14|| your heart is glowing and I'm crashing into you.

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~JOHN POV 🌺

Eu sabia que não deveria ter vindo atrás de Marie. Passei o resto do dia de ontem e a porra do dia inteiro de hoje pensando por que diabos tinha dito a ela que talvez não poderia corresponde-la. Tudo o que eu venho tentado nos três últimos anos, é me conectar de maneira verdadeira com alguém, e quando a garota mais maravilhosa de Paradise Valley, mostra que tem interesse, o que o adolescente aqui faz? Corre. Sim, estava me auto-criticando mesmo. Porque aos 41 anos, algumas vezes eu me comportava como o velho Johnny de 17. Era incrível. 

Mas agora, estando aqui com ela e vendo esses seus olhos azuis tão cheios de curiosidade e inocencia, me fazem pensar... Porque não, Johnny? Três anos de solidão é o suficiente, você não acha? 

"Apenas-", Não deixo ela terminar de falar. Me curvo sobre ela e encosto os lábios nos seus, enfiando a língua quente em sua boca relutante. Minha língua se move devagar sobre a dela, saboreando-a primeiro, sentindo sua umidade quente quando começa a se enroscar na minha. Respiramos fundo um dentro da boca do outro e, incapaz de resistir ou negar aquele beijo, seguro seu rosto com as duas mãos e a pressiono com força contra mim, fechando meus lábios sobre os dela com um ímpeto selvagem. Ela geme na minha boca e eu a beijo com mais força, passando um braço em suas costas e puxando o resto do seu corpo mais para perto. E então o beijo se interrompe. Nossos lábios ficam próximos por um longo momento, até que Marie se afasta e me olha com uma expressão enigmática, que faz algo com meu coração que nunca senti. E então seu rosto fica triste e seu semblante murcha na escuridão, substituído por algo confuso e assustado, que ela tenta esconder com um sorriso, mas sei que há algo errado. "Bom, isso com certeza foi um baita primeiro beijo.", Fala alguma coisa, John! , "É... Foi. Então, a gente continua amigo, certo?",  ela confirma com a cabeça, totalmente sem graça. "Annie, você quer que eu vá embora?", Diz que não! Porque não quero ir para casa e ficar imaginando o que esta se passando pela sua cabeça. Eu odeio isso!, "Você pode ficar... Ainda está chovendo.",  dou passo em sua direção e seguro uma de suas mãos. Estava gelada. "Fala comigo, Annie. Você está gelada.", Digo levando sua mão em meu rosto. E a sensação de seus dedos frios em minha pele  me causa arrepios. Ela respira fundo  e aponta sua cama com a cabeça, a sigo e me sento na beirada da cama de modo que fiquemos um de frente para o outro. Mantenho sua mão na minha, e dou um leve aperto. "O que foi? Você está calada. Foi tão ruim assim?", ela nega com a cabeça e dá um sorriso fraco. "Muito pelo contrario... Foi bem bom.", Como se ela tivesse beijado outro cara para fazer uma comparação decente. No que estou me metendo, meu Deus? "Então o que foi? Você parece chateada...", ela brinca com meus dedos. "Você tem dedos compridos...Enfim. Não estou chateada, só tentando processar o que aconteceu.", ela dá de ombros. Alguma coisa na maneira que ela diz aquilo, só me faz ter certeza de que ela estava me escondendo algo, será que isso significou algo para ela? Claro que sim, Johnny! Que pergunta. É o primeiro beijo dela!

 E se eles dizem que os olhos são as janelas para o coração, a boca era a porta. Tudo o que acontece depois que você beija alguém pela primeira vez, é uma descoberta de sentimentos e sensações. Pode ser muito intenso, e dai você tira por si só, que aquela pessoa mexeu com você mais. Ou pode ser apenas um beijo, e pronto. Sem continuações ou reticencias. No meu caso, esse beijo não tinha deixado só reticencias... Ela havia mexido com algo dentro de mim que eu achava ter enterrado: meu coração. E eu sabia que isso era um jogo perigoso. Não o jogo da sedução, porque eu não jogo esses jogos, se eu quero a pessoa, então eu quero a pessoa. Mas com Marie... Desde o momento que a vi pela primeira vez, eu sabia que ela teria o potencial de mexer comigo... Ela era muito doce, e muito arisca. Ela não se jogou em cima de mim nenhuma vez. Ela era engraçada, sincera, inteligente. E tinha uma voz tão doce... Era adorável ouvir sua risada. Ou quando ela ficava agitada e começava a falar as coisas, mais rápidas que um trem bala. E tinha o sorriso, que era uma das coisas que mais me encantavam nela. Só não queria magoa-la. Eu já errei tanto nessa minha vida com as mulheres, já disse tanta merda, que cheguei em um momento da minha vida, que eu cansei de mim. Tipo, cansei das minhas babaquices, atingi os 40 anos e não tinha mais tempo para minhas palhaçadas. E eu sabia que essa garota bem aqui em minha frente, não tinha nenhuma experiencia ou bagagem sobre esse assunto. E ela merecia tanta coisa melhor... E não acho que eu seja a melhor opção... Mas, sou egoísta o suficiente, para tentar. "O que esse beijou significou para você, Johnny?", ela me pergunta do nada. Balanço a cabeça, e passo as mãos em meus cabelos. "Sendo completamente sincero?", ela faz que sim com a cabeça. "Eu não sei. Mas tenho certeza que vai me fazer pensar por uns dias.", tento sorrir para ela. "E para você? E não ouse me enganar. Diga o que quer que seja.", ela pensa um pouco, e acaba se deitando na cama. Faço o mesmo, e observo ela. De perfil ela era ainda mais linda. Como isso é possível?, "Marie? Fala.", ela se vira de lado para olhar para mim, e eu coloco uma das mãos embaixo da minha cabeça. "John... Eu não sei o que te responder. É meu primeiro beijo... E minha cabeça está dando mais voltas que uma onda.", acabo rindo. "Querida, Marie... é só uma onda. Vai passar.", puxo ela mais para perto de mim, e faço com que ela repouse a cabeça em meu peito. "Isso é estranho.", ela diz tensa. "Só é estranho porque você está sendo esquisita"., ela me bate. "Você está esquisito. Eu não!", ela da risada, e Deus. Eu quero morrer ouvindo esse som! "Você tem a risada mais engraçada que eu já ouvi. Toda vez que você rir, eu dou risada. É como um bocejo.", ela ergue a cabeça para me olhar com a testa franzida. "Como assim?", devolvo para ela a mesma cara que ela estava me fazendo agora. "Vai me dizer que você nunca percebeu, que quando você escreve, fala, ou vê alguém bocejando, seu cerebro te faz bocejar também?", ela boceja e eu também. "Tipo, agora.", ela ri. "Aah. Agora entendi." 

Marie se levanta da cama, e eu acabo fazendo o mesmo. "Onde você vai?", pergunto a ela. "Como onde eu vou? Vou fechar a porta do celeiro, a chuva não está com cara de que vai passar tão cedo. Você pode dormir aqui.", ela se vira e desce as escadas. "Você não tem medo de dormir com um estranho?", me levanto a observando fechar a porta e a tranca-la por dentro. Ela vai até uma frigobar próximo á TV, e pega uma barra chocolates, torna a subir as escadas, desligando as luzes da sala. "Você já deixou de ser um estranho faz tempo, Johnny!", gostava da maneira como sua voz ficava quando ela dizia "Johnny", seu sotaque ficava muito evidente. Ela abre a embalagem da barra de chocolates e me oferece um pedaço, que eu mordo e volto a me sentar na cama. Ela entra de baixo das cobertas no lado esquerdo da cama, o que fica mais perto do banheiro, e apaga as luzes do quarto. E então como magica, o quarto é todo iluminado por luzes de pisca-pisca de led. Parecia estrelas no teto do quarto, sobre a cama. Todo o resto do celeiro estava escuro, exceto, a cama. Aquilo era lindo. "Você que fez isso?", ela faz que sim e me oferece mais chocolate, que prontamente eu arranco mais um pedaço. "É lindo!", ela sorri. "Não é!? Eu amo muito isso... Me traz paz.", concordo com ela. "John, você pode tirar suas botas e se deitar na cama, está tudo bem. Não é como se a gente nunca tivesse dormido junto antes.", ela estava falando do dia do apagão. "Aquilo foi inesperado, e... Uma certa mocinha estava com medo do escuro.", provoco. "Eu tenho medo do escuro. Você acha que essas luzes estão aqui à toa?", por um momento eu havia esquecido que seu medo era sério. Tiro minhas botas, e meu casaco, o colocando pendurado no corrimão, deixando as botas próximas a ele. Marie me da o ultimo pedaço de chocolate e se aninha do meu lado. "Boa noite, Johnny", ela diz quase num sussurro. "E obrigada.", balanço a cabeça. "Pelo o que?", ela ajeita o cabelo. "Por ter me dado um baita beijo, do qual eu provavelmente não vou esquecer tão cedo.", Oh, querida, seu coração está brilhando, e eu acho que estou caindo de quatro por você... "Durma, Annie. Só durma."

Amigos, amantes ou nada... Só podemos ser uma dessas opções. Estou tão na merda, cara...

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora