Capítulo 73

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Me aproximo devagar da porta do meu quarto e em meu campo de visão já é possível ver Andrew sentado em minha cama com as pernas abertas e os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça abaixada e o couro de seu jaqueta apertada pressionado os músculos do braço. Entro e fecho a porta, ele escuta o barulho da chave e e levanta a cabeça para me olhar, os olhos verdes amendoados em completa raiva e confusão. Retiro os fios de cabelo caídos em meu rosto e me sento ao seu lado, cruzando as pernas sobre a cama e retirando o celular do bolso traseiro do short.
- só me diga que não aconteceu nada e que aquele babaca não chegou perto de você ? - seu rosnado me faz tremer.
- não aconteceu nada Andrew, foi tudo como eu te disse quando você chegou, Daniel não encostou em mim uma vez se quer. - encaro seus olhos, vendo a densidade de suas emoções aflorarem sua pupila.
- por que no seu quarto ruiva ? Por que não deixou ele lá em baixo e veio buscar a merda da camisa para ele ?
- eu não pensei direito, não achei que você ia aparecer e ficar desse jeito, eu não tive segundas intenções com Daniel aqui em cima. - lhe explico como se conversasse com uma criança.
- eu sei que você não teve, mas ele poderia ter Mia. - ele passa as mãos pelo rosto. - me prometa que ninguém do sexo masculino além de mim, Sam ou seu avô vai entrar nessa quarto novamente, por favor.
- eu prometo.
- ótimo.
Penso em contar a ele que Daniel disse que gostava de mim, mas sei que isso só daria um motivo para aumentar a vontade dele de bater em Daniel mais uma vez, então a melhor coisa a se fazer é guardar isso pra mim, talvez eu conte a Sammy.
Somente a ele.
Andrew se senta direito e se vira para mim, os olhos agora um pouco mais calmos e vivos.
- o que eu faço com você ruiva ?
- me beijar seria algo bom.
Um sorriso aparece no canto esquerdo de seus lábios e antes que eu possa dizer mais alguma coisa Andrew me empurra na cama e sobe em cima de mim, os olhos fixos em meus lábios e as mãos segurando as minhas em cima da cabeça. Seus lábios atacam os meus e o gosto de menta de sua língua se torna viciante, nossas línguas dançando em perfeita sintonia é algo que eu nunca irei me enjoar. O aperto em minhas mãos se torna fraco e eu aproveito para retirar sua jaqueta, puxando o couro preto para baixo e o jogando no chão.
- não comece a tirar a minha roupa se não pode terminar o serviço ruiva.
- infelizmente ainda faltam dois dias Grayson.
- não vejo a hora disso acabar para poder te mostrar o quanto eu sinto sua falta. - ele morde minha orelha devagar.
- quer dar uma volta, ganhei um carro novo. - digo afobada com os beijos em meu pescoço.
- vamos estrear o seu carro do jeito certo ruiva, transando no banco de trás, e como você está indisponível para sexo no momento, eu levo você pra escola amanhã.
- você só pensa em sexo ? - pergunto receosa.
- não ruiva - ele me olha nos olhos. -, eu só penso em como você fica bonita com as bochechas coradas e a boca entreaberta enquanto goza, é realmente maravilhoso de se ver.
- e se eu me negasse a transar com você ?
- eu usaria a minha mão.
- que nojo. - rio, afundando a cabeça no meio das almofadas.
- não fale assim, é uma boa alternativa para não se pular a cerca.
- Você me traria ?
- não, nunca. Não entraria em um relacionamento com você se fosse para te trair ruiva.
- hum, eu acho bom, meu avô mataria você. - rio de sua cara.
- eu acredito nisso.

- vai ficar pra jantar ? - pergunto lavando as framboesas na pia da cozinha.
- não sei, minha mãe não me avisou se iria ficar em casa hoje ou se ela e meu pai iriam jantar fora. - Andrew se senta na banqueta e apoia os cotovelos na bancada.
- liga pra ela.
- depois eu ligo, seu avô foi aonde ?
- deve ter ido a casa de John. - coloco as frutas lavadas em um prato raso.
- seu avô sabe que você está ... Daquele jeito ?
- sabe, por que ?
- deve ser por isso que está me deixando tão a vontade com você, sabe que não vamos fazer nada. - ele pega o celular no bolso interno da jaqueta.
Desligo a torneira e seco as mãos em um pano que estava pendurado no gancho da parede e pego o prato com as framboesas, indo em direção de Andrew. Ele olha algo no celular e eu pego o smartphone de sua mão, colocando o no bolso do meu short, Andrew me olha e eu coloco uma framboesa em minha boca.
- quer ? - pergunto.
- ah, claro que eu quero.
Ele me puxa e invade minha boca com a língua, puxando a fruta ainda não mastigada para a própria boca. Andrew se separa e eu mordo meu lábio inferior.
- essa era minha ! - finjo estar triste.
- agora é minha, mas se quiser outra ... - ele pega uma framboesa e a coloca no meio de seus lábios.
O olhar sujestivo e a fruta presa entre seus lábios rosados é o que eu precisava para me aproximar e morder uma parte da framboesa, dando um pequeno beijo em seus lábios antes de mastigar. Andrew come a parte que restou e me puxa pela cintura, os olhos presos em meus lábios e o perfume me deixando quase bêbada.
Eu adoraria me perder nesse cheiro.
- como anda o seu trabalho com Raven ? Já terminou a pintura ? - passo os braços por cima de seus ombros.
- não consigo pensar em como deixá-la diferente, já fiz os traços mas a tela ainda está em preto e branco.
- que tal a deixar com os cabelos curtos e loiros, os olhos azuis e a pele bronzeada, acho que ficaria bem diferente.
- é uma boa ideia ruiva, na verdade, é uma ótima idéia. Obrigada.
- quer ver o meu trabalho ? Talvez ajude.
- vamos lá.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora