Rotina

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Carol POV

As férias passaram mais rápido do que imaginei. Minha relação com Day ia de vento em popa, e passavamos a maior parte do tempo juntas. Saíamos com o Bruno, sempre inventávamos algo novo para fazer, e nos aproximávamos mais.
Era uma tarde de domingo e eu estava em sua casa.
Day: - é. As aulas estão voltando.
Carol: - eu esperava que não. Podia passar a eternidade com você, só aqui. - rolei na cama, por cima dela, e sorri, olhando em seus olhos. Day riu, aquele riso franco e gostoso que eu amava ouvir.
Day suspirou ficando séria de repente.
Day: - preciso te contar de ontem.
Carol: - o que aconteceu ontem? - minha preocupação surgiu.
Day: - Dreicon veio falar comigo.
Carol: - Ele não tem o que falar com você. - falei. Day me olhou surpresa, talvez pela forma grossa que eu havia falado. Mas poxa! Ele havia tentado matar ela.- desculpa.
Day: - eu sei que eu não devia dar moral, mas ele parecia mal. Dreicon me contou que foi em um psiquiatra para tentar controlar os surtos agressivos. Está se medicando. Não sei. Ele parecia bem arrependido.
Carol: - você quer confiar nele, né?
Day: - talvez. Carol... Ele me pediu perdão por ter me jogado do telhado.
Carol: - Day, olha o que você tá falando. Não é um caso de mastiguei sua caneta favorita que voce me emprestou. Ele. Tentou. Te. Matar. Você lembra? Se você não soubesse se transformar direto, ia morrer. E mesmo assim se machucou pra caramba.
Dayane desviou o olhar.
Suspirei.
Carol: - você já perdoou, né.
Day: - ele estava desesperado, Carol. Acho que aprendeu.
Carol: - eu espero que você esteja certa.
Ela sorriu, e meu coração amoleceu. Não tinha como discutir com aquele sorriso. Ganhei varios beijinhos estalados, em meio a risadas de nós duas.
Day: - vai ficar tudo bem.
Carol: - eu sei que vai.
Nos enrolamos mais um pouco na cama, antes de Day se levantar para ir trabalhar. Eu iria para o Dinner esperar Bruno.
Nos ajeitamos e seguimos caminho, brincando na forma de cão e gato, ate chegarmos lá.
Day, em forma de gato, esfregou a cabeça em mim, Jack russel, como forma de carinho, e se dirigiu para a parte de trás do Dinner, para o trabalho. Eu me destransformei e segui para dentro, mas  tive a impressão de ter visto algo.
Olhei para o lado, para o beco onde ficavam as latas de lixo, caixas e outras coisas do Dinner. Não consegui ver nada. Vai ver era impressão. Quando entrei...
??: - BU!
Dei um salto, levando a mão ao coração.
Carol: - Bruno! Meudeus que susto! Olha o mico. - ri e o abracei. Seguimos para a mesa e logo Day veio com o sorriso mais lindo do mundo, atender.

Dreicon POV

Carol quase havia me enxergado. Por sorte me escondi nas sombras do beco, me transformando em um Saruê.
Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. A intimidade de Carol e Dayane parecia muito acima do que eu imaginava.
Esperei. Eu sabia que Carol as vezes ia embora a pé, sozinha, e eu estava esperando o momento, e, com um pouco de sorte, talvez, conseguisse falar com ela.
Mas ela esperou o turno de Dayane e ela a levou para casa. Droga!
Segui as duas, em silêncio, tentando manter distância.
As duas pararam na porta da casa, conversando.
Esperei.
Esperei.
E eu sabia que não estava louco.
A morena deu um selinho demorado na ruiva... Na MINHA ruiva. E então foi embora.
O ódio subiu pela garganta, e eu quis atacar Dayane no meio da rua, mas pensei melhor.
Eu tinha um plano.

Esperei que ela fosse embora, e me destransformei. Roubei algumas flores de um vizinho, e bati à porta.

Quem me atendeu foi um rapaz ruivo.
Dreicon: - oi, eu...
???: - Rafael. - Ele me cumprimentou.
Dreicon: - vim ver Carol. Eu... posso? - apontei para dentro da casa.
Rafael olhou por cima do ombro.
Rafael: - Carol. Tem um cara aqui na porta.
De longe, ouvi ela falando.
Carol: - sera que é o Bruno? Eu devo ter esquecido algo no dinner e... - Carol travou na escada ao me ver. Vi ela empalidecer, e baixei a cabeça. Ela diminuiu o ritmo mas se aproximou. - o que voce quer?
Dreicon: - conversar. Pedir desculpas. - levantei o buquê de flores roubadas.
Carol hesitou, e Rafael olhou para nós preocupado.
Rafael: - você quer que eu...
Carol: - não. Tudo bem. - levantou a mão em um gesto. - entre. - fez sinal com a cabeça e se dirigiu a sala.
Pedi licença e lhe entreguei o buquê, que ela colocou de lado no sofa assim que sentou.
Sentei, encolhido.
Carol: - pode falar. - me olhou séria. Seu olhar intenso me pesava. Respirei fundo.
Dreicon: - me desculpa pelo episódeo no telhado. Eu não sei o que deu em mim. Eu não sou assim, Carol.
Ela suspirou.
Dreicon: - você não tem que me perdoar. Mas eu queria esclarecer. Eu... eu estou tratando. Estou mudado.
Carol: - eu não quero você perto de mim além do necessário. Dayane pode até ter te perdoado, mas eu ainda não.
Aquilo me atingiu em cheio no peito.
Dreicon: - você e Dayane...
Carol: - somos amigas. - falou.
Dreicon: - Amigas. - repeti baixo.
Carol: - claro. O que mais seria? - riu. - Day é como uma irmã para mim. E eu não consigo perdoar o que fez com ela.
Dreicon: - eu mudei.
Carol: - veremos com o tempo.
Suspirei.
Carol: - se era isso, já pode ir embora.
Eu queria falar mais, mas assenti. Levantei e saí pela porta, sob os olhos de Rafael.
Mas eu tinha uma informação importante em mãos.
E não ia deixar barato.

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Atualizando aqui também
O que vocês acham que Dreicon vai aprontar?
Voces acham que Day tá certa em perdoar ou Carol ta certa em não dar uma chance?

Beijos da vó

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora