Te Espero No Farol

GABRIELA!

Segura essa maratona!

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Carolina não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Ela tinha mesmo dito que comprou todo aquele espaço e que era a nova casa dela? Não, não estava acreditando. Gabriela iria morar em Salvador? Pelo amor de Deus, estava surtando com ela sorrindo daquele jeito tão caloroso enquanto esperava por uma resposta.

- Você vai vir morar aqui? - Indagou, com medo da resposta.

Ela dizer que aquela casa é dela não significava que ela viria morar em Salvador né? Com o tempo aprendeu a manter os pés bem presos ao chão para que o tombo não fosse muito grande. Morria de medo de quebrar a cara.

- Assim que o apartamento tiver pronto, eu me mudo pra cá - ela explicou e Peixinho abriu a boca.

Estava sem reação, não sabia o que falar ou fazer, por isso se virou para varanda novamente e viu o sol se aproximando do mar. Seu coração ficou quente e uma vontade de gritar invadiu todo o seu ser. Apoiou as mãos na grade da varanda e suspirou, maravilhada.

- Isso não é tudo. Vem comigo.

Gabriela a puxou pela mão delicadamente e Peixinho não sabia se estava pronta para mais surpresas, mas a seguiu mesmo assim. Atravessaram um cômodo grande e vazio, com cheio de tinta fresca e não pôde deixar de imaginar como aquilo ficaria mobiliado. Sentiu uma imensa vontade de ajudá-la nesse quesito.

Passaram por mais dois cômodos antes de saírem por uma porta para um lugar aberto.

- Gabriela, você comprou a cobertura desse prédio?! Você é doida??

Incrédula, observou-a dar de ombros, como se aquilo não tivesse sido absolutamente nada. Olhou em volta e prendeu o ar mais uma vez com tanta lindeza. Sobre o piso de pedra bege havia algumas espreguiçadeiras, em volta de uma pequena piscina. Do outro lado havia uma churrasqueira e uma mesa com quatro cadeiras perto de vasos enormes de plantas.

- Essa é a única parte que não precisa mexer em nada - ela explicou naturalmente.

- Gabriela? Quanto você deu nisso aqui?

- E não é só isso - Gabriela ignorou a pergunta. - Hari comprou o andar debaixo e vai vir morar em Salvador também.

- É o quê?!

Gabriela riu.

- A gente conseguiu um bom desconto com a imobiliária. Ela vem só mês que vem e eu preciso resolver umas coisas em São Paulo primeiro antes de vir também.

- Eu não tô acreditando que você vai morar aqui...

- Agora eu vou ficar por perto sempre e nada mais vai estragar o que temos - ela pegou em sua mão. - Eu quero recuperar tudo que nós tivemos, meu amor. Me dá mais uma chance de te fazer feliz? Namora comigo de novo - Gabriela se aproximou e segurou seu rosto, uma mão em cada bochecha. - Eu nunca tirei a aliança porque sempre tive a esperança de que eu conseguiria te reconquistar. Eu te amo muito, Carolina. Me dá mais uma chance? Prometo que nunca mais vou fazer você chorar.

Peixinho sorriu abertamente, mas mordeu os lábios com certa incerteza. O coração faltava pular pela boca, batendo tão acelerado que chegava doer. Não queria mais sofrer, mas sofria mais estando longe dela, por isso assentiu devagar, olhando-a nos olhos.

- Vamos tentar mais uma vez - falou devagar e sorriu ao nota-la abrir um sorriso de orelha a orelha.

E a paulista finalmente a beijou. Dessa vez um beijo sem medo e ressentimentos, um beijo repleto de amor e felicidade. Carolina a correspondeu na mesma hora e ficou na ponta dos pés para poder beijá-la melhor. Envolveu os braços no pescoço esguio e sua língua na dela. Era como se a estivesse beijando pela primeira vez, pois as borboletas no estômago voavam sem parar. Uma sensação tão gostosa que Carolina não queria que acabasse, não queria que ela parasse de beijá-la.