Capítulo 36

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Depois que Andrew foi embora parece que o meu sono foi com ele..
Assim como a minha virgindade.
Ah, foi tudo tão perfeito, o jeito com que ele me tocou, me beijou, o jeito com que ele ... Me amou. Parece que ainda sinto suas mãos apertando minhas coxas e as puxando para si.
Olho para o lado e observo Charlie dormindo tranquilamente em minha poltrona, enrolando em seu cobertor branco. Pego meu celular e já são quatro e meia da manhã, se hoje não fosse sábado eu estaria ferrada para ir pra escola. Desbloqueio a tela e encontro uma mensagem de Andrew.

Obrigada por confiar em mim ao ponto de me entregar seu presente mais precioso, espero durma bem.
Andrew ❤.

Resolvo não responder e me deito na cama, sentindo o doce aroma da pele de Andrew em meus travesseiros em minha cama toda na verdade. Respiro fundo seu cheiro delicioso e acabo dormindo.

" "

Acordo com Charlie lambendo meus dedos dos pés e rio baixinho ao abrir o os olhos e lembrar do que aconteceu ontem.
Pare de ser tão boba.
Me levanto e pego Charlie no colo, sua coberta está amarelada e eu suponho que ele fez xixi na mesma durante a noite. Coloco a coberta dentro uma saco plástico e saio do quarto com meu gatinho. O cheiro de ovos e panquecas chega até meu nariz e eu corro com meu gatinho nas mãos até a cozinha.
- vô, olha o que deixaram aqui na porta ontem a noite. - lhe mostro o gato e ele franze as sobrancelhas.
- deixaram na porta e você já foi logo enfiando no seu quarto ? - ele retira as panquecas do fogo e as coloca sobre um prato na bancada.
- ele está limpinho, veio com um bilhete dizendo que foi levado ao veterinário. - me sento na banqueta. - posso ficar com ele ?
- você nunca quis nenhum bicho de estimação, por que agora ?
- Charlie é especial, e olha essa carinha vô. - com os dedos da mão esquerda acaricio o topo da pequena cabeça. - por favor vô!
- se você for se responsabilizar por ele, o gatinho cabeçudo pode ficar. - ele ri e coloca mel sobre as panquecas.
- preciso comprar algumas coisas pra ele como uma caminha, uma caixa de areia, potes de água e um saco de ração.
- é só usar o seu cartão Mia.
- o senhor sabe que eu não gosto de usar o dinheiro dos meus pais. - coloco Charlie no chão.
- Mia, aquele dinheiro está se acumulando na sua conta a anos, pare de ser orgulhosa e compre as coisas do gato cabeçudo.
- pare de o chamar assim vovô, o nome de é Charlie. - lavo as mãos e as enxugo no pano de prato que está pendurado no ombro desse velho ranzinza.
- Charlie, quem deu esse nome a ele ? Não poderia ser Tadeu ?
- ele veio com uma coleira escrito Charlie, então não achei justo trocar o nome dele. - pego um prato. - e Tadeu é um nome estranho para um gato.
- eu gosto de Tadeu.
- essas panquecas estão com uma cara muito boa.- coloco duas no meu prato e corto os pedaços.
- você vai usar seu cartão e não adianta mudar de assunto.
- eu tenho escolha ? - o encaro por cima dos óculos.
- não, não tem. - ele sorri amarelo e começa a comer seu café da manhã.
Charlie está brincando com uma das pontas do tapete da sala, arranhando o tecido grosso e se jogando no chão, ele é tão bobinho que acabo rindo sozinha.
- o que é tão engraçado ? - vovô me pergunta antes de tomar seu café.
- Charlie é tão fofo e tão bobão. - pego a jarra de suco que está na bancada e me sirvo.
- é, o cabeçudo é besta mesmo.
O olho feio por chamar meu gato de cabeçudo e ele coloca uma das mãos pra cima por um instante. Retiro a mesa quando terminamos de comer e lavo a louça rápido, vovô se senta no sofá e pega Charlie no colo, o gatinho abre os olhos azuis e levanta as patinhas quando vovô acaricia sua barriga com as pontas dos dedos.
Subo para o quarto e arrumo minha cama, olho os lençóis e não há nenhuma mancha de sangue.
Uffa .
Escovo os dentes e penteio o cabelo antes de trocar de roupa, colocando uma saia justa preta e uma camisa solta sem mangas cinza por dentro da saia, visto uma meia transparente preta até o calcanhar e calço minha bota de cano curto preta e salto grosso. Faço uma maquiagem rápida, delineador, rímel e batom rosa e pego minha bolsa. Abro a carteira e pego o meu tão odiado cartão, eu só o uso em ocasiões extremas e como vovô não vai me ceder o cartão dele esse vai ter que servir.
Pego meu celular e o guardo na bolsa ao ir abrir a janela, o carro de Andrew está na garagem e a janela de seu quarto aberta.
Será que ele gostaria se eu fosse até lá o convidar para ir junto comigo ?
Mordo o lábio inferior e desço para a sala novamente, é muito bonitinho de se ver meu avô brincando com Charlie.
- o senhor pode cuidar dele enquanto eu vou ao pet shop vô ? - pego o saco com a coberta suja de Charlie.
- claro, pode ir.
- o senhor quer alguma coisa do mercado ?
-me traga os ingredientes para a massa de waffles além de uma embalagem de mel.
- tudo bem. - dou um beijo em sua bochecha e faço um carinho rápido no gato em seu colo. - cuidado em, ele tem uma bexiga solta.
Balanço o saco e atravesso a cozinha, pegando a chave do fufu e indo para a garagem, deixo o saco no lixo e entro meu carro. Abrindo o portão pelo controle eletrônico e saindo da garagem.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora