Belo Horizonte

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Carolina passou uma semana inteirinha com Lívia na ilha. Juntas de  divertiram muito e curtiram tudo o que aquele local maravilhoso tinha a oferecer. Fizeram mergulho, andaram de barco, exploraram as trilhas, entre várias outras coisas. Era impressionante como tudo aquilo a fazia esquecer de todos os seus problemas, era como se só existisse a si mesma e aquele mar perfeito. Além de Cady, é claro, que a fazia rir a cada cinco segundos.

Nesse tempo todo, não falou com Gabriela. Também não tocaram mais no assunto que a envolvia, realmente apenas deixaram todos os problemas de lado e se concentraram em absorver tudo de bom que a natureza podia oferecer.

Era domingo da semana seguinte quando voltaram para Salvador. Peixinho desmarcou todos os compromissos que tinha e os remarcou para a outra semana. A segunda já começaria a todo vapor e por esse motivo decidiram deixar o hotel bem cedo e passar o dia na estrada. Quando chegaram, já era hora do almoço.

Lívia alegou que precisava ir até a casa do irmão buscar Bela, que deveria estar uma fera por ter passado tantos dias fora e não a ter levado. Uma criança de 8 anos já tinha noção suficiente das coisas e Peixinho só pensava no quanto queria ter um filho também.

Ao se despedir, abraçou a amiga apertado, ficando levemente na ponta dos pés, e se demorou por longos segundos. Estava renovada, leve e muito contente. Havia voltado a ser o que era antes e estava muito feliz por saber que tinha amigos que estavam ao seu lado em qualquer momento de sua vida. Se sentia privilegiada.

Agora sozinha, ligou para Clarisse enquanto ia para casa. Avisou que já estava de volta e que ela podia tirar uma semana de folga para compensar a semana passada toda em que trabalhou sozinha. Chegou em casa, tomou um banho demorado e mandou ligou finalmente a internet de seu celular.

O aparelho quase pifou de tantas mensagens, o WhatsApp ficou apitando por minutos. Por isso o deixou de lado e se concentrou em ajeitar alguma coisa para almoçar. Ao voltar com um prato cheio de verduras, pegou-o de cima da mesa e catou a conversa de Gabriela. Tinha 14 mensagens. A última dizia que estava procurada com o sumiço e que queria conversar.

Foi automático. Seu coração acelerou somente de ler as mensagens. Muitas diziam coisas sem nexo, como se ela tivesse digitando bêbada. E no meio havia um áudio, do qual ouviu sem nem perceber que estava prendendo a respiração.

"Eu não consigo acreditar que você tenha realmente seguido em frente, não depois de tudo que passamos. Eu... Peixinho, eu te amo demais. Eu sei que só faço burrada, mas gostaria de consertar todas elas, todas. Não some desse jeito e me deixa aqui sem saber de notícias suas. Isso me mata... Me diz que você ainda me ama"

Carol sentiu vontade de chorar, como se um caminhão inteiro de cimento fresco tivesse sido jogado em cima de seu corpo. Deixou o celular sobre o sofá e passou as mãos no rosto, respirando fundo e pensando se deveria mesmo fazer o que Lívia havia sugerido. Por isso não comentou nada sobre ir até lá, apenas mandou uma mensagem dizendo que passou a semana viajando com uma amiga e que o lugar não pegava internet, mas que estava bem e que já estava de volta a Salvador.

Querendo aproveitar o restante do domingo, terminou de comer foi para o quarto dormir. Só acordou quando era sete da noite, com o celular despertando. Quando o pegou, viu que não se tratava do despertador e sim de Gabriela ligando. Suspirando, rejeitou a ligação e abriu a conversa dela do WhatsApp. Não estava pronta ainda para conversarem por ligação. Sabia que se o fizesse, começaria a chorar.

- Onde você estava? Fiquei preocupada - a última mensagem de Gabriela dizia.

- Fui pra Boipeba com Lívia. Foi ótimo pra mim, tava precisando - respondeu. - Eu queria conversar com você, mas sei que está em turnê e não pode vir aqui agora. Essa semana e a outra eu vou tá bastante ocupada, mas posso te ver assim que ficar livre?

Te Espero No FarolOnde histórias criam vida. Descubra agora