Gritos

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-- Hye --

Sr. Park havia me deixado muito confusa, nem sequer deu-se o trabalho de me explicar com mais detalhes, apenas cuspiu as informações na minha cara, sem prévia.

Tranquei a porta do quarto, entretanto continuei com a maldita sensação de insegurança. Deslizei minhas costas pelo material rígido e acabei ficando sentada no chão. Abracei meus joelhos e senti meus olhos arderem, não era medo, era saudades, desespero e acima de tudo eu tinha ódio. Um sentimento que jamais eu desejei ter, mas que conhecia aos poucos junto a Jimin.

— Por que eu continuo te amando mesmo sabendo que vou me machucar, Jimin? Por que eu não consigo te odiar? – Indaguei em um sussurro. — Por quê?

A maçaneta da porta começou a se movimentar frenéticamente, logo me levantei assustada, temia que fosse aquele homem novamente.

— Hye! Abra essa porta! – Era Jimin, ele tinha o tom de voz não muito alto, mas o suficiente para eu escutar.

— Não! Quero ficar sozinha! – Andei pelo quarto procurando o celular, talvez estivesse em boas condições.

— ABRE A PORTA! – Aqueles gritos me deixaram mais apreensiva.

Peguei o telemóvel, estava com a tela trincada, mas ainda ligado. Disquei o número do meu pai. Jimin começou a socar a porta, o nervosismo era tão grande que eu tremia e o aparelho quase caía da minha mão.

— Se você não abrir essa merda eu vou te mostrar o que é um olho roxo! – Ameaçou aos berros. Continuou forçando a entrada, de todas as maneiras ele queria entrar. — ABRE!

Meu pai não atendia. Meu coração estava a mil e eu me sentei na cama, pois minhas pernas estavam bambas.

— Por favor, appa, atenda. – Minha voz falhou. — Appa?!

Hye!

Me ajuda, ele quer entrar no quarto... – Supliquei.

Calma, onde você está?

Ulsan. Eu liguei para o vovô, mas não consegui dizer tudo a tempo.

Vamos rastrear o telefone, mantenha o chip no celular, ok?

Ok.

Hye, quero que...

O telefone ficou mudo. Olhei para a tela e estava toda vermelha, havia estragado de vez. Eu já não tinha como ligar para ninguém.

Um estrondo me fez gritar. Jimin havia arrombado a porta. Estava com uma cara brava e os punhos cerrados.

— Quer dizer que você conseguiu um telefone? – Meu corpo estremeceu. Ele andou em passos lentos para mais perto, enquanto eu recuava.

— E-eu...

— FECHA A BOCA! – Pegou o aparelho eletrônico da minha mão e jogou longe. — Eu disse que não sou uma pessoa muito paciente e não vou deixar isso sem punição.

Meu rosto começou a ser molhado pelas lágrimas. Andei para trás mais um pouco, tentando manter a distância.

— Você vai pagar caro, Hye. – Me jogou com tanta força na parede que tive medo de quebrar algum osso. Sentir o corpo quente do maior perto do meu me deu um arrepio daqueles. Pôs os braços um de cada lado do meu corpo, impedindo minha saída. — O fato de você ser minha prima não vai mudar nada entre nós dois, você vai continuar sendo minha escrava e nada vai mudar isso, pode ter certeza.

Encarou meus lábios trêmulos, porém tornou a fitar os meus olhos. Aquele olhar impenetrável me deixou ainda mais intimidada. Aproximou seu rosto do meu, e pressionou seu corpo mais, meus seios chegaram a ficar espremidos entre nós dois, causando-me uma dor tremenda.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora