4|| Só estava sendo curiosa.

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Quando cheguei em casa ontem à noite ouvi um sermão de mais ou menos uma hora, de como eu havia sido irresponsável em não ligar para avisar meus avós onde estava e o que havia acontecido. Minha avó me encheu de perguntas, sobre o que estava fazendo até tarde na casa de um homem que eu mal conhecia, mesmo ele sendo filho dos amigos deles. Ela disse também que esse tipo de coisa não pode voltar acontecer e que eu preciso avisar onde estava, porque eles ficam preocupados, e todos os bla,bla,blas. Fiquei me sentindo uma criança, levando sermão, depois de ter feito alguma coisa ruim. E eu não fiz nada de ruim. Simplesmente aceitei tomar um chá com John, depois que ele me trouxe do médico. Nada aconteceu!,  bufo irritada. Eu havia acordado cedo para fazer minhas tarefas na fazenda. Regar as plantas, ordenhar vaca, e dá comida as galinhas.  Mas estava irritada, não gostava de ser tratada como criança! Eu tenho 25 anos! Não sou mais um bebê! Chuto o amontoado de feno, ao sair do galinheiro. "Ei!", pulo assustada e vejo Victor. "Não faz isso. Deu trabalho para juntar.", ele diz bem humorado. "Desculpa, Vic.", digo me aproximando da cerca once ele estava. "Os velhotes pegaram pesado com você ontem né?", levo a mão espalmada na testa, fecho os olhos e  concordo com a cabeça. "Eles me tratam como se eu ainda fosse criança. E não uma adulta.", ele da um sorrisinho. "Marie, para nossos pais e avós, nós nunca deixaremos de ser crianças.", ele da de ombros. "Acho que você tem razão.", dou risada. "De certo que tenho.", ele pisca para mim. "Bom, deixa eu ir. Tenho milho para colher hoje ainda.", ele diz batendo na cerca. "Nos vemos no almoço.",

Victor morava com a família aos arredores da fazenda, e desde que me entendo por gente eles trabalham para gente. A família dele são pessoas maravilhosas. E Victor sempre foi uma espécie de irmão mais velho, apesar de minha avó dizer que ele era apaixonado por mim, eu nunca vi ele desse jeito.

Depois que terminei meus afazeres matinais e tomei um café reforçado sozinha, porque meus avós haviam ido até o centro da cidade vender as iguarias que produzimos na fazenda, agora estava aqui sentada com meu notebook aberto, e por incrível que pareça, estava conseguindo escrever. E foi o que fiz até a hora do almoço. Eu até podia ter ficado alguns dias sem escrever, mas as horas de hoje, que passei escrevendo, valeram à pena. Conseguiu dar uma direção a minha história, seria um romance de mistério. E eu estava feliz por finalmente estar conseguindo escrever uma nova história.

Almoçamos naquele dia com todas as pessoas que trabalham na fazenda. Algo que meu avô fazia, toda sexta feira. A fazenda Campbell , que era o sobrenome da minha família e o meu, era uma fazenda grande, e nós tratavamos cada uma das pessoas que davam duro para mante-la em ordem, parte da nossa família. Eu só sentia falta de Molly, ela era irmã de Victor, tinha minha idade. Mas se mudou para NY para fazer faculdade, e vinha pouco para Montana. Nos falamos ao telefone dia desses, mas amizade a distância não é a mesma coisa que ter a pessoa perto de você. "Molly vem para fazenda esse ano?", pergunto quando Vic e eu estamos levando as coisas para cozinha. "Na verdade sim. Era para ela chegar hoje.", ele dá de ombros, e eu arregalo os olhos. "Hoje?!", ele confirma. "E você planejava me contar quando?!", digo enquanto ligo a água da torneira para lavar as vasilhas. "Desculpa, e eu acabei esquecendo.", ele diz colocando os pratos na pia. Enquanto eu lavava os pratos, Vic os secava com o pano de prato e guardava no armário. "Eu falei com ela dia desses, e ela não me disse nada sobre vir a Paradise Valley.", comento. "Acho que ela queria te fazer uma surpresa. Mas agora eu contei.", ele ri, e eu também.

*****

Depois que lavei todas as vasilhas com ajuda de Vic, subi para o celeiro e me deitei em minha cama encarando o teto, ouvindo Zac Brown Band tocar baixinho no notebook. Corri meus olhos pelo quarto até parar com eles no cabideiro, a jaqueta de jeans de John ainda estava ali. O que me fez lembrar que eu precisava entregar a ele. Ouço barulho na escada, e e viro a cabeça para olhar e vejo Teddy e Molly subirem a escadas, e me coloco de pé indo até elas no momento em que elas pisam no meu quarto. "Eu não acredito! Você realmente veio!", Digo abraçando minha amiga ruiva. Olho para ela, e suas sardas estavam do jeito que eu me lembrava e seus cabelos cor de bronze ainda mais lindos. Seus olhos azuis eram lindo. Ela era linda. Engancho meu braço em cada uma de minhas amigas e nos jogamos de costas na cama aos risos. "Me conta tudo!", digo a Molly. "O que você anda fazendo em NY? Arranjou algum namorado? Ou namorada?", ela ri e me da uma cotovelada. "Não, ridícula. Eu conheci um cara, mas nada sério." ela diz. "E vocês?", "Molly, olha para mim...", Teddy se senta na cama. "Eu por acaso tenho cara que pego alguém?", nós damos risadas. "Vejo que você continua encalhada...", Molly diz a ela. "Pelo menos eu não sou mais BV!", ela retruca. "Aquele beijo no quinto ano, não conta, Tegan!", Digo a ela aos risos. "Cala à boca, você nunca beijou na vida. E você tem 25 anos!", ela acusa. "AUGE!", Molly debocha. "Calem a boca vocês duas!", faço uma careta. "Ainda bem que eu voltei para cidade. Vou desencalhar vocês duas. Essa vai ser a minha missão!", reviro os olhos. "Eu não tenho paciência para essas coisas. Vocês sabem disso!", Tegan olha para mim. "É mais John te deu carona para casa, na semana passada depois que você perdeu a aposta no clube de tiro...",  Molly olha para mim se divertindo com a situação. "John? Quem é John?", ela pergunta cheia de interesse. "Ninguém. Só um cara novo na cidade.", dou de ombros. "Um forasteiro então?", ela insiste. "Quer parar!? É só un cara!", digo irritada. "Um cara que te salvou de um ataque de coiote ontem, e depois de te levou ao médico, e te chamou para tomar um chá tarde da noite e você aceitou!", Teddy arqueia uma sobrancelha. "Como assim... Ataque de coiote?", Molly pergunta.

DEAR MARIE [JM] 1Onde histórias criam vida. Descubra agora