Milena Rodrigues...
Tinha se formado um nó em minha garganta as palavras que pularam da minha boca como se eu tivesse perdido a vontade de segurá-las. Fiquei surpresa por me abrir tanto assim nem sabendo que isso me incomodava tanto. Mas é muito frustrante você amar alguém e saber que pode não ser recíproco. Pelas atitudes do Winter eu afirmaria tranquilamente que ele me ama, mas falta ouvir dele. Entrei no banheiro sentindo o seu cheiro o que só aumentou a minha vontade de chorar e foi o que eu fiz chorei como uma criança precisando de colo. Mas não do Henrique não agora, no momento e no estado sensível que me encontro não é bom que fiquemos juntos agora. Eu tenho que estar em paz comigo mesmo. Até a festa que tínhamos combinado de irmos, tinha perdido o sentido e imagino que nenhuma delas vão querer ir, devem estar se resolvendo da maneira delas com os namorados. Eu tentei me resolver com o meu, mas estou exausta de esperar algo que não vai acontecer, como chuva em deserto. Eu amo o Winter, talvez mais do que a mim mesma por que se não fosse assim eu não me importaria com o amor não corrsspondido por que o meu seria mais que o suficiente. Machuca muito se entregar de cabeça e não ver retorno. Sigo pra pia escovando os dentes e odiando a imagem que vejo, meus olhos vermelhos e fraqueza. Não é dessa mulher que eu me orgulharia. E nem quero que quando o Winter entre no quarto me encontre com esse rosto. O efeito do álcool tinha se dissipado, pelo menos pro momento que eu cheguei que nem me manter em pé eu conseguia. Fui para o closet onde minhas malas estavam desfeitas peguei a calça do pijama e vesti com um camiseta. Meu celular começou a tocar fui ate ele vendo que era minha irmã. Parece um século que a gente não se ver e estou morrendo de saudade a queria aqui nesse momento.
- Me conta que babado foi esse! – Exclama imagino que minha mãe tenha ligado pra ela contando tudo do seu ponto disturbado de vista. Mas como ela conhecia a dona Marta tão bem quanto eu, sabia bem como agir.
- Nossa mãe não muda ka. Eu queria mesmo que fosse diferente fui em busca disso, mas ela permiteu que o Samuel invadisse em meu quarto e quase me estupra se não fosse pelo Heitor. – Conto. Ela solta um palavrão e concordo com ela.
- Cretino, vagabundo. Mas ele teve o que mereceu, a mama acha que seu namorado tem algo haver, mesmo provando ser inocente. – Menciona. Esse assunto eu já tinha dado por encerrado.
- Dona Marta não me surpreende mais! – Exclamo pensando ao longe.
- Somos duas, como você ainda não voltou imagino que as férias foram estendidas em outro lugar. – Frisa. Amei a gente ter vindo pra cá, o lugar é lindo e fora as pessoas que a cada momento que conheço gosto mais. A única coisa ruim é esse sentimento de insuficiência.
- Sim. - Respondo tentando parecer firme, mas vacilo a verdade é que eu preciso desabafar contar o que está se passando. Ouvir conselho de alguém. E no momento não tem pessoa melhor.
- Está tudo bem? – Pergunta.
- Não eu desabafei com o Henrique, fiz cobranças talvez duras pra ele, mas necessárias pra mim. Eu o amo demais e não ouvir o mesmo dele é frustrante como se tivesse tentando nadar contra ondas. – Explico. Talvez tivesse colocado muita expectativa que de um dia pro outro ele me corresponderia. Acho que falta esforço da parte dele de tentar se colocar no meu lugar.
- Ele ainda não te disse que te ama? No olhar dele está estampado que te ama. E não é pouco. – Frisa. Queria ouvir dele isso, eu sei que é loucura, mas eu preciso muito disso.
- Talvez, mas eu quero mais, preciso de mais. – Ressalto.
- Se você ama tanto o Henrique como eu tenho certeza que ama, luta mais, tem mais paciência vida de casal é assim mesmo e logo ele vai se declarar. – Aconselha. Respiro fundo e limpo a lágrima teimosa que escorre. Ela tem toda razão, mas não consigo colocar em prática.