16|| I'm in repair, i'm not together, but i'm getting in there

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John me levou em todos os lugares que ele precisava ir. Ele parecia estar fazendo algum tipo de pesquisa. Nós fomos em duas bibliotecas, uma da universidade de Montana, e outra em Memphis. Eu o ajudei a buscar notícias ou matérias sobre a família Bloomberg. Não entendi muito bem o porquê estávamos procurando sobre isso. Mas ele quis minha ajuda, e eu aceitei mais do que feliz por ele ter me trago junto com ele. Achamos pouca coisa sobre, e ele me pediu para anotar tudo que fosse relevante sobre aquilo. Nós trouxemos conosco para um café numa lanchonete no centro um caderno do anuário de alunos formandos no ano de 2001. Isso foi a 18 anos atrás... Quem ele estava procurando?
"Aqui. Landon Bloomberg", mostrei a foto para ele de um rapaz, com o sobrenome que ele havia me pedido para procurar. Ele pega o livro da minha mão olha com atenção, depois saca o celular na mão digita algo e tira uma foto digitando mais alguma coisa. Nós terminamos de tomar nosso café, e voltamos a biblioteca para entregar o livro. John me levou a uma loja e me fez comprar blanket jackets. Essas jaquetas que parecem cobertores. Ele disse que era para mais tarde. Nós almoçamos em um restaurante afastado da cidade, em um lugar bem rústico, onde tudo o que ouvíamos era o tilintar dos talheres nos pratos dos poucos clientes que estavam ali. E conversas sussurradas. Era como um templo o lugar. Ninguém parecia querer quebrar a vibe leve e campestre. Eu sentia o cheiro dos pinheiros que escondiam as montanhas. Podia ver o ar congelado no topo delas também. Me peguei namorando o lugar com os olhos vidrada em cada detalhezinho. Até sentir um aperto em minha mão, e olhar para a mão grande de dedos longos cobrir a minha. Olhei para ele. "Onde você está?", perguntou apontando para minha cabeça. "Aqui. Mas apreciando a vista.", faço um manejo de cabeça apontando a janela onde nós tínhamos uma vista da floresta lá em baixo. "Você realmente gosta daqui né!?", Faço que sim com a cabeça. "Você não pretende mudar nunca daqui?!", franzi as testa. "E porque eu faria isso? Já viu a vista desse lugar? Já sentiu o quanto o ar é puro aqui? Não há outro lugar que eu queira estar.", sorrio dando de ombros. Ele não diz nada apenas concorda com a cabeça.



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Depois de passar o dia todo  andando  de moto para cima  e para baixo com John, a primeira coisa que fiz quando chegamos  em sua casa foi tomar um belo banho e colocar minha calça xadrez vermelha de flanela que eu havia trago e uma camisa preta de mangas longas. Agora eu estava deitada no sofa da sala com o Moose deitado no chão ao meu lado enquanto eu lia Entre o Agora e o Nunca, da minha autora favorita, J.A.Redmerski. Era o livro que eu jamais tirava de minha mochila. Andrew, era tão parecido com John, em tantos níveis... Que me dava raiva. Já havia lido esse livro um milhão de vezes. E como antes não havia ninguém que eu pudesse comparar meu personagem de livro favorito, nunca fiz comparações... Até agora. "Nunca pensei que um dia eu dormiria intencionalmente no chão de um banheiro ao lado de uma privada, sóbrio, mas falei sério quando disse que dormiria com ela em qualquer lugar.", a voz grave de John, lê a parte em que eu estava,  me fazendo levantar assustada, e deixar cair o livro em Moose que grita em protesto. "Desculpa, Annie. Não foi por querer. Só queria sabe que você estava lendo.", ele beija minha testa antes de sentar do meu lado no sofá. Ele pegar o livro no chão me entrega, e bate na perna para que seu cachorro suba nela. Faço carinho no labrador em seu colo, e beijo sua testa. "Desculpa, amigão. Mas é culpa do seu pai, viu?", John ri. "Que livro é esse?", fecho o livro, e entrego a John. "Entre agora e o nunca, é meu livro favorito.", ele faz carinho no em Moose enquanto analisa a capa. "A garota da capa parece você. Que engraçado.", franzo a testa. "Não parece não.", retruco. "É claro que parece, olha só... ", ele aponta com o dedo. "Ela esta de tranças, feito você, o cabelo é loiro, você esta usando a mesma blusa que ela...", ela aponta meu ombro a mostra. "Vocês são parecidas sim.", reviro os olhos. "Nunca tinha percebido isso.", Ele ri e abre o livro, e então le a dedicatória em voz alta."Para amantes e sonhadores, e para quem nunca sentiu de verdade nem uma coisa nem outra.", ele parece pensar sobre a frase um pouco, e fica em silencio. Há um assobio, e Moose sai do colo de John indo de encontro ao som. "Deve ser Kenny. Ele é quem alimenta Moose e os outros cachorros do rancho.", ele me explica. "Então me diz, qual é a historia desse livro?", me viro para ele com uma das pernas pendendo pelo sofá. "Bom, é sobre descobrir a si mesmo. Em todos os sentidos. é sobre libertação de tudo o que te aprisiona. Fala de amor, da paixão, do erotismo... e da coragem de viver os limites sem trairmos a nos mesmos.", dou de ombros. "Você realmente ama esse livro né?", faço que sim com a cabeça sorrindo. "Eu percebi pelas as caras e bocas que você estava fazendo enquanto lia.", John coloca o livro de lado e puxa para seu colo, e um grito escapa de meus labios. Eu fui pega desprevenida. O que acaba fazendo ele rir. "Se você quiser, pode ficar com ele, se quiser ler. Eu tenho ele no kindle, no celular...Apenas peço para você ter cuidado, e não se importar com as partes que eu destaquei com marca texto.", dou de ombros. "Quando eu o li pela primeira vez, eu tinha 20 anos, então são sentimentos de uma Marie muito mais inocente e mais boba, que agora.", ele faz uma careta desaprovando o que eu disse, e segura meu rosto com as mãos. "Repete comigo, Annie... Eu não sou boba, apenas inexperiente.", faço bico. "Você não é boba, Marie. Você é incrível. Você só não tem experiencia em assuntos do coração. Isso não faz você pior que ninguém. Nunca diga isso. Não é um defeito, é quem você é. E outra... Você não é mais tão inocente assim.", ele pisca para mim de um charmoso, e eu acabo rindo. "Não sei do que você tá falando.", me faço de desentendida. "Ah, é?", faço que sim com a cabeça. Ele pega o livro ao seu lado e coloca sobre a mesa de centro a nossa frente, e em seguida me deita no sofá, ficando sobre mim. "O que você está fazendo?", ele ri, e me olha nos olhos. "O que você está fazendo comigo?", meu coração bate descompasado á essa altura. Ele beija meu nariz. "Posso te contar uma coisa?", concordo com a cabeça, e me sento ficando mais próxima de seus rosto. Seu joelho estava no meio de minhas pernas e sua outra perna para  fora do sofá, de forma que ele ficasse inclinado, eu estava sentada olhando para ele. Olhar ele daquele angulo é intimidante. Era como se ele fosse o caçador, e eu sua presa. E pensar assim, me fazia sentir ansiosa. "Sabe, Marie...Internalizo muito as coisas, deixo as coisas bem profundas dentro de mim...", ele respira fundo, e ajeita uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha., "Mas há duas coisas que tento entender, mas de fato ainda não consigo: o tempo e o amor. Entende? A ideia de alguém não estar mais. De o presente já se tornar passado. Acho que, talvez mais velho, eu seja capaz de entender. Às vezes, eu penso que gostaria de repetir aquele dia que acabei de viver. Mas ele já está lá, no passado.", continuo a olhar para ele admirada, mas sem entender o porque daquela conversa. "O que você quer dizer com isso, John?", ele sinaliza para que deite no sofá, e quando eu faço ele deita com a cabeça em minha barriga. Ele tinha tomado banho, e as roupas pretas haviam sido trocadas por uma camisa azul de flanela, jeans cuidadosamente gastos e botas mocassim elaboradas por um designer japonês. Como eu sabia disso? Eu as achei bonitas, e acabei dizendo em voz alta, e ele me deu a informação. "O que eu quero dizer com isso? Que eu não quero mais isso. Não quero mais guardar o que sinto dentro de mim... ", faço cafuné em seus cabelos úmidos, e o ouço respirar fundo. "Percebi que quando converso com você, acabo tirando um peso de mim, principalmente quando você com toda essa sua sensibilidade, consegue entender o sentimento, quando nem eu mesmo entendo... Acho que estou pronto para procurar ajuda profissional sem o pré julgamento de que isso é coisa 'de gente fraca.' Há três anos eu venho dando o mesmo discurso, sentindo pena de mim mesmo, quando na verdade tudo o que eu precisava fazer era conversar sobre isso.", ele esfrega o nariz sobre minha barriga. "Faz algum sentido?", John olha para mim. "Claro que faz, Johnny. Fico contente que você tenha chegado a essa conclusão sozinho. A terapia só vai te fazer bem.", ele entrelaça suas mãos sobre minha barriga e apoia a cabeça nelas. "Você fala como se já tivesse feito terapia...", suspiro fundo. "Eu deveria continuar a fazer... Mas parei há uns 2 meses.", dou de ombros. "Por que?", brinco seus fios de cabelo solto. "Eu não tenho mais o que falar. Já esgotei a minha cota de falar sobre o que eu sinto em relação a ter perdido meus pais tão cedo.", ele se levanta e estende a mão para mim, eu a seguro e me levanto do sofá. "Vem dá uma volta comigo. Quero te levar á um lugar."

Calcei minhas botas, e segui John, que segurava minha mão pelas pontas dos dedos. Nós atravessamos a cozinha, saindo na varanda dos fundos, que a medida em que pisávamos no assoalho de madeira, ele fazia barulho. Nós fizemos uma caminhada silenciosa pelo rancho, apenas olhando a paisagem ao redor, sua cabana de pedra e madeira em uma área de 15 acres, com uma Land Rover na entrada e a Harley Davidson á seu lado aos pés do rio Yellowstone, que a minha estupidez, me fez ignorar. E era na direção do rio que nós estávamos caminhando a passos vagarosos, aproveitando o final de tarde, e a brisa fria que vinha com o vento. John me abraçou, quando soltei sua mão para abraçar meu corpo, me amaldiçoando por não ter vestido a jaqueta. Nó paramos em uma cerca de madeira que delimitava os limites do rancho e o rio. Havia um cervo dentro da agua, e por um momento nós apenas ficamos admirando o bichano, até ele sentir a nossa presença e abandonar o lugar, me sentei na cerca de costas para o rio, e John se colocou entre minhas  pernas, me abraçando e beijando o topo de minha cabeça. Esses pequenos momentos, que estávamos tendo desde que nos beijamos, aqueciam meu coração de forma rápida e monstruosa. E isso me deixava apavorada de uma tal maneira, que meu coração batia rápido dentro meu peito. Abracei a cintura de John, e respirei fundo, sentindo perfume amadeirado de sua colonia. "Está tudo bem, Annie?", faço que sim com minha cabeça escorada em seu peito, e respiro fundo. Ele se afasta um pouco, apenas para levantar meu rosto com suas mãos. "Fale comigo, Mamma. O que está incomodando você?", seguro suas mãos, enquanto ele mantem seus olhos castanhos nos meus, como se vasculhasse o que eu estava sentindo dentro deles. "Você está triste... Porque?", ele pergunta, e eu nego com a cabeça. "Não estou triste, John... estou com medo.", ele acaricia a minha bochecha. "Medo? Medo de que?", fecho meus olhos e mordo meu labio, e então volto a olhar para ele. "De você... Estou com medo de me apaixonar por você, e me machucar. Eu sou nova nisso... Não saberia lidar... Eu-", John  me cala com um beijo. Era um beijo calmo, e terno, mas vivo. Ele me puxou para mais perto, e minhas mãos invadiram seus cabelos, enquanto ele me tomava, com mais intensidade a cada gemido que escapava dos meus labios. Meu corpo reagia as investidas dele de maneira muito natural, tanto que eu só percebi, minhas pernas estavam ao redor de sua cintura, quando ele apertou uma de minhas coxas. Ele afastou seus labios dos meus, e olhou em meus olhos uma vez, apenas para voltar a invadir minha boca com sua língua no momento seguinte. Eu me sentia incendiada, com seus beijos. A sensação que suas mãos me faziam sentir enquanto passeava pelo meu corpo, era maravilhosa. Ele diminui a intensidade de seus beijos, até que são apenas beijos rápidos. "Me desculpa... Você estava dizendo?", sorrio e ele me beija aos risos. "Um beijo com proposito, então?", seguro seu queixo e o beijo de novo. "A senhorita ainda está com medo de mim?", pergunta brincalhão. "Não, senhor. Nesse momento, não.", ele ri. "Então, senhorita, toda vez que você dizer que está com medo de mim, vou beija-la. Porque parece que a tática funciona.", reviro os olhos. "Felizmente, ou infelizmente, eu não posso discordar, senhor.", tiro minhas que estavam ao redor de sua cintura, e desço da cerca ficando em pé em sua frente. Ou ele é muito alto, ou eu sou muito baixa. Não é possível. Meu 1,65 de altura, era definitivamente nada, comparado a ele. "Vamos voltar, eu tenho planos para gente essa noite, e já vai começar a escurecer. Vou levar você no alto da colina.", ele aponta para onde tinha um chalé iluminado. "O que tem lá?", pergunto curiosa. "Você vai saber quando entrar lá.", John olha ao longe, no vasto campo de centeio, e assobia colocando dois dedos na boca. E como um furacão, Moose aparecendo correndo ali, trazendo consigo, uma bolinha azul na boca. John estende a mão e o cachorro entrega a bola. Paro de andar, e fico observando aquele homem, brincando feito um garoto, com seu cachorro. Ele arremessa a bolinha o mais longe possível, e Moose corre atrás dela em disparada. Não demora muito para que ele suma pelo centeio, e então volte correndo com ela na boca. John faz isso algumas vezes, até me chamar com a mão, eu ir até ele, e ele abraçar minha cintura, enquanto caminhamos aos risos. Sem saber direito porque estávamos rindo. "Eu sei que toda vez que a gente conversou, te perguntei isso, e você me deu a mesma resposta...", coloco minha mão esquerda em seu peito, e ele olha para mim, enquanto andamos. "Como está seu emocional hoje?", ele sorri e olha ao longe observando Moose correndo em zig-zag pelo campo. "Está em reparo. Não estou inteiro, mas vou chegar lá. Porque?", Não era a resposta que eu esperava. O que eu esperava era "Estragado.", balanço a cabeça e olho para ele. "Você parece diferente hoje...", ele beija o topo da minha cabeça. "Eu me sinto diferente hoje."

Eu também, Johnny...  

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora