Capítulo Sessenta e Quatro: Despertar.

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Henrique Winter...

Acordei assustado com o barulho do despertador, meu coração estava acelerado e mal conseguia respirar direito, o nó que havia se formado em minha garganta parecia imenso. Olho para o relógio vendo que são as seis da manhã , meu coração parece que vai sair pela boca e não conseguia conter o desespero que havia tomado conta de mim. Estava tremendo, olho ao redor dando conta que tudo não passou de um pesadelo, maldito pesadelo.E o pior é que parecia muito real. Como se tivesse mesmo acontecido.O pior de tudo que não consigo me mover, eu quero, mas não consigo. Tento me acalmar, mas é completamente envão, eu não consigo, preciso mesmo é ver a minha anjinha para que essa agonia possa passar. Levanto da cama seguindo para o nosso quarto eu não podia imaginar a minha vida sem essa mulher. A cada passo sinto a ansiedade crescer a cada minuto. Sinto que vou ter um ataque a qualquer momento. Preciso do seu abraço para ter certeza que tudo está bem. Abro a porta do quarto e a Rodrigues ainda está dormindo, respiro aliviado seguindo para cama e não existe nenhum argumento que me faça sair de perto dela. Na verdade é aliviador vê-la na nossa cama, olho para onde sua mala está e de maneira nenhuma que deixaria a Lena dá um passo para longe de mim, não posso correr o risco de que de fato se torne real. Paro em sua frente vendo como a mulher a minha frente é linda mesmo dormindo. Aproximo meu rosto do dela e toco em seus lábios bem de leve desenhando sua boca com a minha. Ainda sinto o tremor que está se dissipando aos poucos. Ainda bem que foi um sonho, horrível, mas ainda assim sabia que se a Rodrigues fizesse o que a mãe queria corria grande risco do nosso casamento acabar em divorcio.Passo minhas mãos em seus cabelos tocando as nossas bocas fazendo com que o beijo tenha mais intensidade, chupo sua língua me derretendo. Deslizo minhas mãos por baixo de sua camisola percebendo que está se calcinha o que me enlouquece ainda mais. Parece que passei mesmo três meses longe dela, sem sentir o gosto de sua boca, o calor de seu corpo. Passo minhas mãos por seu rosto bem devagar guardando cada pedacinho dela beijo seu rosto e a abraço puxando para mim e não quero ter que soltar nunca mais. Em seguida seus olhos se abrem lentamente me encarando. Passa a minha mão por seu rosto limpando as lágrimas que nem notei quando começaram a cair. Deposito um beijo em sua testa e a puxo pra mim.

- Desculpas, eu não tinha o direito de te dizer aquelas coisas. Eu te amo e nunca quero te perder, eu não suportaria. – Falo ainda abraçado a ele. E não quero soltar nunca. Só de pensar no sonho sentia calafrios percorrerem por meu corpo. Como se tivesse mesmo acontecido, eu não quero ter que passar por isso nunca, não quero nem em sonho sentir o gosto amargo que é perder quem se ama, principalmente quando eu a amo mais que a minha própria vida.

- Quem te deve desculpas sou eu, eu não quero nunca mais brigar com você. Eu te amo tanto Henrique, e eu não vou mais viajar, vou ficar aqui do seu lado. E vou tentar ajudar a minha mãe aqui mesmo. Só me promete que nunca mais vai dormir longe de mim. – Pede. Admito que ouvir ela me certificar que não irá mais, melhora o meu humor cem por cento. E mesmo se ela ainda insistisse tentaria fazer com que mudasse de idéia nem que precisasse chamar um especialista no caso, para ela perceber que não é apenas pessoas ligadas emocionalmente com ela que dirá que é uma burrice voltar para o lugar onde ela mais sofreu. Não nego que seja uma atitude nobre, mas é errado, se a mãe dela quer mesmo ajuda aceitará tanto aqui, como lá e se a minha mulher quiser estar perto eu a acompanharei, mas não me afastarei dela nem se ela implorasse por isso. Volto a aproximar nossos rostos a beijando com vontade, ela levanta a perna passando por cima da minha. Que saudade eu senti dela.

- Como se fosse uma opção. Nunca mais saio do seu lado. – Afirmo mordendo o seu queixo. Verdade seja dita eu não conseguiria passar vinte e quatro horas longe dela, eu não consigo entender como tem casais que brigam e passam dias sem se falar sem se tocar, uma noite já foi um tremendo sacrifício, imagina duas, eu não tinha tanto controle para negar a Lena como havia feito, quando tudo que eu mais queria era tê-la pra mim, ainda mais quando ela adentrou o banheiro completamente nua. Não sei de onde veio tanta indiferença, mas de uma coisa tinha certeza isso não voltaria a acontecer nunca mais.

G.É.L.I.D.O.Onde histórias criam vida. Descubra agora