Grayson

Capítulo 11

Me viro para ele e ajeito meu óculos sobre o nariz, ainda não acreditando que Andrew Grayson está na minha cozinha.
- não, ele não mostra de mais. Sam tem um ótimo gosto para roupas e cuidou para que eu me vestisse de um jeito que ... -  Chamasse sua atenção !- de um jeito que eu me sentisse bem com o meu corpo. - termino por fim.
- sabia que tinha dedo dele nisso.
- já que você não quer uma água ou um beijinho pra sarar o dodói não se importaria de ir para a sua casa e me dar o honra de subir, deitar na minha linda cama e dormir por que amanhã eu tenho aula.
- está me expulsando ? - ele ri, exibindo seus dentes brancos.
- pra ser exata, eu estou pedindo para você ir.
Caminho até a porta e coloco a chave reserva no meio das plantas novamente.
- por que deixa uma chave no meio das plantas ? - ele pergunta aparecendo atrás de mim.
- sempre perco minha chave no quarto, no carro, na sala, na escola. Então vovô deixa algumas cópias guardadas em lugares que só eu e ele sabemos.
- agora eu sei também.
- não, amanhã essa chave ira sumir daqui. - sorrio sem mostrar os dentes.- agora vai por que não quero que meu avô acorde e veja o vizinho sozinho comigo na sala a essa hora da noite.
- o vizinho extremamente sexy você quer dizer. - ele pisca safado.
- some daqui.- o empurro em direção a porta.
- até amanhã Mia, e mais uma coisa - ele me puxa e me dá um selinho demorado - nunca mais use essa porra de vestido.
- por que ?
- me dá vontade de tirar e ver o que tem por baixo. - Andrew enfia as mãos no bolso frontal do jeans apertado e se vira, atravessando o meu quintal sem olhar para trás.
Assim ele se vai, atravessa a rua e entra em sua casa como se nada tivesse acontecido.
Suspiro pesado e fecho a porta, pegando a chave em cima da mesinha e trancando a mesma em seguida.
Pego os saltos e subo as escadas devagar, pensando no como essa festa poderia ter dado errado se Daniel tivesse me agarrado, ou se Andrew não tivesse me tirado de cima daquela mesa de sinuca a tempo de não beijar aquela estranha, ou se Sam não tivesse me largado para se pegar com Brandon.
Eu não teria o beijado daquele jeito.
Ele não teria me flagrado chegar em casa sozinha
Andrew não teria me forçado ( se é que pode dizer assim ) a ajudar em relação ao seu machucado.
E ele não teria me visto nesse vestido.

Paro em frente a porta do quarto do vovô e dou duas batidas, escuto ele pigarrear um okay e vou para o meu quatro, que é ao lado.
Coloco os saltos na prateleira do closet e busco em uma das gavetas uma camisa bem larga para dormir.
Tomo um banho rápido e quentinho, colocando a camisa e uma calcinha e indo até a janela. A luz do quarto de Andrew está acesa, sorrio com o pensamento de que ele pode estar pensando no que aconteceu hoje. Apago a luz do meu abajur e feito na cama, pegando o meu celular e confirmando o despertador.
Acho que minhas seis horas de sono serão regadas de sonhos com aqueles olhos verdes amendoados.