Capítulo Trinta e Dois: Compromisso.

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Henrique Winter...

A Rodrigues dormia tranquilamente, sua cabeça descansava em meu peito e seus braços em minha cintura, suas pernas entrelaçadas na minha. Quando acho que nosso sexo não pode ficar melhor ela vem e me surpreende. Queria poder passar mais tempo com ela, mas sei que não depende apenas do meu querer. Cada dia que se passa ao invés de me cansar disso, de dá um basta, eu a desejo ainda mais, com cada célula do meu corpo. Pensar que era pra ser algo passageiro e olha no que deu. Estou comprometido com ela desejando cada dia mais dela, desejando que nunca acabe, não sei se me acostumaria a uma vida onde a Milena não fizesse parte. Essa situação nem de perto era o que tinha planejado para ambos. E acabei indo ainda mais longe que qualquer relacionamento que tive na vida, não foi muito, mas o suficiente para saber que não queria um compromisso novamente. Foi um desastre com a Soares principalmente quando ela decidiu que queria mais, que queria casar, queria ter filhos. Não me sentia preparado para um passo tão grande, entramos em um conflito que toda vez que pensava em voltar pra casa e saber que ela se encontrava ali estava me enlouquecendo. Queria paz e sossego novamente, e fiz o que qualquer homem faria decidir terminar, só que antes que conseguisse falar ela veio mais calma sem acusação e me propôs que ou a gente casava ou terminávamos. A escolha foi óbvia, não apenas por ser algo que eu não queria como por já ter decidido que já não suportava a Soares como namorada. Tracei planos pra mim que o destino estava caçoando da minha cara. Não devia estar tão viciada nessa menina linda. Não devia deixar que fossemos tão longe, jamais a obrigaria a fazer algo que não quer, como não a colocaria em um situação na qual não se sentisse a vontade. O meu maior problema no momento é não conseguir distinguir o que temos, ao mesmo tempo que eu sei que isso é arriscado para ambos, eu não consigo mais ficar distante. Não conseguiria voltar a ser apenas seu professor sem sentir o seu gosto, sem sentir seu corpo emanar esse calor pro meu. Por mais louco que possa parecer estou em uma área totalmente desconhecida, inexplorada. Se dependesse somente de mim a prenderia em meus braços e não a soltaria nunca.

- No que tanto está pensando? – Perguntou arrancando-me dos meus pensamentos, nem tinha percebido que ela havia acordado. Não sabia distinguir que horas seriam, mas não devia passar de madrugada.

- Em você, como me transformou em um homem tão dependente! – Respondi. Ela sorriu de canto meio com preguiça, mostrando o quanto estou certo ao me referir a ela como uma menina. Seus olhos estavam ainda mais claro.

- Eu te transformei? Acho que foi o contrário. Acho não tenho certeza. – Ressaltou. Ela se inclinou subindo definitivamente em cima de mim, seus cabelos caiam em seu ombros enquanto seus olhos me fitavam com curiosidade.

- Vou ter que te contestar. Eu deixei bem claro que não queria nenhum tipo de envolvimento com a mocinha além de sexo e eu acabei te pedindo em namoro, querendo matar todos os homens que mostram interesse em você. Acha mesmo que isso é posição de um homem controlado. – Esclareci alguns pontos. No meu ponto de vista ciúmes sempre foi situação de homens inseguros que não tinham certeza que é digno da mulher que tem ao lado. Agora que estou vivendo a situação é uma sensação intuitiva de medo. De perder algo tão precioso e não saber mais como recuperar, com certeza é o meu lado animal se manifestando. Parte que sempre foi tão controlada por mim.

- E é posição de uma mulher controlada ir a sua casa de madrugada usando um baby-doll por que sentiu saudade e enlouqueceria se não te visse imediatamente. – Lembrou. Naquele dia tive amostra de como não controlo nada. Estava com tanta raiva de saber que ela e o Oliveira estavam tão próximos que não consegui dormir e a ver no meu portão acalmou tudo em mim, mesmo lutando internamente em ser uma pessoa racional e deixar ser tomado pelo meu lado primitivo, e bastou sentir o seu cheiro para ficar calmo, para minha noite ser o que devia ser desde o inicio. Em comparação o que as outras mulheres eram em minha vida, não chegam a um por cento ao que a Lena representa. E isso é alarmante

G.É.L.I.D.O.Onde histórias criam vida. Descubra agora