35|| She's sleeping like a child

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~ JOHN'S POV 🌺

Para algumas coisas, você não se prepara nesta vida. Você não se prepara para morrer, à menos que tenha uma doença incurável. Você não se prepara para perder alguém, independente da maneira que seja,  perder alguém que amamamos não é algo que estejamos preparados.
E com certeza, não nos preparamos para ser o primeiro na vida de alguém. Que era o que tinha acontecido. Eu fui o primeiro dela. O primeiro beijo. A primeira transa. É muita coisa para assemelhar. E olhando ela agora,  dormindo tão lindo vestindo apenas uma camisa minha, fazia eu sentir todas as coisas que eu não deveria. Eu estava apegado demais a essa mulher. De uma maneira que eu sei que não pode ser saudável. Ela é linda, o rosto tão sereno, parecia uma boneca dormindo. A pele era como porcelana, e o sol batendo sobre ela a deixava ainda mais atraente. Marie... O que você está fazendo comigo?

Sua respiração vai de serena para profunda, e eu vejo um sorriso aparecer em seus lábios perfeitos. "Para de olhar. Você parece um stalker.", diz ainda com os olhos fechados. "Não. Eu pareço apenas com o cara que fodeu você pela primeira vez,  noite passada.", ela pega o travesseiro e joga em mim. "John!", dou risada. "Bom dia, querida.", puxo ela para mim. "Dormiu bem?", beijo sua testa. "Sim. Como um bebê. E você?", afasto o cabelo de seu rosto.  "Eu dormi incrivelmente bem.", ela se aninha em mim. "Você está dolorida?", ela se senta e então se levanta e franze o cenho. "Sim. Minhas pernas estão fracas.", ela se ajeita na cama. "John, como vou trabalhar amanhã?", dou risada. "Vai passar, Marie. É só você tomar isso.", pego um torcilax para ela que tinha pego mais cedo, quando me levantei,  e o copo de suco de laranja. "Beba tudo.", ela coloca a pílula na boca e bebe do suco todo em só gole. "Obrigada.", ela me devolve o copo. "Hum... Será que você pode me ajudar a ir até o banheiro? Eu preciso fazer xixi...", diz ficando vermelha. "Claro.", me levanto da cama, e quando ela se levanta também, apenas a pego no colo. "John! Eu posso ir andando!", a ignoro. "Eu prefiro te carregar.", ela ri. "Você é impossível!", beijo sua testa a colocando em pé, quando estamos no banheiro. "Eu sei. Agora faz seu xixi.", digo abrindo a tampa do vaso, e ajudando ela abaixar a calcinha. Ela se senta no vaso. E eu me escoro no batente da porta. "Você vai ficar ai?", ela me olha sem jeito. "Marie, eu ja vi tudo isso. E meio que tirei sua virgindade. Mais intimidade que isso, não tem.", para mim não era grande coisa. Vai que ela não conseguisse se levantar sozinha, sei la... "John, limites... Você conhece essa palavra?", reviro os olhos. "Não. Faça logo esse xixi!", ela bufa. "Sai daqui primeiro!", diz irritada. "Não. Faz logo!", ela vermelha era uma graça. "Tá. Tá bom. Você poderia se virar de costas pelo menos?",  olho para ela com deboche, mas, me viro. Ela demora um pouco, e e então ouço o barulho do líquido na água e não consigo não rir. "Você é tão criança, Johnny!", ela resmunga. "Anda logo, Annie."

•••

Passamos a manhã toda falando sobre o que tinha acontecido e sobre o quanto não queriamos que as coisas mudassem entre a gente. E de verdade, já mudou. Todo o meu instinto de mante-la segura, parece ter triplicado depois de ontem. Eu me sinto diferente. Ela é minha... Não. Ela não é minha, mas sinto como se fosse. E isso me faz olha-la diferente. Marie passa Nutella na batata chips, e coloca na minha boca. "Você está estranho... O que foi?", ela beija minha bochecha. Balanço a cabeça. "Nada.", ela franze a testa. "Eu quero saber! Você sempre me pede para falar o que está se passando em minha cabeça. Eu quero saber o que está se passando na sua também.", beijo sua testa. Ela realmente era um anjo de garota. Merecia tudo de melhor que o mundo podia oferecer,  e me sinto na obrigação de ser honesto com ela. Se não queria falar sobre ser do FBI, pelo menos podia falar o que estou pensando. "Ah, Marie... Eu só sinto que você merece ter tudo o que sonha. E gostaria que você me deixasse a conquistar isso.", ela sorri. "Mas meus sonhos são para eu realizar, John... Com o tempo.", ela chupa o resto de Nutella em seu dedão. "Eu sei. Mas me deixe ajuda-la. No que for! Digamos que seria meu sonho realizar um sonho seu.", ela revira os olhos. "Seria seu sonho?", pego mais da batata chips. "Sim. Seria.", ela se ajeita no tapete. "Qual é o seu maior sonho agora?", pergunto a ela. Ela me olha mexe as sobrancelhas de um jeito engraçado. Ela sempre faz isso quando está buscando algo em sua memória. E dá de ombros. "Nesse momento,  eu não faço idéia.", ela come mais da batata. "O que seria um sonho para você,  que eu realizasse?", essa era fácil. "Você ter seu segundo best seller.", ela fica surpresa. "Sério?", confirmo. "Porque?", olho para ela sem entender. "Como porque?! Eu quero que o mundo saiba a grande escritora que você é.  E quero que eles saibam que você veio para ficar! Esse é o porquê!", ela abaixa a cabeça e sorrir. Mas era um sorriso que escondia um sentimento. Do que ela tinha medo? Que o mundo julgasse a nova história dela? Até onde eu sei, Marie é ótima escritora. Ela passa tanta honestidade no que escreve, que consegue fazer aquela conexão entre o autor, o leitor e a obra. É algo genuíno, e raro. Essa garota era rara. Bonita como uma flor de cacto. Sim, ela é linda...E se ela não sabe disso...Deveria saber. "Obrigada por me fazer sentir especial, John.", afasto as coisas que separavam a gente, e me aproximo ficando bem perto dela. "Você é especial, Annie. Mas do que isso,  você é extraordinaria. E já deveria saber disso. É inteligente,  interessante, generosa, brincalhona e experta. Você é maravilhosa. Se ninguém anda te dizendo isso. Eu posso fazer isso o dia todo.", seu rosto fica vermelho, e ela o esconde em meu peito, escorando a cabeça ali. Beijos seus cabelos loiros. E suspiro fundo.

Tenho que ter cuidado... Muito cuidado... Ela tem uma beleza perigosa... Um perigo que sei que estou disposto a correr. Ela se esconde do mundo atrás de seus espinhos...Mas não adianta...Ela é linda... Mesmo quando fica envergonhada ou brava. Eu não a merecia, mas estava ficando cada vez mais apaixonado por ela. E nossa relação estava ficando cada vez mais arriscada.

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora