Celular

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-- Jimin --

Meu plano era um dos mais inteligentes que eu já havia tido. Tratava-se de algo simples, mas que demoraria um pouco para se cumprir.

Hye era a minha isca. O império de meu pai estava em perigo, e eu precisava agir. A herdeira da CB só atrairia mais prejuízos se contasse para os pais onde era a sede da empresa, então, o que me restava era usá-la para conseguir dinheiro da CB, quando eu não precisasse mais dela, apenas a descartaria, a matando.

Tomei a decisão de irmos para Ulsan, lá eu iria ter uma reunião com os sócios da empresa e com meu pai, ele morava lá há um ano, se possível.

Depois de uns minutos, o carro parou e Yoongi perguntou-me:

— Você vai para onde com esse helicóptero?

— Ulsan. – Levantei o tronco. Fomos logo saindo do veículo. Quando pus o pé pra fora, o vento logo bagunçou meus cabelos, assim como os de Hye, que saiu em seguida.

— Jimin, não precisa levar a Hye... – Jessie segurou meu braço, mas eu a empurrei irritado.

— Você não manda em mim. Vai pro seu amorzinho do Taehyung, e me deixa em paz. – Cuspi as palavras na cara da mais baixa complementarmente bravo e prestes a explodir.

— Aish! – Ela reclamou.

— Diga ao Taehyung que eu entrarei em contato com ele em poucas horas. – Encarei Suga. O mesmo concordou com um aceno.

— Vamos! – Segurei Hye pelo braço e a conduzi em direção ao helicóptero que nos aguardava. Meu braço seria cuidado pela enfermeira que eu mesmo havia contratado, ela vivia cuidando dos ferimentos que eu arrecadava na minha vida sangrenta.

— Ulsan é sua cidade natal, não? – Indaguei, depois de uns minutos de silêncio dentro do transporte aéreo.

— Sim.

— Ai! Toma mais cuidado! – Pedi a enfermeira que cuidava do meu ombro.

— Desculpe.

-- Hye --

Eu mal podia acreditar que eu iria visitar Ulsan, além de ter meus avós maternos lá, eu poderia entrar em contato com uma das afiliadas da CB que ficava em Ulsan. Eu tinha muitas chances para fugir. Era o que eu achava.

— Senhor, a bala está alojada, temos que ir a um hospital. – A mulher que sentava na frente de Jimin, disse.

— Aish! Tudo bem. – Vestiu sua camiseta com a ajuda dela. — Quando chegarmos em Ulsan, eu cuido disso.

No resto do caminho apenas observei a paisagem abaixo de nós. Segurava as lágrimas e engolia o choro, eu não iria ser mais vulnerável agora.

Com o tempo eu fui caindo no sono, e mal percebi quando pus minha cabeça no ombro do rapaz ao meu lado.

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— Acorde! Hey! – Uma mão dava tapinhas de leve na minha bochecha. Abri os olhos e vi a moça, enfermeira, me encarando. — Vamos! – Dei-me conta de que estava deitada no banco do helicóptero. — Você quer ligar para alguém? – Tinha um celular em mãos.

— Sim.

Ela me deu o aparelho.

— Fique com esse celular, guarde-o bem. – Sussurrou.

— Por que está me ajudando?

— Só faça isso, ok?

Olhei ao redor, e já estávamos no chão, aparentemente em um heliporto. Apenas ela e eu, sozinhas.

— Obrigada. – Agradeci.

— De nada. – Sorriu.

Mais uma vez analisei ao redor, a uns metros de nós, Jimin andava mais lindo que o normal em nossa direção. Seus cabelos iam e viam com a ventania, vestia outros trajes negros, agora limpos. Escondi o telemóvel dentro do meu sutiã, antes de ele entrar no helicóptero novamente.

— Podemos ir. – Gritou para o piloto. O funcionário obedeceu.

Novamente saímos do solo. Já era noite, e mesmo eu tendo dormido tanto, ainda me sentia cansada.

— Em alguns minutos você já vai estar em Ulsan. – Jimin informou-me.

Mantive a boca fechada.

Ainda me perguntava o porquê da enfermeira ter me ajudado.

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Horas depois...

Aquele quarto era mais cheiroso do que eu posso descrever. Bem limpo. Eu já estava bem banhada, e alimentada. Fui largada por Jimin e deixada nas mãos de empregadas.

Agora eu estava em outra mansão, outro quarto e outra aventura. Aventura da desgraça, eu diria.

Levantei meu tronco e tirei de baixo do travesseiro o telefone. Com cuidado fui digitando o número do meu avô. Comecei a roer as unhas, nervosa.

Alô?

— Alô! Vovô?

Hye?? Meu Deus! Onde você está? Me diga!

Não sei exatamente, mas só sei que estou em Ulsan.

Oh! Quem foi que te sequestrou?

Park...

O telefone foi tirado da minha mão bruscamente e jogado contra a parede.

-- Jimin --

Todos me encaravam na sala de reuniões. Sorri de canto.

— Quanto tempo, Jimin. – Meu tio riu fraco. Ele não é meu tio de sangue, mas o considero como tal.

— Pois é, quanto tempo. – Comprimi a boca.

— Quais as novidades?

— Vocês estão sabendo da herdeira da CB que está nas minhas mãos, não? – Arqueei uma sobrancelha.

— Sim. – Responderam.

— A CB está na cola do meu pai e logo chegará na gente, precisamos fazer algo, talvez usá-la a nosso favor. – Sugeri. Eles pensaram um pouco.

— É, isso é uma boa ideia. A menina vai ser útil. – Riram.



Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora