Capítulo 87

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Depois de escovar os dentes o pensamento de usar rímel veio a minha cabeça.
Mas quem usa maquiagem quando se vai a praia ?
Balanço a cabeça em negativo e começo a pentear meus cabelos em frente ao espelho do quarto, observando o biquíni roxo em meu corpo magro e cheio de curvas, tudo bem, não é como o de uma mulher cubana ou brasileira, mas é razoável. Os seios médios, a cintura fina e delicada, o quadril um pouco largo e as coxas bem distribuídas. Eu tenho um corpo bonito mas por que não consigo me sentir bem só com esses pedaços de pano cobrindo minha pele ?
Deixo a escova sobre a cômoda e abro a primeira gaveta, tirando de lá uma saída de praia branca de um crochê fino e elegante e uma câmera fotográfica profissional que ganhei a dois anos de Sammy. A coloco e caminho para dentro do closet, pegando um chinelo branco com as correias douradas e um chapéu Panamá branco que ganhei em minha última viagem com vovô. Checo se tudo está dentro da bolsa e me arrasto para fora do quarto com o celular e a bolsa nas mãos, desço as escadas e encontro vovô ouvindo música em seu celular, puxo um dos lados do fone de ouvido e lhe dou um beijo na bochecha quando ele se vira para me olhar.
- aonde vai assim ? - ele sorri de canto e pausa a música.
- Sammy quer ir a praia, tudo bem ? - digo abraçando seu pescoço por trás.
- claro, vá e aproveite o dia.
- o senhor vai ficar em casa sozinho vô ? - me solto dele e me sento no braço do sofá, colocando o celular dentro da bolsa.
- não, eu ia mesmo falar com você sobre uma coisa. Minha afilhada, Megan, está doente e me pediu para ir vê-la está tarde. - ele ajeita os óculos. - creio que só voltarei amanhã de tarde por conta da distância, tudo bem ?
- o que ela tem vô? É grave ?
- não, eu espero que não pelo menos.
- pode ir vovô, eu convido Sam para ficar aqui comigo, não se preocupe. E enquanto a Megan, diga a ela que eu desejo melhoras.
- então me dê um abraço, pois quando voltar eu não estarei aqui.
Deixo a bolsa sobre a mesa de centro e me abaixo para abraçar meu avô que permaneceu sentado, fecho os olhos aproveitando o carinho e lhe dou um beijo rápido na nuca. Ele ri e me solta, dando um tapa rápido no meu braço e desviando a atenção para a porta quando escuta o barulho da campainha. Antes mesmo de um de nós se levantar para abrir o furacão mais conhecido como Samuel Gonzalez, vulgo Sam, entra sem pedir licença usando uma bermuda, um chapéu Panamá preto e chinelos brancos.
- Oi vovô. - ele cumprimenta meu avô com um abraço de urso e eu sorrio com o carinho que Sammy tem pelo meu velho.
- Sam, não precisa pular em cima de mim. - meu avô ri e fica vermelho quando Sammy deixa um beijo em sua bochecha.
- vim roubar essa criatura pálida que o senhor chama de neta para passar a tarde na praia. - ele retira os óculos escuros do bolso traseiro do short e os coloca, sorrindo graciosamente.
- eu já sei da história, agora vão logo antes que a praia fique cheia.
- até amanhã vovô. - digo pegando minha bolsa.
- beijos vô.
Deixo a bolsa com Sammy e corro para pegar a chave do carro no chaveiro da cozinha, mando um beijo para meu avô e saio de casa agarrada ao braço do meu amigo.
- pegou tudo ?
- sim Sam, podemos ir agora ou vamos levar o Brandon ?
Aperto o botão do controle da garagem e quando a espaço o suficiente para entrar me coloco para dentro do carro e ligo a ignição para dar ré. Estaciono na frente de casa e faço com que o portão cinza se feche, Sammy entra no banco do passageiro e coloca minha bolsa sobre o colo.
- Andrew e Brandon foram na frente guardar um lugar para nós.
- okay.
Dou a partida e Sam liga o som, conectando seu celular ao Bluetooth do carro e deixando com que suas músicas nos fizessem cantar como loucos e seu que os trinta minutos de viagem vão ser divertidos só pelo jeito que Sam interpreta uma Beyoncé.

" "

Tranco o carro e pego no braço de Sam, segurando a bolsa com a mão direita e deixando o chapéu Panamá encobrir meus olhos da luz escaldante do sol, atravessamos a rua e pego meu celular para ligar para Andrew, preciso saber aonde ele e Brandon estão. Felizmente ele atende logo e eu deixo no viva voz para Sammy ouvir.

- Oi ruiva.
- aonde vocês estão ?
- perto do chuveiro, bem ao lado de um quiosque. - olho para meu amigo e ele afirma com a cabeça, parecendo saber aonde é.
- chegamos em alguns minutos, tudo bem ?
- estão com fome ? - Sam toma o celular de minha mão.
- sim, peça alguma coisa antes de chegarmos por favor, nada de coisas pesadas, Mia não come nada além de frutas e waffles no café da manhã.
- quer me dizer qual é o número do sutiã dela também ? - Andrew brinca e Sam faz careta.
- só faça o pedido okay, já estamos indo.

Sam desliga e me entrega o celular, o jogo dentro da bolsa e pego em sua mão para caminharmos juntos pela calçada.
- você e Andrew andam transando muito ?
Engasgo com a saliva e ajeito os óculos, Sammy me encara divertido e eu molho os lábios com a língua, pensando se devo responder ou não.
- talvez.
Minhas bochechas queima e Sam abre a boca em um " ó" perfeito, recebo um tapinha fraco no braço e ele morde o lábio para falar.
- agora que já está mais acostumada com esse tipo de coisa que tal eu te dar algumas dicas do que ele pode gostar ?
- ainda não Sam, acho que ainda não estou pronta para sabe o que se passa nessa sua cabeça, e Andrew está sendo ... Maravilhoso.
- acho que o menino mau dos Grayson está fazendo um ótimo serviço.
Um ótimo serviço, ótimo mesmo.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora