Morta

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-- Hye --

Lembro perfeitamente de como era a sensação de ter Jimin por perto. Um tranco doloroso que ia do meu estômago até minha garganta. Uma coisa ruim e angustiante. O peso do rapaz estava parcialmente sobre meu ventre, dando-me a oportunidade de sentir uma dor infernal e falta de ar. Apertei o olhos começando a gritar. Eu estava imobilizada, não conseguia ao menos me mover, logo a única opção era pedir por ajuda e dilacerar os ouvidos de Jimin com meus berros.

— Cala... — Pressionou meus lábios com sua mão destra, porém continuou segurando meus punhos com a esquerda. — a boca! — Ele estava há uns poucos centímetros do meu rosto. Meu peito subia e descia frenéticas vezes, algo aguçado. Fitei seus olhos, vendo neles toda a repugnância que aquele homem guardava dentro de si. — Você é minha escrava e tem que me obedecer, entendeu? — O líquido estava deslizando pela lateral da minha face, eu não protestei, apenas deixei que a água saísse. — Aaar... — Ele arfou apertando os olhos. Ainda sente dores? Afrouxou um pouco sua mão em minha boca. — Que dor de cabeça!

Hyung? — Jimin olhou para o lado após a voz de Jungkook nos surpreender. — O que está fazendo!? — Arregalou os olhos. — Solta ela! Está a machucando! — Se aproximou, pronto para tirar o ser de cima de mim.

— FICA LONGE JUNGKOOK! — Park gritou agora tirando sua mão de meu rosto e segurando meus braços com ambas as mãos. — Ela é minha e eu decido o que irá ser feito! — Deixei um ganido escapar, a dificuldade em puxar o ar necessário havia se acomodado de vez. — A empresa do seu papai estava esse tempo todo me manipulando, não é mesmo?

— O que? — Franzi o espaço entre as sobrancelhas. — Mentiroso! — Ele debochou rindo de canto.

— Você deveria estar morta agora, mas por ventura fora tirada das minhas mãos. — Levantou a mão. Eu esperava o mais forte tapa de todos. Fechei os olhos com força e comprimi a boca. Todos os dedos do rapaz marcaram meu maxilar e bochecha. Minha cara girou em um ângulo próximo de 90°, fazendo minha maçã direita sujar-se com a terra. — Seu pai quase destruiu a minha vida! — Levantou-se. Me senti alividada por poder respirar direito novamente, mas aquela quebra de tempo não durou tanto assim. Ele me puxou pelos braços e me forçou a ficar de pé. Senti uma tontura passageira, mas me mantive firme.

— Para com isso, hyung! — Jungkook ficou mais perto ainda. — Por que está fazendo isso? O que Hye fez?

— Não se meta, Jungkook! — O loiro estalou a língua e em seguida me olhou. A tensão era imensa. Mesmo sabendo que atrás de mim estava Jeon, eu não me sentia segura. — Hoje eu vou bater em você até não poder mais. — Recebi mais um golpe, um soco. Acabei tendo o lábio inferior ferido. — O seu bebê... — Me jogou no chão. — Não vai sobreviver, é claro. — Me chutou no meio das pernas. Me contorci gemendo alto. — Eu nunca deveria ter te sequestrado. — Me deu mais um chute, próximo a minha barriga. — Você só trouxe desgraça para minha vida, Hye! — Seu pé direito acertou em cheio no meu ventre, onde eu insistia em pôr as duas mãos. — Se eu pudesse, te matava agora mesmo com um belo tiro.

— ENLOUQUECEU HYUNG? — Jeon empurrou o mais velho. — Está se comportando feito um maníaco! — Os dois borrões passaram a discutir. Minha cabeça pesava, era algo tão ruim e me deixava aflita. Me arrastei enquanto cuspia sangue. — Ela não é nada sua! Para com isso! — Eles trocavam socos, tapas e palavrões, mas eu não dei atenção a luta corporal, me concentrei em sair dali rápido. Quando eu já estava a quase três metros dos rapazes, o baque estrondoso nos assustou.

— VAI! PEGUEM ELA! VAI! — As vozes grossas diziam. — Ela, ela! — Em poucos segundos o mundo apagou.

-- Chanyeol --

| Mansão Ku | 08/06 | 8:45 AM |

Meu dia havia começado mal e eu não esperava que fosse diferente. Tinha dormido no meu escritório, encolhido em um canto ao lado da mesa. Ao meu redor estavam os estilhaços e muita sujeira causada pela minha raiva. Eu havia ganhado alguns cortes nas mãos, entretanto os ferimentos não eram acidentais. Eu mesmo havia me cortado, tudo pela emoção do momento.

— Senhor... — A luz foi acendida, e a empregada pôs a mão no peito quando viu meu estado. — Aigoo! O que aconteceu? — Ficou em minha frente e se agachou. — Está tão ferido.

— Diga a minha secretária, que não irei á empresa. Quero ficar em casa. — Terminei a frase chorando. — Não quero ver ninguém. — Me encolhi.

— Tudo bem, senhor. Mas só quero avisar que Sr. Chaong está na sala, ele tem informações sobre Hye. — Não me movi, apenas deixei-a prosseguir. — Ela pode estar morta. — Espera...

Como é que é? 

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora