8|| um cara legal, de bom coração.

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John me ajudou a descer do cavalo quando chegamos, e pediu para um dos cuidadores leva-lo para o estabulo, dar água e feno. E então, me guiou para dentro do chalé amadeirado. E pensar que a ultima vez que apareci aqui, foi por que corri de um coiote que me atacou na floresta do outro lado da estrada. Esfrego onde antes tinham pontos, mas agora só havia uma cicatriz quase totalmente curada. "Isso dói?", ele pergunta apontando para meu pulso. Faço que não com a cabeça, e ele abre a porta, fazendo menção para que eu passasse primeiro. Cruzo meus braços atras das minhas costas, enquanto caminho pela casa, observando seu interior. Eu sei que já vim aqui antes, mas na claridade a casa era muito menos intimidante, mas ainda assim cheirava a colonia masculina com certo toque amadeirado fresco. Ele me guia até a cozinha, e puxa um banco alto perto da bancada para que eu sente. Eu agradeço, e ele sorri. John me devolve meu chapéu e eu o coloco sobre a bancada. "Então, John. Qual a sua história?", pergunto a ele, enquanto ele amarra o cabelo em um coque. "Como assim, Marie?", apoio minha cabeça em minhas mãos apoiadas na bancada. "Sua história, ué. O que você faz da vida?", ele enche uma chaleira de água ascende o fogo e a coloca para esquentar. "Anh, no momento estou de férias forçadas. Mas trabalho com investigação.", ele sorri, enquanto prepara os sachês de chás em nossas canecas. "Então você é um policial afastado?", ele balança a cabeça de um lado para o outro. "Digamos que sim.", ele se senta ao meu lado. "E você, Marie?", franzi o cenho. "O que tem eu?", ele apoia a cabeça em uma das mãos, e me olha. "Me fale mais sobre você. Além de escritora, e tocadora de gaita, o que mais você sabe fazer?", ele ri. "Um Monte de coisas chatas de fazenda. Que tenho certeza que você não está afim de saber.", Dou dou de ombros. "Ah, qual é! Me fala sobre isso.", ele me encoraja. "Bom, eu sei ordenhar vacas, montar cavalos, sei pintar também. E sou ótima doceira.", digo convencida. "Oh, então você sabe fazer doces?", Faço que em com a cabeça. "Qualquer um?", Afirmo que sim. "Se eu não souber, é só me dar a receita que eu faço. Porque cozinhar é isso, acerto e erros. O que você não sabe você aprende.", ajeito meu cabelo atrás da orelha. "Acho que tudo na vida é sobre acerto e erro, Marie. Mas gostei disso. Você é autêntica assim como sua escrita... Falando nisso...", a chaleira apita. " Você pode nos servir de chá? Eu vou no meu quarto buscar uma coisa. Já volto!", concordo que sim, e me levanto do banco, indo fazer o que ele me pediu, enquanto ele sai da cozinha. Desligo a chaleira e despejo a água em nossas canecas. Ouço seus passos pesados entrarem no assoalho da cozinha e levanto nossas cabeças fumegantes. "Me segue. Tem uma mesa na varanda dos fundos.", ele aponta com a cabeça. Sigo ele que carregava um livro nas mãos, - meu livro -, ele realmente estava lendo! Ai meu Deus! Ele deve achar que eu sou uma tarada! Senti minhas bochechas corarem.

Já na varanda, nos sentamos em uma mesa rústica feita de toco de madeira, era muito bonito. Tinham duas cadeiras ali, naquele estilo poltrona solitária. Eu me sentei de frente para a paisagem a nossa frente, que nos mostrava uma floresta com pinheiro bem verdes, e John sentou ao meu lado. Coloquei nossas canecas sobre a mesa, e me ajeitei na poltrona."Aqui é bem bonito, né!?", ele diz levando a caneca a boca. E eu concordo com a cabeça fazendo o mesmo. "Hoje está um típico dia que eu gosto. Friozinho, nublado, ótimo para isso que estamos fazendo.", digo levantando a caneca. Suspiro fundo. "Na verdade, eu deveria estar escrevendo, mas estou com bloqueio criativo.", dou de ombros frustrada. "Ainda? Achei que você tivesse escrito alguma coisa.", tomo mais do chá. "Eu escrevi, mas li e reli, e achei uma merda!", digo irritada." Marie, relaxa. Não se cobre tanto. Quanto mais você se cobrar, mais bloqueio você terá. Tente fazer coisas novas, talvez te ajude.", Concordo com a cabeça. " Então... Você realmente está lendo A história de nós 2?", aponto para meu livro sobre a mesa. Ele faz que sim com a cabeça e tira uma caneta do bolso da calça jeans. "Na verdade estou no último capítulo. Mas quero que você faça uma coisa para mim.", arregalo meus olhos. "Pode me escrever uma dedicatória?", coloco a caneca sobre a mesa. "Claro.", dou um largo sorriso. Pego a caneta de sua mão, tiro a tampa, e abro a primeira página em branco do livro e decido escrever uma piadinha.

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora