21|| Pelo menos, tente, Marie.

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Eu não sei quantas vezes já andei de um lado para o outro nesse celeiro. Minha cabeça, não doía, ela latejava. O que John tem na cabeça? Eu não posso viajar com alguém que conhece a um mês! Ainda mais um homem. O que isso vai dizer sobre mim?! Não... Eu não posso ir. Meus avós surtariam! Que tipo de garota aceita um convite de um estranho para passar duas semanas num estado que ela não conhece, enquanto ele trabalha? Eu vou fazer o que lá?! Eu não conheço ninguém! Isso... Isso... É tão errado... Eu... Eu não posso ir. Não posso!

"Marie Annie Campbell, pare com isso, você vai acabar fazendo um buraco no assoalho!", Molly diz terminando de subir as escadas com Teddy atrás dela. Corro em direção delas e as abraço de uma só vez. "Qual é a emergência que você não pode esperar até amanhã?", puxo as duas pelas mãos para cama e elas se sentam. Eu respiro fundo e conto a elas tudo desde o começo do fim de semana. Do beijo, do oral que ele me fez, do fato da gente está intenso mais do que deveriamos para duas pessoas que se conhecem a pouco. Elas me ouvem com atenção sem me interromper, até porquê não havia como, eu estava disparando as palavras, como balas de metralhadora. "Então é isso... Só quero deixar claro, que, não é que eu não esteja gostando dele, porque estou. Mas... É... Que... Sei lá. Ir para outro estado, mesmo que por duas semanas, é maluco! Nós mal nos conhecemos! O que eu vou fazer lá enquanto ele trabalha? Tricô!?", Molly levanta da cama e segura minha mão. "Amiga... Respira. Você vai acabar tendo um treco!", respiro fundo e solto o ar com força. "Pronto. Esta mais calma? Quer água?", faço que não. "Mas tem chá gelado na geladeira la em baixo, se a Teddy quiser e buscar...", dou de ombros. "Começou a escravidão...", Tegan diz, mas se levanta e desce as escadas. "O que você quer fazer, Marie? Seja honesta. Não comigo, com você mesmo.", observo Tegan subir as eacadas enquanto penso sobre o assunto. O que eu quero...? Eu tenho consciência, de que ae embarcasse com ele naquele avião, estaria que estar disposta a conhecer quem ele verdadeiramente é. E não quem eu acho que ele é. Hoje, bêbado ele me mostrou parte de si que eu, não conhecia... Em duas semanas eu podia ter mais disso... E eu queria isso? Será?! "Aqui, Marie.", Teddy me entrega o copo Cold Tea de camomila com laranja, que eu tiro a embalagem e tomo um gole. Respiro fundo. "Molly... Eu não faço idéia. Tudo que eu conheço está aqui. Aqui é seguro, Connecticut, eu não teria ninguém!", digo frustrada. "Annie!!! Não é você que diz que adora conhecer pessoas novas?!" Teddy me indaga e eu concordo com a cabeça. "Pois, então... Aí está sua oportunidade de conhecer gente nova!", ela diz e se senta na cama, e eu me sento no meio das duas, com meu copo de chá gelado nas mãos. "Além do mais... ", Molly diz pegando o celular. "Qual o nome da cidade que você vai ficar Connecticut?", ela pergunta. "Fairfield.", ela digita alguma coisa no celular, e então sorri. "Olha que bacana, segundo o google maps, Nova York fica a uma hora de carro.", ela diz. "Você pode ir até o escritório da editora e mostrar para eles, que tem algo novo sendo produzido.", Teddy complementa. "Ela não vai fazer isso. Ela não pode!", Molly me olha como se estivesse esperando uma resposta. " É só uma história, Molly.", dou de ombros. " É a história dele, Marie Annie! Você não pode publicar a história de alguém sem o consentimento dela! Não é certo!", reviro os olhos. "Tem como a gente focar em uma coisa de cada vez, por favor?", esfrego minhas têmporas. "Certo. Uma coisa de cada vez. Então, o que você quer fazer? Você quer passar duas semanas sem notícias dele, ou embarcar com ele para Fairfield?", ela diz apressada. "Eu não sei...", digo esfregando o rosto dramaticamente. "Não, Annie! Não vem com essa de não sei! Ta na cara que ele gosta de você, tanto quanto você dele. Você não tem nada que te segure aqui. Não trabalha, não está estudando! É não tente usar os seus avós, porque eles tem a gente para cuidar deles. E são apenas duas semanas. O que pode acontecer mal em duas semanas?!", Molly dispara. " Você precisa saltar amiga. Mergulha de cabeça nisso. Você nunca se apaixonou por ninguém... Vá viver á vida!", Teddy complementa. "Mas e se ele partir meu coração? Vocês estarão aqui para me ajudar a juntar os pedaços?", as duas se entre olham e dizem juntas. "Cada um deles!", abraço a duas e as agradeço por ter vindo me ajudar. Nós conversamos por mais alguma tempo, sobre outras coisas, mas o assunto principal era os meus sentimentos, os que estavam crescendo rápido e em grande escala por John. Minhas amigas pediram para que eu tentasse ser honesta comigo mesma, por que a base de sentir é ser honesto, quando não há honestidade com nós mesmos, não há como ser honesto com o outro. 

《♡》

"De jeito nenhum, que eu vou deixar minha neta viajar para outro estado com um cara, Amy! Que ideia maluca é essa, eles mal se conhecem direito!", meus avós estavam discutindo sobre a proposta de John. Eu tive que contar a eles. Se eu queria ir, teria que fazer tudo as claras, e não sair daqui no meio da madrugada como uma adolescente fugindo de casa. " Benjamin! Mas nós o conhecemos! Conhecemos Margareth e Richard a longos anos, e de seus tres filhos, apesar de todas as coisas que aconteceu com Clayton, ele é um bom rapaz. Um pouco perdido, mas é um bom rapaz!", minha avó argumenta. "Mas, Marie Annie é nossa menininha, Amélia! Como é que você pode concordar com uma coisa dessas?!", nós estávamos sentados a mesa. Meus avós chegaram por volta das 17hr30 da tarde, e agora eram pouco mais que 20hr da noite, eu estava de frente para o casal de cabelos brancos, enquanto minha avó com um olhar terno tentava convencer meu avô de que estava tudo bem em eu sair do estado com um cara. "Benjamin, ela não é mais uma menininha, ela é uma mulher. E como mulher precisa viver as coisas, para aprender com a vida. John não faria mal a ela, eu sei disso porque confio na família Mayer. E nossa Annie sabe muito bem usar uma espingarda!", meu avô ri. "Ela pode atirar na bunda dele, se ele a magoa-la. Não é mesmo, querida?", confirmo e pego a mão do meu avô em cima da mesa. "Vovô, eu prometo a você, que se ele me machucar eu descarrego o colte que você me deu no ano passado, nele!", beijo sua mão. "Isso me conforta!", sorrio para ele. "Então, estamos entendidos? Eu vou para Connecticut, ficar duas semanas, e ligarei para vocês todos os dias, certo?", olho para os dois, que concordam, meu avô com mais receio, minha avó como se tivesse vendo algo magico acontecer. 

Entendia a reação dos dois, minha avó sempre quis que eu conquistasse o mundo, meu avô sempre agradeceu por eu não ser como Molly e ter ido cursar faculdade na cidade grande. Ele gostava de me ter por perto, e eu gostava de ficar por perto. Passar duas semanas fora de Montana, não queria dizer que eu iria abandonar a cidade, eu vou voltar para cá. É meu refugio, é onde eu me sinto segura e em casa. Arrumei minhas malas (uma mochila e uma mala de mão), estava levando o suficiente e o necessário. Quando estava tudo pronto, tirei uma foto das malas prontas, e enviei para John com a seguinte mensagem:

"Eu vou, mas meus avós me deram licença para atirar na sua bunda, caso você estrague as coisas. Então por favor, não estrague as coisas. Eu não posso levar meu colte, mas tenho licença para usar uma arma. Esteja avisado. Vejo você mais tarde."

Ele visualizou e respondeu:

"Eu realmente tenho um tipo...rs'. "

"Estou ciente, querida, Marie. Te vejo em breve!"

Suspiro fundo e lembro de algo que minha avó disse, hoje mais cedo... "Todo coração é jardim, permita-se florescer.", Oh, vovó, meu coração está florescendo... você não sabe o quanto...


DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora