Pensar no que estou fazendo não torna as coisas mais simples. Pelo contrário só as complica ainda mais. Conversaria com a Mari e contaria sobre o meu relacionamento com o Winter. E teria que falar com o irmão dela também. E conversar com o Henrique a respeito do Talles, eu poderia muito bem dispensar por mensagem, mas queria ter a opinião dele nesse caso.
- Quem é? Já é o gato do seu professor? – Perguntou o Alves me encarando. Quem dera se fosse.
- É o Talles. – Respondi. Ele sorriu de canto e me encarou.
- Esse cara encasquetou mesmo com você! – Exclamou. E digamos de passagem que aquele almoço foi um tiro no pé, e que ainda bem que não me causou problemas com o meu moreno gostoso.
- Espero que não, até por que eu pertenço ao Henrique. – Falou. Tudo que eu não queria no momento é problema, tomei a decisão que tomei exatamente por isso.
- Nossa! Está realmente apaixonada. – Brincou. E sim eu estou. Completamente.
Seguimos o caminho conversando e assim que chegamos deixei claro pra ele que hoje eu almoçaria com o Henrique. Ele fez comentários que eu esperava que fosse mesmo verdade. Fui para o lado de fora quando recebi sua mensagem dizendo que estava a minha espera. Será que algum dia esse nervosismo vai passar? Caminhei empolgada para o carro preto estacionado. Puxei a porta e me sentei colocando o cinto de segurança. Virei-me para encará-lo e me aproximei o beijando de leve e rápido, nada de muita agarração no carro esperava mais e em outro lugar.
- Vamos? – Perguntei. Não só por que queria sair dali, mas estava louca pra ficar com ele do jeito que eu queria desde pela manhã. Ele balançou a cabeça e seguimos para o hotel que seja. E é o que não falta.
- Tem preferência de lugar? – Perguntou. Nunca tinha ido a lugares assim então não podia ter preferência.
- Vou deixar você escolher, nunca fui a um hotel. – Comentei. Ele me olhou rapidamente surpreso, eu tinha comentado mais cedo pensei que ele tivesse prestado atenção.
- Como assim? – Indagou. Tenho certeza que muito curioso o que acontecem com as pessoas? Não namoram mais em casa?
- Tive rolos passageiros como toda adolescente e depois namorei sério e ficávamos na casa dele ou na minha. – Contei. O Henrique pareceu analisar cada palavra do que eu disse. Odiava contar sobre o meu relacionamento passado, uma péssima escolha pra ser honesta. Só que é passado.
- Por que não deu certo? – Perguntou de olho na estrada. È uma longa estória que eu preferia deixar no passado, mas já que eu e o Winter estamos em uma espécie de relacionamento não custava contar a péssima experiência que passei.
- Ele me fazia infeliz. Ciúmes exagerado, brigas e mais brigas, humilhações e teve a vez que ele tentou me bater, fiquei com tanta pena de mim, que não me conhecia mais. Sair da minha cidade natal e vim morar com minha irmã e desde então jurei a mim mesma que nunca mais passaria por isso. – Desabafei. Não sentia auto piedade e não queria que ninguém sentisse. Não precisava disso.
- Nunca mais ninguém vai te fazer mal. Eu não vou deixar. – Afirmou. Ele pegou a minha mão e levou até a boca. Sei muito bem que essas palavras deviam ter soado com mais seriedade, mas pra mim teve um significado muito maior. Tirei o cinto de segurança e fui para seu abraço. Sentia-me de fato protegida. Levantei o rosto encarando o seu e sorrir.
- E nem eu vou deixar. – Completei. Ele sorriu e me deu um beijo bem de leve. Saímos do carro, estávamos em uma espécie de estacionamento. Tínhamos chegado ao hotel e estava curiosa para saber como é.