Capítulo 33

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Me sento na banqueta e coloco o prato com algumas frutas na bancada a minha frente, levo um morango a boca e sinto a acidez da fruta, uma das razões por eu a amar. Na banqueta ao lado está uma caixa média na cor rosa, com o morango na boca pego a tampa da caixa e a coloco ao lado do prato.
Cartas e mais cartas que foram acumuladas em dez anos de abandono pela parte dos meus pais. Cartas que eu nunca li ... Com medo do que estivessem escrito nelas. Todas tem selos diferentes, de lugares diferentes e dos cinco continentes. Meu avô as guardou caso eu quisesse ler algum dia e agora com uma delas em minha mão, se eu não me engano a mais recente, acho que ainda não estou pronta pra saber o que eles tem a dizer a filha abandonada.
Coloco a carta no lugar dela e tampo a caixa de novo.
Quem sabe daqui um tempo eu não as leio de uma vez.
Continuo a comer minhas frutas e quando me dou por satisfeita levo o prato até a pia, o lavo e deixo no escorredor, levando a caixa de cartas para a biblioteca. A colocando na última estante na parte de cima.

" "
Já são sete e meia e vovô ainda não apareceu, talvez ele tenha ido jantar com John e sua esposa e esqueceu de me avisar. A campainha toca e eu me certifico de que meu pijama, uma calça fina azul clara e uma camisa de mangas compridas branca com uma nuvem azul no meio não estão bagunçadas. Prendo meu cabelo em uma trança lateral e corro para abrir a porta antes que a visita resolva ir embora. Abro a porta rapidamente e me assusto com que encontro, há uma caixa grande no chão cheia de buracos na tampa.
Abro a caixa e me deparo com um gatinho ainda filhote, um bichinho totalmente branco com uma carta ao seu lado. Pego a caixa e olho ao redor, a rua está vazia e não há nenhum sinal de quem deixou esse bebezinho aqui. Entro e coloco a caixa sobre o sofá, o gatinho tenta sair da caixa e eu o pego no colo junto com a carta.

Eu o encontrei abandonado dentro de um saco perto da academia, assim que o vi achei que ele deveria ser seu.
Não se preocupe, já o levei ao veterinário para um banho e vacinas.
Sei que vai cuidar bem dele.

Quem será ?
O bilhete foi impresso e não tem nenhuma pista de quem pode ter sido. Acaricio a cabeça do pequeno gatinho e volto a mexer na caixa que ele veio, encontro um cobertor branco e uma coleira azul com uma plaquinha.
Charlie.
- então seu salvador te deu um nome ? - o coloco na caixa sobre o cobertor. - eu gosto de Charlie, e você ?
Ele mia e vou até a cozinha pegar dois potinhos, em um deles coloco água e no outro leite fresco. Levo os potinhos até o canto da sala e ali os coloco, pegando a caixa com Charlie dentro e os levando até a comida.
- você deve estar com fome não é ?
O retiro da caixa e o ponho perto do leite, ele logo se aproxima e cheira o pote rápido logo indo até o leite e o bebendo. Ele é tão fofo, tão pequeno. Eu gostaria de agradecer quem me deu esse gatinho lindo, mas não sei quem é e provavelmente não foi Andrew ou Sam.

" "
Deitada em minha cama com Charlie ao lado, faço carinho na cabeça dele enquanto fito o teto cheio de adesivos brilhantes. Charlie deve estar dormindo pois eu já parei com os carinhos e ele não me olhou com os olhinhos azuis implorando mais, me levanto para conferir se a coberta dele está no lugar certo ( embaixo dele) e vou até a janela. A noite está com o céu cheio de estrelas e nenhuma nuvem, o vento está fraco e não há nenhum barulho na rua. As luzes da casa de Andrew estão acesas, seu carro estacionado na vaga de sempre e a janela de seu quarto aberta, mas com as cortinas escuras fechadas. Pego meu celular e resolvo ligar para ele. Chama uma vez, duas, três e vai direto pra caixa postal. Deve estar desligado, coloco o celular sobre o criado mudo e me sento na cama de frente para Charlie.
É pequeno, essa noite somos a única companhia um do outro.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora