Capítulo 56

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Depois de vestir a roupa que Sammy me indicou penso em colocar ou não o absorvente interno, a ideia é ruim e eu não consigo me ver colocando algo dentro do meu corpo.
É só a merda de um absorvente Mia !
Retiro a saia e a camisa, ficando apenas de lingerie preta de renda fina e caminho até o banheiro. Me sento na privada e com o pequeno absorvente nas mãos decido colocá-lo logo de uma vez, a sensação é estranha no começo mas acaba sendo suportável. Me levanto e começo a me maquiar, fazendo um belo uso de sombras marrom e preta, passando o delineador por cima e colando os cílios postiços para dar volume. Preparo minha pele e apenas uma camada de pó compacto já é o suficiente, dou algumas batidas do pincel com blush fraco e na boca passo um gloss rosa sem muita pigmentação. Volto para o quarto e pego meu modelador de cabelos, fazendo pequenas ondulações ao longo dos fios, deixo o modelador esfriar em cima da cômoda enquanto em frente ao espelho visto a roupa novamente. Com as pernas de fora penso se não vai ficar melhor se eu colocar um meia preta fina por baixo, mas a noite está quente e não quero ficar suando. Pego um par de meias pequenas e as coloco, enfiando os pés dentro do salto alto fechado, borrifo duas vezes o meu perfume favorito e pego um brinco delicado na minha caixinha de bijuterias que fica em cima da cômoda ao lado de uma foto minha e de Sam. Escolho uma clutch preta de mão, colocando meu celular, a chave de casa, um batom e um absorvente para emergência. Em frente ao espelho dou uma uma olhada e para ser sincera, eu amei o resultado.

- como eu estou vovô ? - entro em seu quarto sem bater.
O mesmo que antes estava deitado se apoia nos cotovelos e levanta a cabeça para me olhar, fico o encarando até ver o sorriso brotar em seu lábios.
- está linda meu amor, linda.
- Obrigada vovô é muito importante pra mim.
- eu sei minha neta, só não tente ser engraçada ok, você conta péssimas piadas.
- hey, eu tinha onze anos. - o repreendo por lembrar dos meus péssimos dias como humorista.
- só volte inteira.
- é do outro lado da rua vô.
- eu sei, eu sei. Agora vá antes que Grayson suba atrás de você.
- te amo okay, não vou voltar tarde.
- eu também te amo.
Fecho a porta e desço as escadas devagar, sirvo um pouco de ração para Charlie e a campainha toca. Ajeito minha roupa e cabelo e sigo para abrir a mesma, e ali está ele.
Vestido com uma calça social preta um pouco justa demais, uma camisa azul clara de botões e seu inseparável Nike SB preto. Os cabelos arrumados em um topete perfeito e o cheiro divino.
A incarnação de Zeus, sem a menor dúvida.
- você está linda. - ele abre um sorriso contagiante e eu retribuo com fervor.
- posso dizer o mesmo de você Grayson.
- podemos ir ?
- claro.
Retiro a chave da Clutch e tranco a porta da sala ao sair, antes de jogar a chave para o fundo da bolsa confiro se está tudo ali dentro. Fecho o zíper e Andrew pega em minha mão direita, a mão dele está quente e eu nem posso imaginar como o resto do corpo deve estar. Ele me puxa para mais perto e ao tocar seu peito respiro profundamente seu cheiro, não o perfume em sua camisa mas o cheiro de sua pele, e é tão bom. Quando chegamos a porta de sua casa me dou conta de que nunca estive tão perto dessa porta, seria mais uma primeira vez.
- vai ficar tudo bem, relaxa.
Ele me beija calmo e tenta me tranquilizar com um carinho na nuca, a porta se abre e entramos em uma espécie de pré sala de estar, aonde se tem a escada, um pequeno sofá de madeira de dois lugares e uma mesa de centro de vidro apenas com um jarro de tulipas em cima. Devagar ele me leva para o lado esquerdo e encontro uma bela e bem decorada sala de estar, móveis na cor de um marrom bem polido e limpo, sofás cor de creme, um televisão enorme presa a parede e um belo espaço sobrando.
- é linda. - digo baixo.
- minha mãe é um pouco exagerada.
A casa não parece tão grande olhando de fora, mas por dentro é realmente linda.
- você não havia me dito que ela era ruiva Andrew.
Me viro de imediato ao ouvir a voz de Jen e a encontro vestida com um belo vestido justo verde escuro e os cabelos negros como a escuridão soltos e esvoaçantes dançando por cima dos ombros. A mesma vem até mim e me abraça como se me conhecesse a anos.
- é tão bom te conhecer. - ela me solta e me fita com os olhos azuis curiosos.
- é um prazer senhora Grayson. - sorrio simpática.
- não, nada de senhora, só Jen por favor.
- mãe, podemos sentar ? - Andrew me puxa para um dos sofás.
- Claro, claro que cabeça minha.
Ela se senta de frente para nós e continua me olhando com cuidado.
- me diga ...
- Mia. - digo simples.
- sim Mia, me diga, seu cabelo é natural ?
- ah, sim, na minha família é normal se ter o cabelo dessa cor.
- você é tão linda, Andrew soube escolher dessa vez.
- mãe. - ele a repreende, deixando um dos braços sobre meus ombros.
- obrigada sen... Jen, eu sempre achei você esvoaçante também.
- Andrew disse que é nossa vizinha de frente e eu nunca a vi antes.
- vamos dizer que eu não costumava sair muito de casa depois da escola.
- ah sim, o jantar está quase pronto e meu marido só está terminando alguns assuntos do trabalho.
- sem problemas. - sorrio fraco.
- me conte mais sobre você Mia, mora só com seu avô ?
- sim, somos só nós dois.
- e seus pais?
- meus pais moram em outro país, ambos tem um espírito livre.
- e você se sente bem com isso ? - ela pega uma xícara com chá que está a sobre a mesa de centro.
- claro, meu avô sempre cuidou de mim mas só que de si mesmo, acho que ao invés de viajar o mundo e nunca criar raízes não me faria tão bem como ele me faz.
- vejo que sente admiração por ele.
- vovô é toda a fonte do meu conhecimento e da minha essência, ele é tudo pra mim .
Andrew aperta meu ombro de leve e sorrio quando seus dedos começam a roçar minha nuca.
- seu avô fez um ótimo trabalho.
- ele fez muito mais que isso mãe.
Muito mais.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora