Capítulo 55

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Com o desenho pronto começo a fazer os traços com a tinta, resolvi deixar os cabelos e os olhos de Daniel de um jeito diferente, os cabelo ao invés do castanho claro quase loiro vão ser negros e os olhos vão ser de um verde intenso, quase como uma piscina natural. Começo a pintar a camisa em um tom de salmão e fazendo alguns sobre tons na cor branca para fazer as dobras da camisa, com o pincel fino começo a colorir os botões com um tom de branco quase transparente e uso o lápis para simular os furos. Misturo duas cores para encontrar o tom de pele de Daniel e ao deixar o pincel cair o pego olhando meu rosto como no dia em que nos encontramos no estacionamento do pet shop, sorrio fraco e começo a pintar o pescoço.
- quer água ou algo pra comer ? - pergunto a ele.
- só água está bom.
Me levanto e vou até a cozinha pegar um copo d'água gelada e levo até ele, Daniel pega o copo e enquanto ele toma o líquido observo sua garganta, ele tem uma pequena cicatriz ao lado do pomo de Adão.
- obrigada Mia. - ele me estende o copo e eu o coloco sobre a mesa ao lado dos pães de queijo.
Vovô está concentrado em seu livro que nem percebeu quando Charlie se deitou sobre seus pés. Volto para terminar, ou tentar, o quadro antes das seis. Com um pincel extra fino faço a pequena e quase imperceptível cicatriz de Daniel, o homem na tela não está nada parecido com ele ao não ser pela fisionomia do rosto. Daniel às vezes me olha e volta a desenhar, vejo o mesmo se desencontrar com alguns pincéis e vejo o quanto ele pode ser atrapalhando.
- quer ajuda ? - pergunto sem olhar para ele.
- não, não. - ele ri . - acho que só me confundi aqui, mas está tudo bem.
- vou acreditar em você okay.
- eu agradeço por isso.
Engulo seco e volto a me concentrar em minha pintura, depois de terminar o pescoço resolvo colorir as laterais da tela que ficaram em branco, cubro tudo com um tom de verde escuro e um pouco fosco, sem brilho. Sorrindo com o meu trabalho, começo a dar forma aos lábios, me viro lentamente para observar de que cor serão os lábios de Daniel, são de uma rosa meio avermelhado, misturo alguns tons de rosa, vermelho e branco para atingir o tom necessário e com um pincel limpo começo a desenhar os lábios por cima do traçado do carvão.
- Mia minha querida, já são seis horas e se eu não me engano você tem um compromisso a pouco. - vovô fecha seu livro e confere o relógio no pulso.
- eu preciso ir também, não quero atrapalhar sua noite.
- Ah claro que não atrapalha Daniel, amanhã você pode vir aqui a mesma hora e podemos terminar isso.
- pelo jeito o seu quadro está mais avançado que eu o meu. - ele retira o avental.
- só por que faço isso a mais tempo que você Daniel, não se sinta diminuído por isso okay, não estamos competindo.
- pode me levar até a porta ? - ele joga a mochila sobre os ombros.
- claro, vamos lá.
- não quer comer alguma coisa garoto ? Não comeu nada desde que chegou.
- não obrigada senhor Collins, eu estou bem. Até amanhã.
- até garoto, até.
Retiro meu avental e o deixo sobre a banqueta, caminho com Daniel até a porta.
- até amanhã Mia.
- até Daniel.
Ele me dá um beijo rápido na bochecha e eu mordo meu lábio para não gritar por surpresa, ele se despede com um aceno e entre em seu Porsche que estava estacionado em frente a minha casa. Volto para dentro e começo a recolher as tintas que estavam na parte frontal do cavalete, guardo os potes de tinta e pego os pincéis e as paletas para lavar os mesmos, enxugo e os coloco novamente dentro da caixa junto com as tintas. Não vou remover ao jornais, os cavaletes e muito menos as baquetas do lugar, vovô apenas recolheu os waffles e o copo em que servi água para Daniel e se retirou para a cozinha e depois para o seu quarto. Me sentindo curiosa em observar o trabalho de Daniel volto para a sala de jantar e me sento em frente ao seu cavalete.
As cores em tons de vermelho, amarelo, laranja brincam freneticamente no que seriam meus cabelos, o rosto virado para o lado em uma pele perfeitamente bem desenhada, os olhos em um tom de cinza misturado com o verde por pouco não escondidos pelas pálpebras quase fechadas, o nariz delicado, a boca vermelha e saudável, a pele das costas sendo escondida por pouco pano branco, deixando os ombros e minhas sardas a mostra. Ele pinta muito bem para um iniciante, algo que me faz questionar se ele realmente nunca fez isso antes.
Sorrio com a dedicação dele e saio da sala de jantar, tenho uma hora e quarenta minutos para me arrumar e me preparar para conhecer os meus futuros sogros.
Que Deus me proteja.
Tomo outro banho para remover a tinta dos braços e lavo meus cabelos, antes de vestir uma roupa que eu ainda não escolhi e que me lembra de que preciso ligar para Sammy e pedir ajuda.
Seco meus cabelos com o auxílio de uma escova e os deixo totalmente lisos para depois fazer algumas ondas com o modelador de cabelos. Pego meu celular e ligo para meu amigo.

- Sam, preciso de sua ajuda.
- diga ma cherrie, estou ao seu dispor.
- que roupa uso para conhece os pais de Andrew ?
- hum, que tal a saia preta de couro, a camisa de botões azul de seda e um salto alto fechado ?
- parece bom, mas não quero nada que marque meu absorvente.
- Mia do meu coração, use um interno pelo amor de Deus.
- Sammy, você sabe o que eu acho desses absorventes.
- é isso ou ir de calça e ficar suando como uma porca na frente dos seus futuros sogros.
- ah... Vou ver se encontro algum aqui. Obrigada.
- me conte tudo depois okay.
- beijos Sam, e diga um oi ao Brandon.
- pode deixar, beijos morango, boa sorte.

Eu vou precisar.!

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora