Perseguição

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-- Jimin --

Passei pela saída sem dificuldade, já que os seguranças foram bem subordinados pelo meu dinheiro. No outro lado da rua estava a van preta de vidro escuro, que eu sempre usava para vagar com meus capangas pela cidade.

Hye estava tonta, a súbita falta de soro havia a deixado um pouco fora da normalidade, a fraqueza dela fez com que fosse mais fácil colocá-la dentro da van, sem que a menina se negasse.

Adentrei a van e acelerei. Ao meu lado estava Yoongi, que mexia em seu celular, e atrás Jessie, consolando Hye.

— Jimin! Ela está com muita febre, tem certeza que ela recebeu alta? – A loira tinha tom de preocupação.

— Já fazem dois dias que ela está naquele maldito hospital, não posso correr o risco de alguém reconhecê-la e levá-la para a polícia. – Não tirei os olhos do trânsito. O pálido no banco passageiro ligou o rádio.

— Ku Hye, herdeira da CB, uma das redes de segurança mais renomadas da Ásia, está desaparecida há mais de duas semanas, as investigações seguem e o delegado diz ser uma possível isca de bandidos para afetar a CB.

Era o que a voz vinda do rádio dizia. Senti meu sangue ferver.

Por favor, devolvam nossa filha, pagamos o que for, mas não a matem. – Uma voz chorosa suplicava.

— Omma? – O tom de voz de Hye era baixo, com certeza reconhecera o timbre de sua mãe e ficou em alerta.

Estamos vasculhando de norte a sul e de oeste a leste, iremos encontrar Hye, não a escondam. – Agora era uma voz grave e grossa.

— Esse povo é muito tolo. – Yoon riu alto mudando de posição no banco.

— Concordo. – Sorri. Eu já estava próximo da saída da cidade. A mansão ficava ao sul da capital.

— Shh... – Pelo retrovisor vi Jessie abraçar Hye com força. Os olhos verdes da mulher já lacrimejavam.

Park Young-Hee já estamos perto de te encontrar, se você estiver com a minha filha, juro que acabo com o seu império em um piscar de olhos. – Era o pai de Hye, o dono da CB, falando.

— Jimin... Young-Hee é seu pai, não? – O branquelo franziu a testa.

— Que merda! – Soquei o volante. Peguei meu telefone no meu bolso e disquei o número do Taehyung com rapidez. — Alô! Taehyung?!

Sim?

— Reforce a segurança na mansão e prepare um helicóptero com urgência. Mande ligarem os radares.

Por quê?

— Só faz o que eu tô mandando.

— Jessie está com você?

— Sim. Mas já estamos voltando. Me obedece, ok?

Ok.

Desliguei.

— Jimin! – Yoon tinha a cara franzida enquanto olhava para o espelho lateral do carro.

— O que foi?

— Estamos sendo perseguidos! O carro tem o brasão da CB! – Ele me olhou com os olhos arregalados.

— PUTA QUE PARIU! – Mudei de rota, era hora de correr. Peguei a velocidade máxima sem hesitar.

Hye e Jessie estavam assustadas, eu escutava a respiração anormal das duas. Inclusive a minha estava ofegante, meu coração ia a mil de nervosismo.

Yoongi sacou sua arma e abaixou o vidro do carro, ele iria atirar, mas eu segurei seu braço firmemente.

— Se você atirar, eles vão revidar. Melhor despistá-los. – Aconselhei.

— Ok. – Guardou a arma. — Abaixem a cabeça. – As meninas obedeceram. — Nada de levantar.

Entrei em uma estrada de terra. Seria muito difícil enganá-los mas eu conseguiria, eu tinha a plena certeza.

-- Hye --

Estávamos encolhidas.

Meu coração encontrava-se acelerado e o balanço do carro me dava um medo tremendo. Prendi bem o cinto de segurança e continuei ali, rezando para que meus pais conseguissem nos encontrar logo, e que eu fosse liberta.

Um estrondo nos deu um susto.

— Eles estão atirando, Jimin! – Yoongi gritou. Essas quatro palavras me deram uma vontade de me jogar do carro e fugir, já que havia um carro da CB na nossa cola e eu poderia ser acudida, mas Jessie estava ao meu lado e ela poderia ser presa ou coisa pior.

Mais um tiro e minha amiga gritou. Abri o olho um pouco e vi estilhaços de vidro por todo lado, e um deles havia machucado o braço direito de Jimin. Apertei os olhos, quando mais um tiro foi dado, a sensação de estar prestes a morrer é agoniante.

Foi então, que do nada o carro parou. Tornei a abrir os olhos.

— Eles atiraram no pneu! – Jimin vociferou com raiva. — Que droga! – Passou a mão pelo braço que sangrava. — Fiquem aqui, Yoongi e eu cuidaremos de tudo, Jessie não deixe Hye fugir.

A loira assentiu e me abraçou de lado. Comecei a chorar em silêncio.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora