Carinho

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-- Hye --

Jimin e Yoongi saíram do carro, restando apenas Jessie e eu. A loira me abraçava, tentando amenizar o despero que me atormentava.

— Por que não fugimos de vez? – Quando eu disse isso, a menina me apertou com mais força.

— Você não vai. Já percebeu que o Jimin não é paciente, né? – Sussurrou.

— Você não quer fugir?

— Eu amo o Taehyung, não posso deixá-lo, quero desfrutar desse amor, entende? – Concordei.

Os disparos soaram e abaixamos nossas cabeças, para nos proteger.

-- Jimin --

O carro da CB parou, e vários homens saíram dele com armas potentes em mãos. Yoongi não esperou, já foi atirando nos dois primeiros que haviam se aproximado.

— São cinco agentes, vamos dá conta. – Eu falei. Um tiroteio iniciou-se.

Eu suava frio, ofegava, e minha visão se encontrava um pouco estranha. Meu braço ainda sangrava, mas não dei importância, porém ele doía.

Senti um impacto no ombro esquerdo, em seguida fui ao chão de joelhos, urrei sentindo o projétil pulsar na minha clavícula. Apertei os olhos.

— Jimin? Levanta! Levanta! – O pálido puxou-me. Acabou levando um tiro de raspão no ombro. Gunhiu e voltou a atirar nos homens. Pus a mão no ferimento, e levantei.

— Só mais esse! – Atirou no último oponente. — Vamos lá! – Me apoiou em seu ombro, fomos em passos lentos até a van novamente. — Eu nem imaginei que iríamos conseguir.

Yoongi abriu a porta, me colocou sentado no banco. Começou a rasgar suas roupas. Não sei como ele fez isso, mas conseguiu estancar o sangue do meu ferimento com o tecido de sua camiseta. Em seguida, pegou Hye pelo braço e a puxou para fora.

— Vamos! – Pegou-a no colo. — Jessie, carrega o Jimin.

Eu já estava tonto, mal via o que estava acontecendo ao meu redor. Jessie arrodeou meu braço em seu pescoço e fomos saindo da van novamente com dificuldade.

— Aish! Jimin, você é pesado. – Ela reclamou, suspirando.

-- Hye --

Nos braços do mais velho, fui conduzida ao carro potente que havia a uns metros atrás da van.

O branquelo parecia estar sentido dor, pois tinha o rosto franzido. Acomodou-me no banco de trás, e pôs o cinto de segurança. Então percebi que seu ombro sangrava muito.

— Seu ombro! – Tentei tocar, mas ele esquivou-se rudemente.

— Isso não é nada que seja da sua conta. – Fechou a porta na minha cara com força e na maior cara de pau.

— Grosso! – Rolei os olhos.

Jessie pôs Jimin sentado ao meu lado, ela estava arfando por conta do esforço que havia feito ao carregar o loiro. Ela fechou a porta e sentou-se na frente, ao lado de Yoongi.

— Cuida do Jimin, Hye. – Yoon olhou-me pelo retrovisor.

Ele acelerou.

— Hye... – Jimin pôs sua cabeça em minhas pernas e fechou os olhos. Suspirou e franziu o cenho, sentia dor.

Passei a mão entre seu cabelo, suado e liso, um pouco hesitante. Não sei o porquê, mas uma lágrima desceu pela têmpora do maior. Limpei-a. Acho que a dor dele era maior do que eu imaginava, a ponto do bandido chorar.

Ele pôs sua mão em cima da minha, que acariciava suas madeixas, e deixou um singelo carinho ali com o polegar, enquanto esfregava minha mão em sua bochecha. Afastei minha destra abruptamente, sentindo nojo dele.

— Você está mexendo com a minha vida de um jeito estúpido. – Sussurrou. — Percebeu?

Mantive-me calada.

— Para de falar e dorme, Jimin. – A de olhos verdes bufou.

— Nós vamos embora, Hye, e nunca mais irão te encontrar. – O de pele alva apertou minha mão.

— O que? – Arregalei os olhos.

— Yoongi, vá para o heliporto perto da mansão. – Jimin ordenou.

— Ok. – O pálido mudou a rota.

— O inferno não acabou, meu bem. – Ele sorriu me encarando. Meus olhos arderam, tirei minha mão de perto dele mais uma vez e virei o rosto, ignorando-o por completo.

Realmente, aquilo ainda não havia acabado. Eu mal imaginava o que me esperava, e a dor que me aguardava.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora