Oi, Gente, Voltei

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25 de dezembro, 00:00

A árvore de Natal na sala da família Peixinho brilhava com milhares de enfeites coloridos. A casa estava lotada, com primos, tios e mais um bando de gente e, embora estivesse com metade do seu coração em São Paulo, Carolina estava muito feliz por ter como passar aquele momento tão especial com sua família. Eles eram tudo para si, seu ponto mais firme quando não havia ninguém em volta para segura-la, tudo que se tornou hoje devia a cada um deles. Principalmente seus pais e a sua irmã.

Todos brindaram juntos quando deu meia noite, comemorando a data tão especial. Logo após, se abraçaram e desejaram felicitações uns aos outros. A festa só havia começado, muita comidas muita bebida. Carolina estava agoniada querendo comer tudo, mas sua mãe sempre cismava com aquele negócio de esperar meia noite, por isso 00:01 estava com seu prato em frente a mesa, colocando de tudo um pouco.

Não deu nem bola direito para os integrantes da família, estava com uma fome desgraçada. Então, só depois que se sentou na mesa para comer, pegou o celular para verificar as mensagens e enviar algumas para alguns amigos queridos. Com a coxa já mordida do peru na mão esquerda, digitava com uma mão só mandando mensagem primeiro para Gabi no privado, depois foi até o grupo dos amigos da sexta-feira santa e digitou uma nova mensagem. Também não esqueceu de enviar uma mensagem de áudio, embora a boca estivesse cheia de farofa, para as gafishers no grupo.

Depois disso, apenas se concentrou na comida e respondia ocasionalmente alguém que puxava assunto e Clarisse que ficava enchendo o saco a cada segundo com perguntas sobre Gabriela e Hari, porque o celular dela estava descarregado.

- Me empresta seu celular, Carolina - a Peixinho mais velha chegou pela milésima vez.

- Oh, vei, é barril curtir festa contigo - revirou os olhos, mas não pegou o celular. - O seu já deve ter carregado.

- Ainda não. Eu preciso mandar mensagem para os meus amigos, vei. Deixa de ser ruim!

- O Natal dura até 23:59. Ainda é 00:19, tem muito tempo pra você mandar mensagem.

Clarisse cruzou os braços e bufou.

- Mainha, Carolina não quer me emprestar o celular um minuto.

A baixinha arqueou as sobrancelhas, descrente.

- Cê tem quantos anos?!

- Mainha!

- Empresta o celular para ela, Carolina.

- Eu não.

- Me empresta, vei. Só um minuto.

- Não!

- Painho...

- Cê pare, viu? Eu vou voar no seu pescoço, Clarisse.

- POR FAVOR! Eu vou chamar painho.

Carol bufou de novo e pegou o iPhone, entregando pra ela.

- Agora cê some da minha frente, Clarisse.

A mais alta pegou o celular e saiu correndo da sala. Extremamente irritada, Carol voltou para seu prato de comida. Àquela altura do campeonato já tinha perdido a vontade de comer.

Mas comeu mesmo assim.

(...)

28 de dezembro

Como o recesso estava na porta, Carolina aproveitou para fazer uma surpresa a Gabriela no aeroporto. Era pouco mais de três da tarde quando o avião vindo de São Paulo pousou no aeroporto de Salvador e uma mulher perfeita, vestindo calças jeans e camiseta regata azul passou pela área de desembarque com uma pequena mochila surrada nas costas.

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