Milena Rodrigues...- Estou tentando digerir o que acabei de ouvir. – Disse voltando a prestar atenção na estrada e que bom.
- O que você acha? – Indaguei. Esperava mesmo que fosse dá tudo certo. Eu não queria que a gente brigasse. Gosto muito dela para isso.
- Tenho que ser sincera. Como começou isso? Até por que eu jurava que você não estava interessada nele dessa forma. – Falou. Eu nunca tinha dito isso abertamente com ninguém.
-E não estava, mas do nada aconteceu. Nunca imaginei que um dia o Henrique iria me olhar dessa maneira! – Exclamei tentando explicar. Honestamente falando fiquei surpresa quando começamos a nos pegar no sofá.
- Você também tinha uma queda por ele? – Perguntou rindo. Então é sinal que tudo está bem entre nós.
- Não como você e a Cecília, mas sim eu sempre achei o professor muito gostoso. – Afirmei sem um pingo de vergonha. Ela me deu um tapa de leve e sorrir.
- Como aconteceu? – Perguntou.
Seguir o caminho explicando como tudo tinha começado, no nosso primeiro beijo tinha acontecido literalmente tudo. E não tenho um pingo de arrependimento. Se voltasse ao tempo eu faria tudo de novo e repetiria mais vezes. Ainda bem que a Marina me apoiou, sem criticas tudo que eu queria. Chegamos em sua casa e vinha a parte pior contar para o Gabriel que estou indisponível. Mas por sorte não me esbarrei com ele no caminho para o quarto da irmã dele. Assim que passamos ela fechou a porta e coloquei minha bolsa em cima do sofá.
- Como é sair com o seu professor? – Perguntou. Eu queria mesmo ter que pular partes como essas. Ter que passar por toda essa explicação. Não por não gostar, mas por sempre ter que lembrar que o que estou fazendo tem que ser mantido em segredo como algo errado.
- Isso é só um detalhe. – Respondi. Não via mais o Henrique como o professor maravilhoso, isso não passava de uma conseqüência. Estamos namorando por mais que seja algo escondido e nunca parei pra pensar se isso me incomoda. Claro que seria muito mais simples se pudéssemos assumir, só que pelas circunstâncias não podia estar melhor.
- Você está feliz? – Perguntou.
- Muito. – Concordei. Como nunca pensei que estaria por conta de uma pessoa. Sabia muito bem que nunca se deve colocar sua felicidade em cima de alguém isso é buscar e encontrar se frustrar, mas foi algo da qual não planejei. Essa sensação boa é algo espontâneo.
- Então eu fico feliz também. – Contou se jogando na cama. E fiz a mesma coisa.
- Obrigada por não me julgar e jogar sete pedras em mim. – Comentei. Com certeza seria o que pessoas racionais fariam. Mas ainda bem que no meio de futuros psicólogos, se sobressaiam os amigos.
- Você é a minha melhor amiga Lena. Sabe que confio em você cegamente. – Ressaltou. Que alivio é saber disso.
- Pior que eu sei. Alias seu relacionamento como está? – Perguntei. Sabia que ela tinha comentando que estava em um feitiço, mas conheço a mulher ao meu lado para saber que está tão envolvida que dá medo.
- Eu já brinquei muitas vezes com os homens, e achei mesmo que o Erick era a minha alma gêmea. Mas quando estou com o Guilherme sinto que todos os homens não chegaram nem perto de me ter completamente. – Desabafou. E eu entendia o que ela queria dizer, por que é assim que me sinto em relação ao Henrique.
- Você está apaixonada Mari. – Alertei. Ela respirou fundo tendo certeza que sabia disso. Estávamos se envolvendo com o fogo.
- Eu não posso me apaixonar, o Guilherme não está pronto para isso e nem sei se estou. – Disse pensativa. Ela se levantou para pegar o nosso jantar e eu fui para o banheiro precisava de um banho. Tirei toda a roupa sentindo a água cair. Tudo que eu não precisava era pensar no meu mais novo dilema. Contar ou não contar o que eu sinto para o menos interessado. Sinto que ele está sendo tão sincero quando eu fico ocultando os meus sentimentos. Não é por que ele não acredita que vamos terminar. Gostaria que as coisas nesse quesito fossem mais simples, talvez que ele pensasse da mesma maneira que eu. E tinha que parar de pensar nisso. Voltar a ter o controle. Ser a pessoa que eu era quando cheguei aqui. Ter o mesmo foco de querer calar a boca de todos que disseram que eu não conseguiria. E estou aqui fazendo minha faculdade, pagando as minhas contas, vivendo a minha vida, embora ainda não tenha chegado onde eu almejo. Não posso me esquecer disso, nunca. Sei que o fator de estar em um relacionamento onde estou completamente rendida de todas as maneiras não me façam esquecer da mulher forte que eu tento ser todos os dias que eu me levanto da cama. E quem diria que eu estaria suspirando e colocando o Winter no mesmo patamar que meus planos. Futuras realizações.