Sentidos

168 10 5
                                    

-- Jimin --

Meus sentidos foram alertados quando vi Hye fazer aquilo. Ela ergueu seu tronco, antes de chegar, com sua mão cálida, em sua vagina. Me encarou sorridente, mostrando apenas com o olhar suas intensões comigo. Minha respiração tornou-se completamente árdua posteriormente a visão sensual. Peguei Hye pelos ombros com um pouco avidez, e não demorei para levantá-la. Ela praticamente se jogou em cima de mim, enlaçando seus braços em meu pescoço. Segurei seu quadril com firmeza, tentando manter uma distância segura entre nós dois.

— Hye! Pare! — Elevei o tom. Mas ela não cessou suas atitudes.

— Shhh... — Murmurou ao pé de meu ouvido. Aquela garota estava me levando a loucura, rápido demais. Prendeu o lóbulo de minha orelha entre os dentes e foi soltando devagar, algo que me fez fechar os olhos e soltar arfares. Não resisti, tive que colar seu corpo mais ao meu, ainda a segurando pelo ílio. Hye deixou beijos em minha clavícula, e não aguentando mais a espera, eu puxei sua nuca, deixando sua boca rente a minha. Estávamos ofegantes, provavelmente por conta da euforia grande. Os seios da menor estavam quase esmagados entre nós. Nos entreolhamos, talvez esperando alguma atitude.

Certamente ali fosse uma ótima oportunidade para termos uma relação. Claro, eu era obcecado por Hye na época. Eu não resistia nem a voz dela, imagine aos toques com segundas intenções. Não posso negar que ter aquela menina perto de mim era um vício, inevitavelmente. Com presteza meus lábios se uniram aos dela. A textura macia, que se tornava gelada conforme ela se entregava ao ósculo, provocou uma onda de desejo intensa pelo meu corpo. Eu fui guiando-a, até deixá-la encostada na parede ao lado do criado mudo. A pressionava contra a parede gelada, conforme o beijo se tornava mais rápido em um misto de desejo e desespero por mais. Deixei minha perna direita entre as suas, aumentando o contato entre nossos corpos consequentemente. Suas mãos ligeiras estavam sobre meus ombros, e revidando os vergões da morena eu deixava marcas em sua cintura, a apertando.

— Por que está tão estranha? — Murmurei contra seus beiços. Não obtive respostas, coisa que não me agradou muito e me deixou tenso. Por que Hye se entregaria a mim? Ela não me odiava? Fiquei uns segundos com a testa encostada na de Hye, recuperando o ar que faltava-me. Seu cheirinho gostoso impregnou minhas narinas e o som de sua respiração descompassada me dava vontades insaciáveis. — Você não irá se arrepender se eu te... Fazer minha novamente? — Ela se manteve de olhos fechados. Aish... Por que me importo tanto com isso? Ela é minha de qualquer jeito. Reclamei em meus desvaneios. — Hye?

— Jimin... — Sussurrou movendo suas pálpebras e me encarando. Ela desceu sua mão pelo meu peitoral, pressionando-o de leve. — Por que está tão mudado? Por que ainda não me matou? — Passava seu indicador de leve em alguns sinais localizados na região de minha clavícula. — Certo... Eu sei que irei morrer de qualquer jeito. — Suspirou me afastando de si em seguida. Ficou em silêncio por um tempo, e nessa quebra de tempo ficou olhando para o nada. — Yoongi me disse algumas coisas há um tempo... — Cambelou para mais perto da cama. — Ele te enganou, babaca. — Sorriu deixando por ventura, ou não, o abajur cair. Ficamos na completa escuridão. Com apenas a luz fraca da lua iluminando o quarto.

— Você não tem ideia... — Andei na direção, que eu deduzi, onde ela estava. — Do quanto eu estou querendo te beijar de novo...

— E você não faz ideia do quanto eu te odeio. — Ouvi mais uma risada, só que baixa. Fiquei irritado com a mudança de comportamento repentina.

— Qual é a sua? — Puxei seu braço, deixando-a mais perto. — Gosta de me provocar, mas na hora H me deixa na mão?! — Eu não fazia ideia pra onde estava olhando, só encarava o escuro. — Você não queria sexo?

— Sexo? Desde quando eu quero compartilhar saliva e suor com você? — Parecia indignada.

Cansado de tantos rodeios soltei-a. Atravessei o quarto e cheguei perto do interruptor. Liguei a luz ligeiramente, mas a desliguei novamente perdendo totalmente a excitação e o clima... Deixei de lado. Eu já tinha coisa demais pra pensar. Sexo é bom, mas na situação em que eu estava, não.

-- Writer --

Chanyeol acordou com uma dor de cabeça irritante. Tinha tido uma noite ruim, e havia bebido demais. Ficou uma parcela de tempo sobre sua cama, refletindo. Só conseguia piscar o olho, pois se mover para sair de sua zona de conforto era quase impossível. Ele não tinha planejado o que seria procedido com os papéis verdadeiros do testamento. Na verdade, Chanyeol não sabia ao certo se a papelada era cem por cento verdadeira. E depois de descobrir o parentesco entre Hye e Jimin, ele ficou chateado ao extremo. Já que Sr. Ku nunca tinha o informado sobre tal. Sua meta naquela semana era comandar a investigação do local do acidente, ele faria de tudo para saber o que houve com o corpo de sua noiva... Mas se a desesperança o pegasse, não teria volta. Jamais.

Após longas batalhas para conseguir erguer-se da cama, Chany conseguiu. Foi-se até o banheiro e fez sua higiene. Uma ducha de água fria despertou seu corpo rapidinho. O rapaz vestiu uma roupa casual, penteou seus cabelos e perfumou-se. Também pôs um relógio de couro escuro em seu pulso e não deixou de colocar sua corrente de ouro favorita.

— Preciso resolver isso de vez! — Pegou seu celular e o pôs em seu bolso. O mestiço saiu de seu quarto, mas antes de sair de casa tomou água de coco e um remédio próprio para amenizar ressacas.

Ele tinha deixado o testamento entre suas coisas, Chanyeol só precisava ligar os pontos e pesquisar para descobrir o real motivo do sequestro de Hye, além da história dos irmãos Ku.

----

Ele já tinha chegado no prédio. Alguns se surpreenderam ao ver o sucessor provisório chegar na porta de entrada e desfilar com as mãos nos bolsos. Chanyeol já imaginava que seria notícia nos jornais por supostamente voltar a trabalhar tão rápido. Entretanto na realidade, ele só queria saber mais detalhes da perícia. Assinar papéis e tomar decisões administrativas não era algo possível naquele momento, obviamente. Ele não demorou para passar pela recepção e entrar no elevador. O moreno ainda sentia-se mal, por conta da bebedeira na noite passada, mas pelo menos conseguia raciocinar.

Entrou no setor de peritos e encontrou um dos encarregados da investigação do acidente pelos corredores. Os dois curvaram-se em respeito um ao outro.

— Seja bem-vindo de volta. — O funcionário disse sorrindo sem mostrar os dentes, pondo suas mãos atrás de seu corpo. Os agentes passavam por Chanyeol se curvando, todavia ele não ligava para tanta formalidade, por enquanto.

— Não. Eu não estou aqui para trabalhar, só quero saber sobre o andamento da operação. — Ele disse. O mais velho assentiu e acenou para uma porta, onde era seu escritório. — Vamos. — Ambos foram até a sala de decoração moderna. Sentaram-se para conversar. — Descobriram algo?

— Sim. Olhe isso. — Tirou do bolso interno de seu paletó um saquinho plástico, onde continha um papel amassado e parcialmente destruído. — Encontramos isto entre os escombros. Leia. — Entregou o papel para o presidente. Chanyeol arregalou os olhos quando terminou de ler.

— Isso significa que...

— Srta. Hye foi assassinada. — O perito completou a linha de raciocínio. — Estamos vulneráveis a qualquer ataque da parte do mandante do assassinato. Nas imagens das câmeras de segurança, pudemos perceber que tudo tinha sido bem planejado. Eles entraram na empresa quase quinze minutos após o amanhecer, mas só foram atacar com bombas perto do meio-dia. Tudo premeditado. Ainda não sabemos de quem são as iniciais P.C.H. — Contou explicativo.

— P de Park... — Chany murmurou tendo uns segundos de reflexão. — Você pode acessar todas as informações sobre o nosso antigo prisioneiro Park Jimin? — Perguntou tendo uma ideia fantástica. — Ótimo. — Sorriu satisfeito após o perito confirmar com um aceno. — É agora que descubro tudo. — Ele pensou enquanto lia a carta novamente, tentando encontrar uma pista. Coisa inútil, pois não deu certo. A única coisa que poderia levá-los ao suposto assassino eram as iniciais no fim da carta. E aí sim, a guerra teria princípio.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora