Ain, Gabi

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Carolina pela primeira vez na vida se deixou levar sem pensar nas consequências. E seu corpo quase explodiu no processo.

Depois da tentativa de beijo lá no camarote, acabou se lembrando do quanto adorava provocar Gabriela. Fazia isso na Casa do BBB também, mas sempre tentando parecer discreta. Apesar que era algo que não conseguia mesmo controlar. Sempre se pegava gritando por ela nas festas, rebolando olhando para ela ou simplesmente a abraçando sem motivo algum.  E ela ia a loucura, sentia isso, com olhares famintos e uma cara de quem não iria aguentar muito tempo se continuasse provocando-a daquele jeito.

Gostava disso.

Gostava de se sentir desejada por ela, gostava de ser o centro das atenções. Sabia que estava jogando um jogo perigoso, mas infelizmente agora não tinha mais volta, não tinha como simplesmente dizer para o seu corpo rejeitá-la quando já estava mais que na cara o quanto ele a queria por perto.

Foi então que ela a beijou. Por Deus, pensou que realmente fosse explodir. Todo seu corpo se arrepiou com o simples toque dos lábios dela nos seus, como havia acontecido no camarote. Só que dessa vez com uma intensidade triplicada, afinal estavam sozinhas. Não tinha mais para onde correr.

E não queria.

A princípio ficou um pouco nervosa, todo seu corpo entrou em uma mesclagem de retenção com arrepios. Parte dele dizia que não gostava de mulher, outra parte afirmava que se não gostasse não estaria sentindo tanto prazer somente por beijá-la. Ou talvez realmente não gostasse de mulher, mas sim de Gabriela. Não sabia dizer isso também, estava mais perdida que cego em tiroteio.

Por isso suas mãos não saíram dos ombros dela, onde apertou os dedos enquanto correspondia cada movimento, envolvendo sua língua na dela e a sentindo acariciar sua nuca enquanto puxava seu cabelo com uma leveza sem tamanho.

Era tão diferente!

Beijar mulher era inacreditavelmente diferente de beijar um cara. Era tudo mais suave, mais envolvente, mais... intenso. Enquanto a beijava, sentia que Gabriela tentava tomar todo o cuidado do muito para que não se arrependesse de ter permitido o beijo. Ela acariciava seu rosto com uma mão enquanto mantinha a outra em seus cabelos, sempre agindo com leveza e carinho. Era impossível não se derreter.

Quando foi se deitar, obviamente frustrada, lembrou-se da vez em que ela havia contado que um dia já se apaixonou pela melhor amiga hetero e o quão difícil foi viver na dúvida de saber se era ou não correspondida pela garota. Por isso foi até o sofá e tratou de tranquilizá-la, pois não queria que ela sofresse com o que quer que estivessem tendo. A dúvida era um inimigo cruel.

Amava muito Gabriela para fazê-la sofrer. E não estava ali para usá-la também. Se a estava correspondendo não era porque queria agradá-la, era porque percebeu que seu corpo também a queria por perto. Não era o tipo de mulher que usava as pessoas para o próprio bem estar.

Não era só curiosidade.

Assim que deitou na cama, desejou que ela estivesse ali para abraçá-la, mas não estava preparada para isso ainda. Tudo era muito novo para poder digerir de uma só vez. Não costumava fazer as coisas sem pensar justamente com medo de que fosse se arrepender no futuro. Por isso fez tanta questão de que ela dormisse no sofá. É claro que era uma tortura para ela, entendia perfeitamente, mas também sabia que ela entenderia o porquê de ter feito dessa forma. Se ela estivesse ali tinha certeza que fariam qualquer coisa menos dormir.

Bufando, colocou o travesseiro na cara e sentiu vontade de gritar. Estava parecendo uma adolescente idiota que acabou de dar o primeiro beijo. Estava ansiosa demais para conseguir dormir, embora seu corpo estivesse esgotado por causa de dois dias seguidos curtindo o Carnaval.

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