Estava certo que essa conversa não teria terminado. Experimentei a lasanha que ela tinha feito e estava uma delicia, como tudo que ela fazia. Em todas as áreas.
- Por que vocês terminaram? – Perguntou. Eu tinha que contar a verdade e se a Rodrigues me achasse um cretino depois disso tentaria colocar o meu ponto de vista na conversa.
- A Bruna e eu estávamos juntos a cerca de dois anos eu acho. E ela queria casamento, do nada esse assunto surgiu e eu não estava disposto a casar e terminamos. – Contei. Ela continuou me encarando como se absorvesse cada palavra que eu disse.
- Você não a amava? – Indagou. O ponto de questionamento da minha vida, por conta das pessoas não entenderem.
- Não acredito no amor Milena. – Respondi secamente indo direto ao ponto. E recebi um olhar de surpresa dela. Talvez não fosse o que ela esperava ouvir, mas é a verdade.
- Você não acredita no amor? – Perguntou.
- Não eu não acredito, é uma ilusão que as pessoas inventam e acreditam para suportar coisas insuportáveis ou ter algo em se apoiar uma muleta. – Justifiquei. Ela abriu a boca e fechou novamente.
- Esse é o seu ponto de vista? – Perguntou. Talvez eu devesse realmente prestar mais atenção no que respondia.
- Sim. Pelo visto você acredita no amor. – Comentei espero que isso não venha nos atrapalhar. Não estou disposto a ficar longe dela e espero que ela pense a mesma coisa até por que estamos em uma relação física.
- Sim eu acredito no amor e não acho que seja uma muleta ou algo inventado para conseguir suportar o insuportável! – Exclamou e eu balancei a cabeça. Eu não iria brigar com ela por uma bobagem dessas.
- Tudo bem você acredita e eu não, temos pontos de vistas diferentes. – Definir assim. Eu não ia colocar todos os princípios que me levavam a crer nisso e nem perguntaria os dela.
- Um abismo de diferença. – Retrucou voltando a comer. Eu não queria ter que ressaltar isso, mas sim podia ser classificado como um abismo.
- Isso incomoda você? – Perguntei querendo muito ouvir um não.
- Claro que não, mas escutar que uma pessoa não acredita no amor e que tem justificativas pra isso e entrou em um relacionamento sem amor e isso esta ótimo por que não te faz falta. Isso é cômico. – Mencionou colocando em uma base totalmente distinta do que realmente é.
- Não é esse o pensamento. O objeto amor ou sentimento é algo que se cria, você não sente seu cérebro recebe a mensagem que você tem uma necessidade para ter uma ilusão. É como se eu fosse sofrer, mas crio uma defesa para que tudo tenha uma explicação. Se analisar você vai descobrir que o amor causa mais sofrimento que o repele. – Expliquei. Ela continuou me encarando como se fosse eu um maluco.
- Você já sentiu isso por alguém e te traumatizou? – Perguntou.
- Não eu nunca sentir isso entende e antes que você pergunte se é frigidez não é, quando completei treze anos minha mãe me levou a uma psicóloga que deixou claro que eu sou um ateu de sentimentos eu não acredito e logo não existe pra mim. – Contei. Ela balançou a cabeça e bebeu uma única vez o liquido do vinho.
- Uau. È de impressionar e assustar um adjetivo complementa o outro. – Falou de uma única vez.
- Espero que isso não venha mudar o que está acontecendo entre nós. – Comentei. Ela me olhou e sorriu e me olhou fixamente.
- Independente disso eu ainda sinto muito tesão em você. – Afirmou. Sorrir por que sempre a Rodrigues conseguia me surpreender de alguma maneira.