Capítulo 95

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Com os olhos cansados pego meu celular e ligo a tela para ver que horas são.
Uma e meia da manhã.
Sam e Brandon cochilando no sofá ainda sentados, Andrew com a cabeça deitadas em minhas coxas e Charlie dormindo profundamente nos meus pés. Pego uma almofada devagar, para não acordar Andrew e jogo em Sam, acertando em seu rosto e lhe arrancando um palavrão.
- porra Mia. - ele coça os olhos. - podia te me chamado.
- mas você não iria acordar que eu sei. - explico. - acorde Brandon para ir dormir na cama.
Começo a distribuir beijos sobre o lado direito do rosto de Andrew e sorrio ao vê-lo acordar aos poucos, os olhos pedindo para se fechar novamente.
- vamos dormir na cama Andrew. - sussurro em seu ouvido.
Ele se remexe e com um dos braços tira a manta de cima de suas pernas, se sentando rápido.
- claro.
Me levanto e começo a recolher os pratos e os copos com cuidado de cima da mesa de centro, acendo a luz com dificuldade e jogo os restos de pizza no lixo, deixando os pratos e os copos na pia da cozinha. Pego as caixas vazias e amasso todas elas, conseguindo as enfiar em uma sacola descartável, a deixando no chão ao lado do pequeno lixo. Apago a luz e ao chegar na sala percebo que Sammy e Brandon já subiram e apenas Andrew está dobrando as matas que usamos.
- esses dois são uns folgados. - ele resmunga.
- ainda bem que esqueceram das bebidas. - digo, colocando a manta já dobrada na cesta. - estariam bem piores se estivessem bêbados.
- tem isso também. - ele me entrega e outra manta e eu a jogo no cesto.
Desligo a televisão e pego na mão de Andrew, o puxando para cima com dificuldade, pois o mesmo está lento por conta do sono. Abro a porta do meu quarto e acendo a luz, dando passagem para ele entrar e se jogar sobre minha cama.
- eu estou tão cansado. - sinto sua respiração ficar mais calma.
- o dia foi longo. - fecho a porta e passo a chave, apagando a luz em seguida e iluminando o caminho com a tela acesa do celular.
Do lado esquerdo acendo o abajur e deixo o Celular ao seu lado, puxando o edredom para cima e cobrindo a mim e a Andrew. O mesmo se remexe na cama e se ajeita no travesseiro, solto os cabelos e me deito depois de apagar a luz laranja do abajur. Me aproximo do ouvido de Andrew e dou um beijo casto em sua bochecha.
- boa noite meu amor. - sussurro.

" "
Fecho os olhos com força, uma gota de suor escorre pela minha testa e o gelado percorre minha coluna. Abro a boca na tentativa de respirar melhor e o que consigo sentir é a queimação em meus pulmões, trinco o maxilar e abro os olhos devagar. Ainda está escuro, com uma das mãos procuro sobre o criado mudo até encontrar o abajur, o acendo e jogando o edredom para o lado com cuidado. Andrew dorme serena e calmamente, ao observar ser rosto adormecido a queimação em meus pulmões parece aumentar e eu corro para o banheiro apenas de meia, sem sequer pensar em calçar os chinelos. Abro a porta com dificuldade, acendendo a luz com pressa e logo retirando a roupa de meu corpo, deixando as peças jogadas dentro do cesto. Ligo o chuveiro na água mais quente possível, nessas horas a temperatura alta do chuveiro é a única coisa que pode fazer a dor parar. Enfio a cabeça debaixo da água fervente e sinto os calafrios aumentarem.
Droga, já fazia algum tempo que isso não acontecia.
Deixo a água tocar minhas costas e inclino a cabeça para frente, puxando o ar com força e tentando fazer meus pulmões realizarem seu trabalho direito, fecho os olhos por um instante e inspiro devagar já sentindo a dor se dissipar. Pisco rápido e jogo meus cabelos para trás, deixando com que a água leve a dor. Alguns minutos se passaram até que eu tomo coragem para desligar o chuveiro, deixo o box aberto ao passar e me abaixo para pegar duas toalhas. Seco meu corpo com pressa, pensando se Andrew acordou em algum momento e esta curioso para saber o por que de eu estar tomando um banho em plena madrugada. Com os pelos eriçados por conta do frio apago a luz do banheiro e entro no closet, acendendo a luz e indo até as gavetas, pegando um camisão de mangas compridas azul claro e o vestido sem nada por baixo. Retiro a toalha dos cabelos e os penteio com os dedos, o fato deles não estarem embaraçados também ajuda. Passo um pouco de desodorante e pego as toalhas molhadas, pendurando as no mancebo de madeira ao lado da cômoda. Molho os lábios com a língua e volto devagar para a cama, cobrindo minhas pernas nuas com o edredom, agora frio, e deitando a cabeça sobre o peito de Andrew. Seus batimentos cardíacos me tiram a atenção durante alguns minutos e só saio do devaneio quando dedos massageiam meus cabelos ainda úmidos do banho.
- você está bem ? - sua voz, agora mais rouca que o normal me puxa para a realidade.
- agora eu estou, foi só uma reação ao excesso de pizza.
- por que não me chamou ?
- desculpa amor, mas só a água quente poderia relaxar meus pulmões.
Saio de cima de seu peito e me apoio sobre os cotovelos para melhor olhar seu rosto.
- se quiser eu posso te pegar no colo.
- não precisa, volte a dormir.
Me deito de frente para ele e sinto quando suas mãos me puxam pela cintura para mais perto.
- seu cheiro é tão bom. - ele enfia o nariz em meu pescoço. - deveria se um pecado ser tão cheirosa assim.
Um beijo é depositado ali, bem na garganta e eu sorrio com sua demonstração de afeto. Os braços quentes a minha volta, as pernas procurando esquentar as minhas e o peito aquecido em contato com a minha blusa ainda fria.
- durma bem ruiva.
Desde que você esteja aqui, eu sempre dormirei bem.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora