Mulher é Melhor Que Homem

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Hariany poderia muito bem colocar na cabeça estava aos beijos com a melhor amiga de Carol porque na verdade não conseguia esquecer Paulinha. Mas isso não seria verdade, não totalmente. Embora ainda estivesse triste com o fim que levou algo que nem havia começado, sentia falta dela sim, mas uma falta mais de amizade, do que tinham dentro da casa. De todo o carinho que tinham uma pela outra, a preocupação, o cuidado e o zelo. Não dos beijos e das noites que tiveram.

Embora curto o lance, Paulinha havia sido a primeira mulher com quem teve um relacionamento sexual. Já havia beijado outras meninas e havia gostado, mas nunca foi além disso, exceto com ela. O que tiveram foi tão especial e inesquecível que as vezes se pegava pensando porque ela tinha que ser tão cabeça dura a ponto de estragar tudo por questões que inflariam o seu próprio ego.

Então conheceu Natália. Bem, até teve oportunidade de conhecê-la durante a eliminação de Carol, mas sua agenda estava tão lotada de entrevistas que mal puderam trocar mais que um Olá. Havia achado-a linda demais logo de cara e o sorriso simpático contagiava qualquer um que estivesse a sua volta. Natália era como se fosse o mar de ressaca depois de uma tempestade avassaladora, que saía destruindo tudo sem dó nem piedade, com ondas de mais de cinco metros de altura.

Depois disso não se viram mais. Passou alguns dias no RJ e depois precisou voltar para Goiás. Aí durante todo o ano, só teve contato com Carol, afinal até foram para os Estados Unidos juntas. Paulinha e Bella também foram, o que deixou tudo ainda mais divertido. Aí veio o Carnaval, mas mais uma vez não teve a chance de vê-la de novo, afinal ela estava passando as férias fora do Brasil.

E foi quando a viu chegar na festa, a expressão cansada misturada a uma felicidade contagiante. Foi como se ondas estivessem tomando conta de toda a estrutura que comportava o evento. Hariany se sentiu levada por uma tsunami, sem condição nenhuma de nadar contra a correnteza.

Agora estava ali no apartamento dela, trocando beijos urgentes, como se as bocas estivessem esperando pelo momento certo por muito tempo. A luz do sol adentrava pela varanda, mostrando que já deveria ter passado das sete da manhã, mas nem uma das duas percebeu isso.

Enquanto a beijava, em pé ao lado do sofá, acariciou a lateral do corpo curvilíneo e a sentiu suspirar contra seus lábios. Somente isso lhe desencadeou uma sequência de arrepios, então apertou ambos os lados da cintura dela com força, obrigando-a a soltar um fraco e rouco gemido de dor. Alguns segundos depois, separou os lábios e a olhou nos olhos. Natália parecia um pouco perdida com o que sentia, mas não podia culpá-la.

- Vamos dormir - Hari falou e riu fraco quando ela franziu as sobrancelhas. Ainda conseguia sentir o efeito da bebida. - Eu poderia ficar beijando você o restante do dia, mas cê tá cansada.

- Isso é verdade, viu?

E parece que o momento mágico que estavam tendo, simplesmente se dissipou. Natália ficou vermelha por algum motivo e deu dois passos para trás, afastando os corpos. Hari a olhou, mas não disse nada a respeito. Ela havia de rendido duas vezes seguidas a uma mulher depois de bater o pé dizendo que era hetero, então podia imaginar o quanto a cabeça dela deveria estar confusa naquele momento. Por isso a respeito, aproximando-se devagar e dando um beijo demorado na bochecha levemente rosada.

- A não ser que você tenha um quarto de hóspedes, eu vou dormir aqui no sofá - disse para ela.

- Tem o quarto de Carolina, você pode dormir lá.

- Carol tem um quarto na sua casa? Eu devo sentir ciúmes?

O tom de brincadeira das perguntas fez com que Nat risse, o que acabou deixando Hari um pouco mais leve, como se duas toneladas tivessem saindo da suas costas a cada segundo de risada dado por ela.

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