Capítulo 121

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Deixo meu peito queimar por conta da dificuldade para respirar, afim de esconder de Andrew minha agonia por não poder interromper o beijo.
E eu não quero.
Mordo a carne macia de seu ombro para conter um gemido e não resisto quando um barulho rouco e totalmente sexy escapa dos lábios entreabertos dele. Me sinto desmanchar e solto os dentes de sua pele, jogando a cabeça para trás e sentindo uma gota de suor escorrendo pela minha testa.
- nós vivíamos em paz, cada um no seu canto. - encaro sua expressão relaxada e molho os lábios com a língua.
A respiração desenfreada.
Como a dele.
O corpo suado.
Junto ao dele.
A mente em outro planeta.
Graças a ele.
- mas Anthony começou a ficar ambicioso demais, queria mais dinheiro, mais garotas e mais atenção do que já tinha. - os movimentos aumentam a velocidade e eu abro a boca para não gritar.
- a quatro anos, quando ele estava no último ano e eu prestes a ir para o ensino médio. - uma pausa é dada e ele respira fundo, sugando o ar para dentro de seus pulmões, sem parar de se movimentar. - nós brigamos feio, feio o suficiente para meus pais o mandarem para a Itália.
Fecho os olhos, absorvendo o prazer e as informações que ele está soltando, tentando prestar atenção nos mínimos detalhes sem perder o foco por conta dos lampejos de calor. Andrew fecha os olhos com força, enfiando os dedos em minha pele do quadril e apertando o local com força, sim, isso deveria doer, mas não doeu.
Pelo contrário. Causou minha explosão, me quebrando em mil pedaços.
Me fez querer gritar, chorar de prazer e alegria. Ele continua os movimentos e vai parando derepente, soltando devagar meu quadril e se impulsionando para se deitar por cima de mim.
Os dois suados.
Os dois satisfeitos.
E eu com as minhas respostas... Ou metade delas.
Levo as mãos a suas costas e faço um carinho com os dedos em sua espinha, sentindo a pele suada, os ossos duros e os músculos em volta, fortes. Em cima de mim Andrew estica os braços para tocar meus cabelos, descendo as mãos pelos fios e encontrando minhas costelas, ainda fazendo um caminho para baixo e enfiando os braços por baixo do meu corpo, me prendendo a ele.
Me deixando sem chances para levantar.
- Anthony é egoísta o suficiente para bater em você por conta de uma visita a empresa ? - deixo uma das mãos em sua nuca, acariciando os poucos fios de cabelo que ficaram grudados por conta do suor.
- Anthony é um babaca egocêntrico ruiva, ele só quer olhar para o próprio umbigo. - sua voz é calma e sorrio ao perceber que ele está bem mais relaxado. - aquele idiota não liga para limites, e naquele momento, a única coisa que ele queria era me provar o quanto está disposto a fazer tudo para ter o quer.
Esse era meu objetivo.
Obter respostas e fazer Andrew desabafar.
Sinto quando ele sai de dentro de mim e faço uma careta quando um de seus braços me soltam, o frio começa a tomar conta do meu corpo e aproveito sua distração para me levantar.
- como eu vou explicar a camisa rasgada a minha mãe ? - os olhos verdes amendoados focados em mim.
Como se ele não tivesse a desculpa perfeita para explicar o por que chegou em casa sem camisa em meio a tantas opções, mas sei que Andrew ama fazer um drama quando se trata de mim.
- se quiser posso te dar a camisa que você deixou aqui a duas semanas, se lembra ? Do dia da chuva ? - enrolo um dos lençóis em meu corpo, já evitando os olhares maliciosos do garoto deitado em minha cama em cima do meu corpo.
- eu nem me lembrava mais dessa camisa. - me viro ao perceber que ele iria remover a camisinha de seu membro. - você ainda tem vergonha ruiva ?
Uma risada baixa escapa de meus lábios e eu aperto o lençol enrolado em minha mãos.
- ainda não me acostumei com você assim, okay ! - me dirijo ao closet e acendo a luz, procurando entre as prateleiras a camisa preta dele.
Me abaixo e apanho a camisa, a retirando da prateleira que fica debaixo da arara de roupas, enfio a mão em uma das gavetas da esquerda e pego uma cueca limpa e nova que Sam ainda não teve chance de usar.
Graças a Deus.
Deixo o pequeno cômodo e encontro Andrew sentado na ponta da cama com as mãos juntas, escondendo sua parte íntima da minha vergonha.
- sorte sua que Sam comprou uma cueca e a deixou aqui.
- o nível de intimidade de vocês me assusta sabia. - seu espanto é fofo.
- não é nada demais, tudo bem. Se quiser pode usar o banheiro antes de mim. - deixo a camisa e a cueca ao seu lado.
- quer vir comigo ? - a pergunta sai derepente, o que me faz apertar o lençol em meus dedos.
- acho melhor não. - mordo o lábio.
Novamente eu estou recusando sexo no banho.
- sem problemas, okay.  Não precisa ficar pensando demais, não quero que pense que está me recusando ou algo assim, tudo bem ?
Ele me olha preocupado, talvez se sentindo culpado por ter feito a pergunta.
- okay, agora vá antes que de onze horas e meu avô acorde para te mandar embora.
Andrew ri baixo e estica o braço para apanhar a camisa e a cueca, lhe logo uma toalha que deixo pendurada no gancho na porta.
- obrigada ruiva.
Ele enrola a toalha na cintura e antes de entrar no banheiro sua mão rodeia minha cintura coberta pela camada de tecido enrugado do lençol, me puxando levemente para si e tocando meus lábios com os seus por alguns segundos.
- eu te amo. - os cílios finos e longos piscando devagar, analisando cada pedaço do meu rosto.
- eu amo você. - sussurro antes de lhe dar um sorriso fraco e o empurrar em direção ao banheiro. - você tem dez minutos.
- só preciso de cinco para fazer você gozar. - ele fala alto por conta da porta do banheiro estar fechada.
Arregalei os olhos no exato momento em que minhas bochechas começam a queimar, balanço a cabeça em sinal negativo e volto para o closet afim de pegar um camisão para vestir após o banho. Sorrindo feito uma idiota por finalmente ter conseguido respirar em paz depois do jantar na casa dos Grayson's.
Andrew Grayson é especial.
Muito mais do que eu imaginava.
Muito mais do que ele próprio imagina.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora