol POV

Corri até a sensação de meus pulmões estourarem e minhas pernas arderem. Eu corri como se não houvesse mais nada de mim. Eu corri por ele.
Adentrei a poeira dos corredores implodidos pela bomba. Meus pulmões queriam expelir todo aquele pó, mas meu corpo e mente só queriam chegar na sala que tanto desejava chegar.
Meus pés batiam contra o chão, e tudo estava silenciado. Entre a poeira levantada, raios de sol atravessavam o que sobrara da sala. Pedaços do teto caído sobre as almofadas e estantes coloridas, agora despedaçadas.
Havia sangue. Havia sujeira. Haviam choros baixinhos.
Meus olhos correram a sala, e finalmente enxerguei algo... ou alguém.
Meus musculos haviam parado minha respiração, mas logo passei a tossir. A medida que a poeira baixava e eu me aproximava, agora os passos tão incertos que parecia que o chão sucumbiria sob eles, a imagem a minha frente tomava forma.
A professora de joelhos ao chão, com alguém em seu colo. Um homem.
Era Bruno. Deitado sob uma poça de seu proprio sangue, pálido e trêmulo, seus olhos mais claros que o normal, pareciam ter um brilho pulsante, perdendo as forças.
Caí sobre meus joelhos. Eu não conseguia emitir nenhum som.
Bruno me olhou, e em um gesto de força agarrou minha blusa. Tentou se aproximar de meu rosto, e com a força que lhe restava, me olhar nos olhos e, entre suspiros sofridos, sussurrou em um desespero virtuoso:
Bruno: - Carol... as crianças... Carol... Eles levaram. Levaram Bernardo!

*****

E aí.
Quem me ajudou foi a stronizer eu não conseguiria publicar sem ela. Alias, já leram as fics dela? Recomendo.

Eu nao sei o que dizer. Nao ando bem. Nao sei em quanto tempo voltarei.

Amo vocês.
Beijos da vó.

Fiquem vivos. Vale a pena.

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora