Capítulo 150

41.6K 1.9K 943
                                    

O céu que antes estava desprovido de nuvens agora se encontra em um tom de cinza escuro tão intenso quanto o terno de Brandon. Sam e namorado estão logo parados na porta do longo carro branco, ambos conversando animadamente antes de notar que eu e Andrew estamos a nos aproximar em uma velocidade não muito rápida.
- eu sei que já disse isso, mas você está muito bonita com essa roupa.
- obrigada. - digo sem graça, as bochechas queimando com olhar dele sobre mim. - eu realmente gostei do seu smoking, achei que você optaria por preto mesmo.
- vamos dizer que eu me vejo bem de preto. - ele sorri graciosamente, esbanjando elegância a cada passo dado em direção ao carro. - gostei da sua tiara.
- ah, eu a comprei hoje. Havia me esquecido que precisava de algo para colocar no cabelo quando fui com Sam comprar as roupas.
- ficou perfeita em você.
- hey casal, vamos logo antes que chova. - a voz de Sammy fura a bolha em que nos encontrávamos, fazendo com que nossos passos sejam dados em maior velocidade.
O chofer deixa sua posição ereta ao lado da porta do motorista e chega até a porta dos passageiros, abrindo a para que Sam entre primeiro.
- nossa Mia, você está muito bonita. - Brandon parece sem jeito ao dizer tais palavras, o que me faz sorrir antes de responder seu elogio.
- obrigada Brandon, você também está muito elegante. Gostei da cor do terno.
- era esse ou um verde horroroso. - ele ri, antes de entrar no carro.
- eu prefiro esse. - Sammy grita lá de dentro, provavelmente ele já está abrindo o teto solar, mesmo estando sem sol.
- senhorita. - o chofer estende a mão direita para me ajudar a entrar e mesmo que Andrew esteja o encarando como se quisesse arrancar seus dedos fora, eu a aceito.
Me sento no banco de couro creme, apreciando a visão do interior da limousine. No lado da porta há um tipo de estrutura de forma ondulada na qual estão disponíveis petiscos, algumas garrafas de água e sucos de diversas cores, taças de cristal penduradas pela base e um balde prateado com gelo e duas garrafas de champanhe, uma delas até com a tampa já removida. As luzes acopladas no teto refletem cores como branco e amarelo. As janelas que parecem totalmente escuras por fora se mostram muito reveladoras por dentro, o que me faz ficar encantada.
- meu Deus Andrew, essa limousine é demais. - digo ao apanhar uma das taças e comer um morango.
- tem que ser mesmo depois do preço que eu paguei por ela. - ele ri, se esticando para apanhar a garrafa de champanhe que estava no balde de gelo. - alguém quer ?
- claro ! - Sammy passa por cima do colo de Brandon e pega quatro taças vazias em uma gaveta da estrutura de couro.
A música aumenta e eu suponho que o motorista tenha alguma coisa a ver com isso. Ajeita a saia, esticando a perna para que a fenda não apareça acima dos joelhos. Pego uma taça das mãos de Sam e encosto as costas no couro.
- achei que bebidas alcoólicas eram proibidas para menores de vinte e um anos ! - encosto o cristal nos lábios, tomando um gole do líquido borbulhante.
- e são, mas ninguém precisa saber que eu usei a identidade do Anthony para alugar o carro e pedir as bebidas. - me viro imediatamente, o encarando perplexa.
- você o quê? Ele não vai descobrir ?
- ah ruiva, não haja como se eu não fosse capaz disso. - ele ri, enrolando o dedo indicador da mão esquerda em uma mecha do meu cabelo. - e não, ele não vai descobrir, só usei o número da identidade, não o número da cartão dele.
- você não cansa de me mostrar que Carol estava certa. - sorrio, tomando mais um gole do champanhe e lembrando do quanto isso é bom.
- deixa eu adivinhar. - Sammy devolve a taça vazia a gaveta de onde havia a pegado. - Carol disse que Andrew era um problema ?
- com todas essas letras. - rio.
- e na minha cara. - Andrew ri, virando a taça com tudo e a deixando ao lado das frutas.
Provavelmente nós já estamos próximos da escola pela curva que fizemos, o estacionamento já fica visível. Brandon ajeita o colete, contando com a ajuda de Sam para abotoar os botões que eu não percebi estarem abertos.
- então, quem acham que vai ganhar a primeira coroa do ano ? - a pergunta vindo de Brandon me faz pensar que eu ainda não tinha visto nenhuma campanha de votos desde o começo das aulas.
- eu aposto na Raven e no Jason. - digo antes de tomar o líquido restante da taça, a colocando ao lado das frutas também. - Raven pode ser uma vaca com todo mundo, mas ela sabe como manipular as pessoas para conseguir o que quer e Jason, é um cara legal e depois daquela festa na casa dele eu não duvido nada.
- se formos olhar pelo lado de quem deu festas desde que as aulas começaram temos que adicionar Daniel e Kevin nessa lista. - Brandon diz com um pouco de receio, acho que Sammy contou a ele o que aconteceu.
- você também pode ganhar Andrew, é o Armador do time. - meu amigo lembra, olhando o céu escuro pela abertura no teto.
- eu não vou ganhar Sam, não mesmo.
- e como tem tanta certeza ? - me viro para ele, reparando o quanto o paletó está apertado em seus braços.
- eu sei que não vou ganhar. Não de novo.
Antes que eu possa abrir a boca para fazer mais perguntas o vidro escuro que separa a cabine do motorista de nós se abaixa lentamente.
- já chegamos senhor. - a voz do chofer é um pouco alta devido ao volume da música.
- obrigada Marcus.
Sammy se levanta, enfiando a cabeça no teto solar e dando um rápida olhada no movimento, eu até poderia fazer o mesmo, mas o medo do vento passar forte e bagunçar meus cabelos me deixa apreensiva para tal coisa.
- meu Deus, acho que estamos atrasados. - ele ri ao se abaixar, se virando para olhar em um dos espelhos acoplados no teto. - melhor assim, chegaremos com tudo.
- eu definitivamente não sei se algum dia você vai conseguir ser discreto Samuel. - Brandon tenta ser sério, mas o sorriso no final da frase só mostra o quanto ele gosta desse jeito louco de Sam.
- eu também não sei, acho que isso nunca vai acontecer.
O carro para devagar e eu estico o braço esquerdo para apertar o botão que desliga o som e fecha o teto solar. As luzes brancas se apagam e apenas os leds ficam acessos, o ambiente ganha uma cara sensual e mordo meu lábio inferior suavemente, pensando em como essas cores podem ser quentes.
A única porta da cabine se abre, Marcus segura a porta para que Andrew saia primeiro e antes que possa me estender a mão, meu namorado o interrompe.
- deixa que eu faço isso Marcus, obrigada.
O homem ri baixo, notando o nível de possessividade de Andrew ao fazer tal gesto. Aceito a mão de Andrew, segurando a saia do vestido com a mão restante para que não se suje no chão do estacionamento. Um trovão alto e inquietante causa um belo arrepio em meu corpo, o céu parece ter escurecido de acordo com o passar dos minutos e eu diria que, a chuva promete ser mais forte do que o esperado. Sorrindo brevemente para Marcus me viro para entrelaçar os dedos nos de Andrew, esperando com que Sammy e Brandon saiam da limousine para entramos juntos no prédio.
- estarei disponível até às duas da manhã senhor Grayson.
- tudo bem, até mais.
Fechando a porta, Marcus ajeita a gravata vermelha em seu pescoço e volta para dentro do carro, dando partida para estacionar em algum lugar que nos proporcione uma entrada facilitada em caso de extrema chuva.
E que a diversão comece.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora