Te Espero No Farol

A Conversa

Socorro, chegueeeeeeeei. Consegui manter a promessa de um capítulo por dia. Hoje o dia foi cheio, dia de beleza e de faxina na casa. Imagine a loucura. Só consegui começar a escrever as 18h, mas toda hora alguém vinha atrapalhar. Me esforcei, mas consegui. Eu espero que gostem do capítulo, coisas lindas.

Beijinhos <3

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ONTEM

Mesmo a noite, a temperatura estava insuportavelmente quente, sem indícios algum de chuva. O céu estava limpo e as estrelas dividiam o espaço com a brilhosa lua que ainda se mostrava tímida. As ruas continuavam lotadas, os foliões se divertindo como nunca. Depois que Carol e Gabi foram embora, o restante do pessoal continuou seguindo Daniela Mercury pelo que faltava do circuito, bebendo e pulando sem parar. Não comentaram mais sobre o casal recém-formado, pois não queriam perder mais nada da festa.

Depois que o trio parou finalmente em Ondina, decidiram terminar a noite em um bar por ali mesmo. Já era quase meia noite quando decidiram voltar finalmente para o hotel. Elana e Dan foram na frente de Uber e Paula, Bella e Hari fizeram o mesmo uns dez minutos depois.

Esperta como era, Bella entrou logo no banco do carona e deixou que as duas ficassem no de trás. Não queria segurar vela das duas e o clima estava pesado demais para sequer pensar no assunto. Elas não disseram nada a viagem inteira e Isabella queria gritar com elas por causa disso. Onde já se viu? Elas deram aquele beijão no circuito e não se falaram mais depois disso. Só queria ser uma mosca para ver o que aconteceria quando elas chegassem no quarto.

Se fosse uma boa pessoa, ofereceria a uma das duas dormir no seu quarto, mas não era. Muito pelo contrário, queria mesmo era ver o circo pegar fogo. Sem direito a corpo de bombeiro para apagar as chamas.

Quando Hari se despediu de Bella com um abraço e foi em direção ao quarto ao lado, sentiu todo seu corpo se retrair de nervoso. Odiava ter que ficar sozinha com Paulinha depois do que aconteceu. A forma como ela reagiu depois do beijo foi como um balde de água fria. Ela atiçou e correu depois que aconteceu. Não sabia como reagir, não sabia se ela a odiava. Sua única certeza era que queria beijá-la outra vez. Nada mais.

Assim que entrou no quarto, foi direto para o banheiro tomar um banho. Estava um nojo de tanto suor e também não queria ver a cara dela. Agora sabia como Gabi se sentia quando estava começando a gostar de Carol, sem saber o que fazer. Depois que saiu, viu-a passar e fazer o mesmo. Tudo que fez foi deitar na cama para dormir, nem fome conseguia sentir. A bebida ainda rodava, era como se estivesse em uma montanha russa sem fim, mas estava com tanta raiva que aquilo não chegava nem a ser incômodo.

- Cê tá com raiva? - Paulinha perguntou assim que deitou na cama de casal.

- Não - mentiu. - Cê faz o que quiser de sua vida, uai.

- Eu não to com raiva docê também... e-eu gostei do beijo - ouviu-a suspirar. - Não quis falar isso na rua, mas eu fiquei com ciúme docê com Gabi hoje.

Como se não acreditasse nas palavras dela, Hariany virou o corpo e a observou em silêncio. O quarto não estava tão escuro, pois a iluminação da rua entrava pela janela parcialmente fechada pela cortina.

- Era só brincadeira, eu não sou afim de Gabriela - explicou, ainda sem acreditar.

- Mas era, sô...

- Cê gostou mesmo?

- Gostei.

As batidas do coração de Hari começaram a atropelar umas as outras, quase se fazendo ouvir pelo quarto agora silencioso. Ainda tinha dúvidas, afinal ela estava bêbada, mas não queria mais se segurar. No dia anterior conversou com Gabi e deixou claro que iria beijá-la quando chegassem no quarto, mas acabou se acovardando.