Diagnósticos

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- Levanta desse chão sujo - Victor puxou Natália pela mão e a ajudou a se levantar. - Você não precisa ficar bancando a fortona não, vei. Venha cá me dá um abraço, venha.

Nat abraçou Victor e chorou, mas não por muito tempo. Precisava dar apoio a Carolina, ela estava péssima e não parava de chorar. Ainda não tinham notícias de nada, ninguém apareceu para deixá-los a par da situação. Todos estavam muito preocupados.

Por isso afastou do amigo e secou as lágrimas, respirando fundo logo em seguida. Foi até onde Carolina estava encostada, envolta em pensamentos e lágrimas.

- Minha nega, venha cá, venha - disse para ela, tirando-a dos pensamentos. - Venha me dar um abraço.

- Oh, meu amor.

Carolina se aproximou e a apertou em um abraço cheio de significado. Nesse momento, chegou um homem vestido de jaleco impecável. Era novo e alto, pele negra e um sorriso simpático. Parecia trazer boas notícias.

- Menina, ele é gato... Ai - Victor cochichou no ouvido de Lívia, que respondeu com uma cotovelada.

- Por enquanto temos notícia de Hariany Nathalia Almeida e de Gabriela Hebling - o médico começou a falar, o que fez com que a família de aproximasse e ouvisse com atenção.

- Como elas estão, doutor...?

- João Carlos - ele apertou a mão da mãe Peixinho. - No acidente, as duas tiveram uma leve concussão. Hariany chegou com muita febre, mas no exame de sangue constatamos que ela já estava com sintomas de gripe antes do acidente e a pancada na cabeça somada ao entorse do ombro fez com que o corpo reagisse em forma de defesa. Tivemos que suturar o corte, mas não é nada com que se deva preoupar.

Embora ainda faltasse notícias de Gabi e Clara, Natália fechou os olhos e respirou fundo de alívio em saber que Hari estava bem.

- E Gab, doutor? - Carolina perguntou o que ninguém teve mais coragem. - Como ela tá?

- Gabriela tem um caso um pouco mais complicado, mas não mais do que a primeira que deu entrada e está sendo atendida por outros médicos - o doutor trocou as fichas na mão e Carol limpou os resquícios de lágrimas do rosto. - Entao, Gabriela ainda está passando por exames mais complexos. Ela chegou aqui inconsciente, apesar de os bombeiros disserem que ela esteve acordada durante todo o socorro. Não sabemos como, porque fisicamente seria impossível se manter acordada com as fraturas que ela chegou aqui.

As pernas de Carolina quase cederam, mas sua mãe a apoiou com um braço na cintura, dando-lhe forças para continuar ouvindo.

- A gente acredita que ela se esforçou para ficar acordada somente para que as meninas fossem tiradas do carro. Foi passado no relatório que Gabriela avisava o tempo inteiro que estava com a perna presa, mas no fim foi constato que na verdade não estava.

Todos franziram as sobrancelhas, mas Carolina não.

- Lívia me contou, mas não entendi direito.

- Ela não estava com a perna presa, mas sim com um objeto perfurado em sua panturrilha, mas ela não sentiu isso, o que nos leva a duas opções, já que ela está desacordada: Possíveis danos na espinha dorsal ou algum dano pouco significativo a nível de inervação motora. Estamos trabalhando para descobrir isso o mais rápido possível.

Carolina virou de costas e saiu sem nem mesmo ouvir o final, mas Lívia e o restante se manteve presente.

- Tem mais né? - Cady perguntou.

- Tem. O raio-x mostrou duas costelas quebradas e o corte da cabeça felizmente não vai precisar de pontos.

- Tem alguma previsão de notícias sobre a Clarisse? - Perguntou a mãe, preocupada.

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