Ódio

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-- Writer --

Com o passar das horas, a preocupação de Chanyeol ficou nas alturas. O anoitecer já estava sobre a Ásia, e nenhuma notícia de Hye. Hyon já tinha chegado em casa, e já estava sob os cuidados de sua governanta, isso deixou Chan menos tenso. O atentado tinha deixado muitos feridos, muitos agentes tinham perdido suas vidas. Mas o que mais preocupou foi o fato de que, os criminosos sumiram do mapa, eles tinham saído, provavelmente, da cidade. E a qualquer momento mais um atentado poderia acontecer. O país inteiro, não só Seul, estava chocado e em estado de alerta. As famílias já eram aconselhadas, pois o perigo ainda poderia pegar a população de surpresa.

Jessie já dormia, em um hotel na zona sul da cidade. Ela tinha um tormento em seu peito, uma sensação ruim. Sabendo-se que Taehyung tivera sumido, assim como Jimin, Sehun, Jungkook e Hye. A ocidental choramingou pelo resto da noite, embaixo de suas cobertas. Ela fazia orações para seu criador, e tinha a esperança de que sua amiga voltaria.

| Mansão Ku | 23:19 PM |

O rapaz ainda estava em seu escritório, na escuridão. Apenas olhando a tela do monitor, que se mantinha ligado. Chanyeol suspirou e ingeriu o líquido amargo, que tinha em seu copo. Talvez beber álcool não fosse algo recomendável naquela situação, mas o moreno não se importou. Seu rosto estava inchado, tinha chorado muito. Tinha sim, um desespero dentro dele. Algo muito ruim; tristeza. Os pais do garoto iriam a Coréia dois dias antes do casamento, eles já estavam sabendo da situação, e ligavam incontáveis vezes para saber se poderiam ir antes da data prevista. Mas Chanyeol não atendeu nenhuma chamada, simplismente jogou o celular em um canto e se encostou na cadeira, relaxando no conforto.

— Onde você está Hye? — Ele nem imaginava que sua noiva dormia sob as sombras das árvores, perto de seu maior inimigo. Ele nem sabia que Hye estava próxima do cara que ela mais odiava. — Ah... Volte logo.

Foi então que, uma série de pensamentos ruins passearam pela mente dele. Ele começou a ligar os pontos: Hye havia desaparecido minutos depois do atentado. Exatamente quinze minutos antes de seu desaparecimento, Jimin havia sumido da empresa. Aquele foi um dos pensamentos mais raivosos e sujos que Chanyeol já tivera.

— Eles dois fugiram juntos!? — Levantou de sua cadeira, deixou o copo cair e espatifar-se no chão. Ele arregalou os olhos e passou as mãos pelos cabelos, não querendo crer naquela hipótese. — Não... Não... — Ele sussurrou diversas vezes, tentando pensar positivamente.

— Você vai sair hoje? — Hye sentou-se ao lado de Chanyeol, sorrindo.

— Tenho uns assuntos no prédio leste da CB. — Contou.

— Posso ir com você? — Perguntou. Chanyeol riu fraco. Ele ficou na frente dela, pondo as mãos, uma de cada lado do corpo da garota.

— Por que quer ir?

— Nunca conheci a CB. E quero ir. — Sentiu sua respiração acelerar. Ele estava perto demais. O rapaz fitou seus lábios rindo de canto e em seguida tornou a olhar nas orbes de Hye.

— Tudo bem. — Distanciou-se. — Eu vou daqui a pouco. Se arrume. — Foram andando novamente juntos, para entrar em casa.

Ele passou a lembrar daqueles momentos. Então eles tinham combinado tudo? Questionou a si mesmo, sentindo seu sangue ferver. Percebeu que Hye só queria ir a empresa para falar com Jimin. Os dois... Eram amantes. Era assim que Chanyeol pensava. Ele passou a crer em suas hipóteses quando lembrou que um tempo antes Hye havia ido com ele á CB.

— DESGRAÇADOS! — Movido pela raiva e rancor arremessou o monitor longe. O estrondo assustou aqueles que ainda estavam acordados em plena madrugada. — Eles fugiram... Ela me enganou... — Ditou, agora arremessando tudo que podia e tocava. Talvez ele estivesse sentindo ódio, ou ciúmes. As lágrimas já deslizavam pela face tão raivosa que Chan tinha. Ele puxou seus fios, e urrou colocando sua dor para fora de vez. — Eu pensava que Hye era... A mulher da... Maldita!

| França | Paris | 15:34 PM |

Os lábios da asiática, pintados de vermelho, contornaram um belo sorriso satisfeito. A mão dela passou uma boa quantia em euros, para um alto homem, de sobretudo preto. Eles estavam em um restaurante, bem no centro da cidade dos apaixonados.

— Eu lhe dou mais um pouco depois que a missão ser cumprida de vez. — Ela disse com um francês perfeitamente pronunciado.

— O que devemos fazer após matarmos Hye? — Ele interrogou, pondo o dinheiro dentro de sua calça, discretamente. — Devo pegar Jimin?

— Sim. Pegue ele, e todos os sócios do império Park. — Ela piscou um olho, ainda risonha. — Não se esqueça, a menina tem que ser morta em menos de dois dias. Amanhã, eu irei a Ulsan, ver o estado da catástrofe. Ouvi dizer que Hoseok, Jackson e JB estão vivos.

— Sim, eles estão sob nossos cuidados. — Respondeu. Acho que irei mandar mais alguns BP¹ para Seul.

— Pode mandar, serão úteis.

— Senhora... Sr. Park morreu, já sabe disso, não? — Arqueou as sobrancelhas.

— Sim, eu sei disso. Velho inútil. — Revirou os olhos. — Agora preciso ir. — Levantou-se. — Au revoir!² — Sorriu.

— Espere. — Ele disse, antes da mulher se afastar. — Ainda não encontramos a menina, nem Jimin... Ao que tudo indica, eles sofreram um acidente. Podem não ter sobrevivido.

— Eu só quero a cabeça de Ku Hye, nada mais. — Bufou. Saiu do estabelecimento, chamando a atenção com suas vestes de grife e seu ar de superioridade. Uma bela mulher.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora