Capítulo 38

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- ele é tão fofo. - Sammy faz um carinho na barriga de Charlie, que está deitado em minha cama todo esparramado.
- sim, o deixaram com esse bilhete aqui. - o entrego o papel. - não tenho a mínima ideia de quem possa ser.
- hum. - Sam olha o bilhete. - parece ser alguém que te conheça.
- mas quem Sammy ? - retiro as botas e me jogo na cama ao lado dele.
- vamos descobrir com o tempo, agora me diga, o que achou de ontem ?
- Sam, ele é perfeito, o corpo dele é simplesmente divino, sabe, as mãos são fortes e ele sabe como agir. - encaro o teto.
- pelo que eu vejo ele não machucou você.
- não, pelo contrário, ele fez de tudo para ser perfeito, desde os primeiros beijos até o momento final. - me viro para o meu amigo - Sammy, eu juro que vi estrelas.
- uau, o garoto é bom mesmo então. Mas se você não está machucada ou assada é por que o negócio realmente foi bom em. - ele me cutuca de leve.
- eu não fui rápido demais Sam ? Não faz muito tempo que estamos juntos ou seja lá o que temos.
- você se sente bem com o que fez ? - confirmo com a cabeça. - então não fica com isso na cabeça, o que realmente importa é que aconteceu em um bom momento, em um bom lugar e com todas as condições de ser inesquecível para ambos. Esse negócio de tempo certo não existe morango, o que existe é o momento certo em que aconteceu. Se rolar arrependimento é algo que você terá de lidar, por que aquele selo não vai voltar. - ele me abraça. - mas se eu bem conheço você, a sua safada interior está louca para repetir a dose.
- Sam . - dou um tapa nele.
- não me bate, eu sei que você está louca pra ter aquele gostoso em cima de você de novo. - ele ri e pega um dos salgadinhos.
Mordo o lábio e olho para Charlie, o pequeno gatinho me olha com os olhos enormes.
- Daniel me pediu desculpas ontem.
Sammy me olha confuso e retira o casaco.
- ele te pediu desculpas? Isso não é do costume dele.
- eu sei, mas ... Acredito que ele foi sincero. - pego Charlie no colo.
- olha morango, nos conhecemos o Daniel a quase oito anos e se você está dizendo que aquela praga foi sincero com você tudo bem, mas eu não acredito naquele panaca.
- ah Sam, eu sei que ele não tem um histórico muito bom comigo, mas você melhor do que ninguém deveria saber que eu não consigo odiar ninguém. Se ele pediu perdão e ei aceitei o por que não quero ficar por aí sentindo rancor de ninguém.
- você e seu coração de manteiga.

" "
Eu e Sammy conversamos a tarde toda, Charlie preferiu sair de meu quarto e ir explorar a casa. Sam me contou que seu relacionamento com Brandon está evoluindo e eu fico feliz por meu amigo estar deixando alguém entrar em sua vida depois do seu último namorei que não deu certo.
A noite caiu rápido e Sammy precisou ir embora assim que sua mãe ligou.
- te vejo na escola amanhã ? - pergunto deixando a porta aberta atrás de mim.
- claro, te encontro na escola.
- não vai precisar de carona amanhã ?
- Brandon vai me levar. - ele pisca.
- Hum, okay.
- tenho que ir, tchau morango.
- tchau Sam.
Ele entra no carro de seu pai e eu dou um último aceno antes do veículo dar partida. Olho em direção a casa de Andrew e vejo seus pais, Jen e Richard, entrando em casa às pressas. Hoje eu não vi Andrew e por isso meu coração se aperta, não houve nenhuma ligação durante o dia, nem uma mensagem depois da escola ou nem mesmo uma visita. Volto para dentro e fecho a porta, vou até a garagem e pego um pouco de ração com o coletor de ferro e a levo até os potes de comida do meu pequeno Charlie na sala, enchendo um deles com a ração de bolinhas. Se vovô não está nem na sala nem na cozinha a biblioteca é a única opção que resta. Pego uma xícara e nela despejo o café quente e escuro, levando o até a biblioteca para o meu avô. Bato duas vezes na porta antes de entrar e encontrá-lo sentado em sua escrivaninha com muitos livros a sua volta.
- trouxe café.- ele se vira e sorri pra mim.
Vovô ajeita os óculos sobre o nariz e pega a xícara com cuidado de minhas mãos.
- o que vai ler esses dias ? - me sento no puff vermelho, afundando no meio do estofado.
- estou pensando em Shakespeare de novo ou Victor Hugo, mas seria bom ler Emily Giffin. - ele pega os livros mas mãos. - o que você acha ?
- como uma romântica incurável eu leria Shakespeare, Romeu e Julieta pra ser mais exata. Mas não dispensaria O corcunda de Notre Dame de Victor Hugo também.
- hum, Romeu e Julieta tem um final tão triste, não sei como gosta de livros assim. - ele deposita o livro sobre o colo e me encara.
- eu não gosto do final triste vovô, eu gosto de ler como eles se sentem um com o outro, eles se amam tanto ao ponto de morrerem pelo amor em seus peitos. A morte é a única maneira que eles encontram de ficarem juntos.
- por falar em amor e o Grayson, nenhuma novidade ?
Não sei se devo contar o que aconteceu entre mim e Andrew para o meu avô, nunca escondi nada dele mas sinto que isso é algo que ele não previsa saber.
- ah vô, Andrew anda meio ocupado ajudando o pai na empresa da família.
- mas e vocês? Não estão mais saindo ?
- estamos vô, mas ultimamente temos focos diferentes.
- ah entendi, se quiser posso deixar ele te visitar mais.
- isso seja bom vovó, agora só resta saber se ele vai ter tempo pra isso.
O nosso relacionamento nem começou direito e já está tendo problemas de comunicação.

GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora