A garrafa estava no meio e nada do Nick e nem da Mari abrir a boca, sentia que a minha amiga não estava nada bem, sentia que as lágrimas iriam descer a qualquer momento. A Cecília parecia tão ansiosa e preocupada quanto eu. E o ruim é exatamente isso o fato de que eles pareciam se entupir de vodca e falar que era bom nada! Peguei a garrafa dando um gole, nossa como era forte e não muito boa, normalmente preferia acompanhada com alguma coisa, algo doce pra fazer com que se tornasse bebível. Respirei fundo e tinha que perguntar.
- Quem dos dois lindos vai começar a falar! – Exclamei impaciente. – Estou preocupada com os dois já que não falam nada e sabemos que aconteceu algo, estou aqui pra te dar apoio e aconselhar. Então quem vai se abrir primeiro? – Pergunto impaciente. Não é curiosidade é apenas preocupação em ver duas pessoas que eu amo se afundando em suas dores cada vez mais. Eu sei como é, fiz isso mergulhei na minha quando minha querida mãe me tratou como uma criança de um ano que não sabe escolher. Que me ver como a errada sempre incapaz de ser uma pessoa madura. E que nunca fui o que a fizeram acreditar, mas isso eu preferia apagar da memória.
- Eu perdi o Carlos. Não estamos mais juntos e eu sei que a culpa é minha por não ter ficado ao lado dele quando mais precisava de mim, por que estava sendo egoísta demais querendo que ele prestasse atenção em mim. – Revela com um sorriso triste. Pega a garrafa e dá um gole longo. Eu fico muito triste por isso, eu sabia que o Alves estava passando por algo que não queria contar e eu não insistir por respeitar a vontade do silêncio, mas agora percebo que deveria ter insistido sim, que podia fazer uma ponte melhor entre o Rosenberg e ele. E ver o Nicolas dessa forma é algo insuportável por que sempre o vi sorrindo feliz e por mais que saiba que momentos tristes virão é muito ruim quando chega para alguém que a gente sabe que não merece.
- Acredito que vocês vão voltar. Acredito que quando não existe traição tudo é suportável, por que o amor faz com que pequenas falhas se tornem aprendizado. Então se você ama mesmo o Carlos e acha que ele vale à pena eu te afirmo luta por ele, prova que o amor que você sente é maior que qualquer estupidez. – Comenta a Oliveira começando a chorar e sinto que vou desmoronar com isso. Ela respira fundo e começa a limpar as lágrimas. Me curvo a abraçando e quando percebo estamos todos em um único abraço, precisando do colo todos destruídos de uma certa maneira.
- Mari eu concordo vou lutar pelo o que eu quero, mesmo que seja uma luta que eu saia fracassado e sem conseguir quem eu amo, mas vou lutar por que eu quero poder acreditar que eu fiz tudo que eu podia e que estava ao meu alcance. Pra caso não dá certo. – Responde o Nick beijando o ombro da Oliveira.
- Você foi traída? O gostosão loiro te traiu? – Perguntou a Cecília. A encarei esperando que a Lima tivesse um pouco de compaixão. Pelo discurso que a Marina tinha acabado de fazer eu tinha certeza que aconteceu algo e pelo visto uma traição o que é bem estranho já que a Guilherme parecia amar a minha amiga. Só pra mim que essa estória parecia estranha.
- Sim, ontem pela manhã quando cheguei no apartamento dele, eu o encontrei com a ex esposa na mesma cama e ambos quase nus. Nunca senti tanta dor e nojo ao mesmo tempo. – Menciona. Ela chorando forte. Queria saber o que estava acontecendo, mas esperaria o melhor momento para investigar o Winter e descobrir o que ele sabe, conheço o meu marido o suficiente para saber que ele não vai fofocar comigo, mas não custava sondar para um bem maior, para ver minha amiga com o homem que ela ama.
- Que pesado. Ele tentou te explicar o que aconteceu? – Perguntei. Existem duas vértices. A que ela viu e o que de fato aconteceu, só resta saber o que de fato aconteceu para tudo se resolver e se o Brandão é inocente como eu acho que é a verdade sempre aparece. Mais cedo ou mais tarde e se eu pudesse optar preferia que fosse cedo, pra não ver a Oliveira sofrendo desta forma.