17|| You see us together, chasing the moonlight.

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Por voltas das 19h30 da noite, John e eu subimos a colina de seu rancho até uma espécie de chalé, todo de madeira e pedra, com uma parede de vidro transparente, de onde dava-se para se ver boa parte de dentro dele. Ele abriu a porta para que eu entrasse e entrou atrás de mim em seguida. O lugar era lindo, ele me fez seguir com ele até uma sala, que revelou um estúdio de fotografia, ele ascendeu uma luz negra, e fotos pregadas em varals, estavam por todo lugar. Andei por entre as fotos, e vi várias que ele tirou do pessoal que trabalha em seu rancho, de um alce dentro do rio. De um coiote em frente de sua cabana, o que me trouxe más lembranças do dia em que fui mordida por um, enquanto corria para cá. Me fazendo esfregar o lugar da mordida onde agora havia uma cicatriz em meia lua, de uma mordida. Havia fotos de Moose, de seus cavalos e das vacas ordenhadas do outro lado do rio. Algumas dele mesmo, provavelmente tiradas por alguém. E então um varal com algumas fotos... MINHAS!  Como assim?, Peguei a primeira foto, era de mim lendo jornal, sentada na poltrona da varanda de sua cabana. Uma outra de Moisés deitado em cima de mim. Uma minha escrevendo na cozinha de sua cabana. Mas a última me chamou a atenção... Eu estava de costas dentro do rio: nua. Ele estava na floresta! Ele me viu! “Seu filho da mãe!”, me viro para encara-lo. “Você estava lá! Porque não disse nada?”, ele dá de ombros. “Eu não queria constranger você. Eu estava andando aos arredores e vi você pintando observei em silêncio por um tempo até que te vi tirar as roupas e entrar no rio nua. Eu não podia deixar a oportunidade passar... Tirei a foto e fui embora. Eu juro não fiquei muito mais tempo te observando. O que eu já visto, já tinha mexido comigo o suficiente.”, ele diz. “Ainda não acredito que você me viu nua, John. Eu tô em choque e me sentindo esquisita.", Ele coloca as mãos em meus ombros, “Se te servir de consolo, eu estava sem óculos, então eu praticamente vi sua silhueta num borrão.”, meu rosto está em chamas. Eu não acredito que esse homem estava na floresta, vendo um dos meus momentos mais íntimos de conexão com a natureza. Diacho de homem!, “Vem. Ainda não é aqui que eu queria te levar.”, ele estica sua mão, e eu a seguro. Nos ombros de John haviam duas blanket jackets, que ele havia trago de sua cabana. Nós saímos do estúdio, e saimos na parte de trás do chalé, onde havia umas pessoas em volta de uma fogueira, sentadas em tiras deitadas no chão, com varinhas nas mãos e em sua pontas: Marshmallows. Eles acenaram e saudaram a gente, assim que nos aproximamos. John me fez vestir um dos blankets, e fez o mesmo. Eu me sentei em uma das tiras vagas, e alguém que eu não conhecia entregou a John duas varinhas com marshmallows. “Deixa eu apresentaria você as pessoas que mantém esse lugar em ordem. Da direita para esquerda, Kenny, Denise, Raul e Tiana.”, comprimento a todos eles com um aceno de mão contido e um sorriso. “É um prazer, gente. Me chamem de Marie.”, digo a eles. “ Nós sabemos. Johnny fala bastante de você.”, Denise, a garota de cabelos pretos, diz aos risos, e eu vejo John lançar um olhar em sua direção que parecia dizer 'cala a boca', o que me fez rir. “Vocês todos são de Connecticut?”, olho para John e depois para eles. “Raul é do Canadá. Tiana e Denise de LA, e Kenny é de Connecticut, como eu.”, ele me diz. “E você, Marie? É daqui mesmo? De Montana?", Tiro minha varinha do fogo, e vejo se o marshmallow está no ponto. Está. Tira a crosta queimada, sopro e coloco na boca. “Nascida e criada.”, digo a Tiana, a garota de cabelos curtos Channel. “Eu cresci aqui em Paradise Valley.”, digo mastigando. “ Uma garota das montanhas então?”, Raul pergunta. “Sim! Com todos os adjetivos que vem com isso.”, digo orgulhosa. “O sotaque dela é bem forte.”, Raul observa. “ Né?! É uma graça, não acha, Johnny?”, Denise diz aos risos. “Quer parar com isso?!”, havia uma piada sendo feita, que eu não estava entendendo, o que me fazia sentir desconfortável. John me entregou seu graveto com o marshmallow pronto e colocou mais alguns no que antes estava comigo, voltando a colocar ele na fogueira. Tirei o marshmallow da ponta tirei a crosta, e ofereci a John que mordeu metade me deixando metade. Nós passamos a próxima hora conversando sobre Paradise Valley, e sobre o quanto Montana era bonito como um tipo de refúgio. Eu tirei minha gaita do bolso um tempo depois, ensaiei tocar alguma coisa, mas fiquei constrangida quando as atenções se voltaram para mim. E então, Tiana que tinha sumido dentro do chalé voltou com um violão em suas mãos, e entregou a John. “Toque alguma coisa para gente.”, ela pede. Ele enfia a mão no bolso e tira uma palheta de lá. E então começa a tocar e cantar Ain't No Grave, de Johnny Cash. E para minha surpresa, ele cantava como um anjo, – um anjo badass –, eu o acompanhei com a gaita, e foi uma das experiências mais legais da noite. Um tempo depois o pessoal se dispersou, e agora éramos só eu, John e a lua minguante no céu, formando um sorriso prateado e algumas poucas nuvens e estrelas. John ainda tocava seu violão, e minha cabeça pendia em seu ombro, e ele de tempo em tempo, beijava meus cabelos. Eu cantarolei It is what it is, da Kacey Musgraves, baixinho, e de alguma forma, John me acompanhou com o violão. “Maybe I love you, maybe I'm just kind of bored...It is what it is.”, cantarolei.“ Você é cheia de talentos escondidos, Marie.”, ele comenta, e eu dou risada. “ Você também. Além de ser alto e bonito...”, ele vira o rosto para me olhar, com um sorriso divertido nos rosto. “ Você canta e toca muito bem.”, beijo sua bochecha. “Olha só... Ganhei um beijo só por ser talentoso? Essa é nova.”, ele diz me fazendo rir e eu empurro seu ombro. “Diacho de homem! Não pode nem fazer um agrado mais! Dá próxima vez te dou um murro!” ele coloca o violão de lado. E me coloca sentada em seu colo, me fazendo rir alto. “Brava como uma égua, você também, né!?”, bato em seu ombro. “Quer parar de me bater, mulher!?”, cruzo os braços sobre o peito. “Quer você parar de ser irritante?!”, ele gargalha. “Isso não é possível... É o que eu mais faço na vida... Irritar as pessoas.”, ele abraça minha cintura. “É por isso que você veio parar no meio do nada. Por ser irritante.”, retruco. E ele me observa. “Que bom que vim parar no meio do nada, então. Assim conheci você.”, Inferno de homem bom com as palavras. “Cala sua boca.”, mordo os lábios tentando não rir. “Vem você calar!”, ele provoca. “Senhor? Você não pode agir como uma criança, você tem 41 anos. Haja como tal, por favor!?”, ele gargalha tão alto que sua risada ecoa pela colina. “ Você é adorável, quando está sendo irritante.”, me mecho em seu colo e ele me puxa mais para perto. “E você... Você... Merda!”, ele continua a rir. Eu não conseguia xinga-lo a sério. Ele era tão ridículamente espontâneo que achava essas infantilidades engraçadinhas. Acabei rindo também. “Eu vou me ferrar para valer, né?”, pergunto a ele. Que beija meu ombro. “Em que sentido?”, me levanto de seu colo, e me sento novamente, mas dessa vez virada de frente para ele, em seu colo, e envolvo meus braços em torno de seu pescoço. “No sentindo de que você vai me arruinar...”, ele segura meu rosto com suas mãos e me olha profundamente e meus olhos. Nós éramos iluminados apenas pela lua e pelo fogo da fogueira que já não era mais tão intenso como antes. O fogo da fogueira podia estar se apagando, mas o do meu corpo, só se acendia ainda mais. “ Você realmente acha que eu vou fazer isso?”, respiro fundo. “John... Você é experiente. Eu sou apenas uma garota de uma cidadezinha no meio do nada. Que nunca amou na vida. Se eu me apaixonar por você, o que ao meu ver não vai demorar muito. Vai ser o primeiro sentimento que eu sinto nessa frequência por alguém. Você já deve ter se apaixonado uma dezena de vezes. Não é como se eu fosse especial para você.”, ele nega com a cabeça várias vezes. E faz uma careta irritada. “ Você precisa parar com isso. Parar de se menosprezar. Você é linda. Com um coração super generoso. Isso foi algo que notei pelo pouco tempo que nós conhecemos. Você parece gostar de fazer novas amizades e conversar. Mas seu intelecto não bate com as pessoas que você conhece aqui. Só conheci duas amigas sua. Você é especial sim. Na verdade todo mundo é especial a sua maneira. Porque todo mundo tem algo que o diferencia dos demais. Como você ousa dizer que não é especial para mim? Se você é a única pessoa com quem eu consegui me abrir! Não quero mais ouvir você falando assim, Annie. De verdade, pare com isso!”, respiro fundo. “ Você teve alguém antes, John. Você teve Kathryn. Eu nunca vou ser o que ela foi.”, ele me tira de seu colo com cuidado. E se levanta. “Em que momento eu disse que queria que fosse o que ela foi para mim, Marie Annie?”, sua voz agora era rude. “Porque você tinha que falar dela agora? Olha só... Eu não estou procurando outra ela. Porque como Katy, só existiu uma. Em momento algum te comparei. Você está fazendo isso por si mesma.”, sua voz está alterada, e ele passa as mãos nos cabelos irritado. “Sim! Eu estou, John! Eu só fico insegura, porque não tenho experiência nenhuma nisso. É difícil para mim!”, a gente tava discutindo mesmo? “Eu sei que é difícil para você, Annie. Eu sei! Você acha que é fácil para mim, saber que eu sou o primeiro cara que você se aproxima de maneira romântica? Acha que eu não estou tentando ser cuidadoso com você, ou com seus sentimentos? Porque eu estou! Ir devagar com alguém, não é fácil para mim. Porque eu sou como Jack de O Titanic, ‘Se você pular, eu pulo!’, porque não sei ser raso! Eu te disse isso hoje de manhã. Mas vejo que você não entendeu, isso!”, seguro a mão dele, e a levo aos meus lábios, a beijando. “Me desculpa, John. Esqueça o que eu disse. Sou apenas eu sendo insegura. Não quero discutir com você.”, ele me puxa num abraço apertado e beija o topo de minha cabeça. “ Desculpe por alterar minha voz. Eu me irritou com facilidade, e minha como se minha voz já não fosse alta o suficiente, eu não consigo manter o tom de voz baixo. Sou meio escandaloso.”, acabo rindo. “Eu sei. Sua gargalhada não o deixa mentir.”, ele me afasta de seu abraço, se inclina e me beija, fazendo com que eu fique nas pontas dos pés. Ele abraça minha cintura e me ergue um pouco do chão. E eu dou risada. “Marie, você vai perceber que eu sou escandaloso em muitas coisas. Principalmente se tratando de sentimentos. Não fuja. Por favor.”, ele diz aquilo aos risos, mas o tom de suas palavras era sério. “ Fugir para onde? Eu já estou em um esconderijo. Para eu sumir, só se for para Saskatchewan!”, ele me coloca no chão, vai até um tonel azul, cheio de água que havia ali, enfia um balde dentro, pegando um pouco do líquido, e então joga na fogueira a apagando por completo. Só não ficamos num completo breu porque a luz que emanava de dentro do chalé clariava um pouco onde estávamos. John pegou seu violão, me pegou pela mão, atravessamos o chalé, deixando o violão bem cima de um sofá de couro e descemos a colina indo para sua cabana. Uma vez dentro da cozinha ele prepara sanduíche com manteiga de amendoim para gente, comigo sentada de constar para janela da cozinha em cima da bancada. Ele parte o pão no meio, e me entrega metade. A gente meio que brinda a comida, como se fosse um drink e comemos aos risos. Ele morde um pedaço do meu pão sem me pedir e eu tento brigar com ele, que me beija com lábios sujos de manteiga de amendoim. “ Você parece criança, John.”, digo limpando sua bochecha. “Eu me sinto assim perto de você. É culpa sua.”, acabamos de comer nosso pães, e eu peço a ele papel toalha para limpar minha mão, mas ao invés de me entregar o maldito papel, John coloca dedos por dedos em sua boca, chupando o resto do amendoim que havia neles... E assisti-lo fazer àquilo... Era a coisa mais sensual do mundo. As labaredas, estavam lá de novo, queimando todo meu corpo, me fazendo derreter sobre seu toque. “Eu quero fazer algo com você... Mas não sei se devo. O se estou sendo apressado demais.”, minha garganta está seca. Não faço idéia do que ele pretendia fazer comigo, mas eu queria. Deus, e como eu queria! “ Você... Você sabe... Você escreveu muitas cenas como essa no seu livro... Você já se toco de alguma forma?”, sinto meu rosto queimar. Ele estava me perguntando se eu já me masturbei? “Eu... É... Humm...”, como eu dizia isso sem parecer estranho? “Marie... Não se você já se masturbou, mesmo sendo virgem, não tem problema algum. Você escreveu cenas de sexo no seu livro, é normal ter curiosidade. Não precisa sentir vergonha disso. É o seu corpo. Você estava o explorando.”, apenas concordo com a cabeça. “ Então você já se tocou?”, faço que sim com a cabeça. “Você gozou?”, faço que não. “Eu fiquei assustada e parei. E nunca mais tentei de novo.”, escondo meu rosto com as mãos. E ele as puxa. “Não. Nada disso, sem essa de ter vergonha. Vem!”, ele me pega no colo e atravessa comigo pela cozinha até seu quarto. Ele pede para eu ligar a luz quando para na parede dentro do seu quarto, e Moose levanta a cabeça do chão. John me deita na cama  e tira seu cachorro do quarto com um carinho absurdo, trancando a porta em seguida. “Eu vou fazer algo para você... Mas... Você vai ter que me prometer que vai fazer exatamente o que eu mandar, ok!?”, concordo com a cabeça. “Palavras, Marie Annie. Use suas palavras.”, ele diz tirando minha botas. “ Tudo bem. Eu faço.”, ele beija minha boca.,  “Boa garota.”, ele tira suas botas e sua blanket jacket  e eu faço o mesmo.“Agora... você vai deitar, e ficar quietinha. O resto,  é por minha conta.”

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora