52|| I did what?

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[NOTA DA AUTORA]

Para esse capitulo vou indicar 5 musicas para voces ouvirem enquanto leem:

1. Hate the way you love me — John Paul White

2. Wine after whiskey — Carrie Underwood

3. When someones stops loving you — Little Big Town

4. Dear Marie — John Mayer

5. Dear John — Taylor Swift

PRONTO, TENHAM UMA BOA LEITURA! ♥

PRONTO, TENHAM UMA BOA LEITURA! ♥

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Naquele mesmo dia, antes de ir dormir, eu editei o que tinha que editar no livro, mas estava tão cansada , que me peguei cochilando em cima do teclado do notebook. E me lembro de John me pegar no colo e me deitar na cama para dormir... Mas nada, nada naquela noite me preparou para o que aconteceria assim que eu acordasse...




Quando a luz do sol invadiu o quarto na manhã seguinte, me virei na cama e vi o lado de John vazio. E me virei na cama para procura-lo pelo quarto, e o achei sentado na cadeira onde da escrivaninha onde o note ficava, segurando a cabeça com as mãos, e ao olhar para a tela do note ainda ligada atras dele, senti um arrepio gélido percorrer todo meu corpo, e me sentei abrupta na cama. Respirei fundo e o chamei. O olhar que ele me deu, fez com que cada átomo do meu corpo paralisasse no lugar. E foi naquele momento que eu percebi, eu simplesmente soube, acabou. "Me deixa explicar, John", ele não diz uma palavra se quer. Apenas me dá um balançar frio de cabeça. "Johnny, escuta...", digo me levanto indo até ele e me ajoelhando entre suas pernas. "Não, Marie. Eu não quero ouvir. Eu não quero ouvir, porque eu li. Tudo, cada maldita pagina, eu li!", as palavras travam em minha garganta. "Você pegou tudo oque eu te disse, cada palavra de algo intimo que eu já te contei, e transformou em um livro. Que pinta de mim, um cara que foi imaturo boa parte de sua vida, e que por conta disso, cada mulher que passou em sua vida, o deixou amargurado, até encontrar uma, que fosse capaz de entender seu coração, e o fizesse enxergar a luz. Você fez de mim um homem carente e idiota, na ficção!", eu nego com a cabeça. "Não! John, não!", ele levanta da cadeira passando por mim. "Me diz quando? Quando foi que você a me usar?", olho para ele. "A fazer o que?", ele leva as mãos a cabeça. "Não se faça de desentendida, você entendeu o que eu disse!", ele berrava agora, o que fez Moose latir do lado de fora da porta. "Você acha que foi isso que eu fiz? Te usei?", ele me olha com raiva nos olhos. "Sim! Foi exatamente isso que você fez! Você pegou a minha vida, e transformou em uma historia sem a minha permissão! Você pegou histórias que contei e momentos que vivi, e colocou nas paginas desse livro. Você me usou, Marie-Annie, de maneira mais baixa e mesquinha!"

 Ouvir aquilo fez as lagrimas brotarem em meus olhos, me forçando a levantar da cadeira, e olhar bem para o arquivo do meu livro. Porque algo estava errado... Ele estava falando da mesma historia que eu havia acabado de redigir ontem? Não podia ser! Enquanto eu lia, eu ouvia ele andar pelo quarto. "Quando, nós conseguimos acessar ao conteúdo de video que as cameras do quarto tinham gravado, eu quis vomitar, por ter visto o que Lolita havia feito com você. Mas ela ficava repetindo sobre a droga do livro. E você, não dizia coisa com coisa, creio que com  medo do que as cameras gravariam. E eu juro, jamais mexi em nada seu, enquanto esteve aqui. Nada. Nenhum livro, ou sua bolsa, nem mesmo seu celular. Eu nunca toquei em nada que é seu, porque sempre respeitei o espaço e a individualidade do outro. Mas ontem, quando coloquei você na cama, porque você estava dormindo de tão cansada. Seu notebook, ficou ligado, e eu consegui ler as ultimas palavras que você havia escrito, 'ninguém vai te amar direito, foi o que John disse para mim', e eu pensei? John? Eu nunca disse isso! E me vi ler seu livro do inicio ao fim para entender a sentença, e ai compreendi, que você me usou de plano de fundo para sua historia ficticia!", me virei para ele. "Você sabe como as historias funcionam para um escritor?!", finalmente consigo dizer algo. "Não. Até ler o que você escreveu. Vocês escritores são um bando de usurpadores! Voces usam as pessoas sem as pedir licença para isso. E isso é baixo! Em níveis inenarráveis, Marie! Eu podia processar você por isso, sabia?", engulo seco. "Mas não é isso que eu vou fazer. Eu queria que você publicasse seu segundo livro, e você vai publica-lo. Por isso fiz questão de enviar o arquivo finalizado para sua editora. E provavelmente, daqui a cerca de um mês a publicação física deve sair, e você vai faturar muito as minhas custas. E ótimo, bom para você, mas eu nunca mais quero ter que olhar para você, ou ouvir o som da sua voz. Suas coisas estão lá embaixo, dentro das mesmas malas que você trouxe. Você volta para Paradise Valley hoje! E eu não quero mais te ver!"

Um buraco negro se abre no meio do quarto e eu posso sentir ele me dragar para dentro dele. John estava me mandando embora da vida dele por causa do livro. Não! Levanto da cadeira e tento abraça-lo mas ele me afasta. "Não toca em mim, Marie. Eu não consigo! Você me usou.... Então para mim, acabou", ele diz com a voz mais calma o possível. "John, não faz isso comigo. Não isso com a gente. Eu coloquei meu coração em cada paragrafo desse livro! O que foi que você entendeu dele, para ficar assim?", ele ri de um jeito sombrio. "Imagina se você gostaria de ter sua historia distorcida nas paginas do livro de alguém, Marie? Imagina, você sendo uma pessoa publica, se você gostaria, que alguém pegasse a sua historia e fizesse dela um livro distorcendo a pessoa que você é, o que você faz e como você vive. Você iria gostar?", eu sustento o olhar dele. "Depende. Se aquela pessoa tivesse colocado seu coração em cada coisa que disse, eu ficaria feliz por ter alguém que me amasse a ponto de escrever sobre mim!", ele ri sem humor. "Você é inacreditável! Acorda Marie, a vida não é uma fazenda no meio do nada, onde você viveu para ordenhar vacas e fantasiar historias. É preto e branco. Feio e escuro! Você tomou sol na cabeça demais! Porque vive em um mundo que não existe!", empurro ele. "Foda-se! Foda-se você, e o que você pensa! Eu coloquei meu sentimento naquelas paginas, e se você não sabe ser grato por isso, você pode beijar minha bunda country! Eu não vou ficar aqui tentando te explicar o que eu escrevi, porque obviamente você já tem uma opinião formada sobre. E se é isso que você quer, que eu vá embora, eu vou. Porque se tem algo que eu aprendi enquanto, como você mesmo disse, "fantasiava historias", é que quando alguém te diz para ir embora, você pega teu orgulho e tuas coisas e simplesmente vai!", me afasto dele fecho meu notebook e saio puxando o fio do carregador com raiva sem me importar do dano que aquilo possa causar. 

Abro a porta do quarto e Moose está ali inquieto, e me segue assim que passo por ele, desço as escadas o mais rápido que posso e quando chego a sala, minhas malas estão lá do jeito que ele disse que estariam. Pego meu casaco no cabideiro, e abro a porta me preparando para pegar minhas coisas e sair por ela. John não aparece por ali, mas Julian sim, no momento em que saio pela porta puxando a mala mais pesada. Ele não pergunta o que aconteceu, só pega a mala de minha mão, e para o primeiro taxi que passa por ali, eu volto para sala, pego minha mochila, a coloco nas costas, e me ajoelho para me despedir de Moose. "Me desculpe, garotão. A mamãe tinha tantos planos... ", esfrego minhas pernas e me levanto para partir, dando uma ultima olhada para dentro da casa. Eu não sentiria falta da casa, mas com certeza sentira falta de John... E pensando no diabo ele aparece ali, e fica imóvel. "John...", ele respira fundo. "Apenas vá para casa, Marie. Vá para casa!", concordo e me viro antes das lagrimas correrem como rios pelo meu rosto, atravesso o quintal feito um furacão, e agradeço Julian por segurar o taxi para mim, quando ele fecha a porta. "Marie, eu sinto muito.", ele diz pesaroso. "É... Eu também."

O taxi segue. E eu olho para trás vendo o labrador preto correr atras dele, e aquilo parte meu coração, mas ver que seu dono continuou parado no mesmo lugar, doeu muito mais. 

É o fim. Eu o perdi. 

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora