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-- Jimin --

Já era hora do jantar. Elisa e meu pai comiam junto a mim. Era um silêncio perturbador. Minha filha estava com dificuldade para manusear o hashi.

— Você tem que segurar com o dedo indicador também. — Acabei falando em um tom mais alto. Elisa tomou um súbito susto e arregalou os olhos. — Coma direito!

— Desculpe, papai. — Abaixou a cabeça e segurou o hashi corretamente.

Meu pai reprovou meu ato apenas com seu olhar intimidador. Bufei e não dei-lhe atenção, afinal ele não merece. Não sou uma pessoa muito paciente, odeio que façam as coisas da maneira que eu não gosto, acabei tratando Elisa com ignorância e com certeza appa não havia gostado nada disso.

— Appa! Meu professor de literatura disse que o senhor não vale nada! — A menina disse em um tom quase inaudível, provavelmente tinha medo da minha resposta.

— Diga então a ele que ele é um filho da... — Tentei completar a frase, porém o de cabelos grisalhos me interrompeu com uma tosse falsa.

— Vamos mudar de assunto. — O mais velho raspou a garganta.

Elisa franziu o cenho. A morena deu de ombros e voltou a comer. Há uns anos a garota tinha aulas particulares, os professores eram uma espécie de escravos, mas ela nem desconfiava. A vida toda dela era uma mentira. Isso me dava até vontade de rir.

— Amanhã teremos uma reunião importante com os sócios. — Meu pai avisou-me. — Você tem de ir.

— Irei.

— Eu não gosto dessa comida! — Minha filha fez uma voz manhosa.

— Só não come, ninguém está te obrigando a nada. — Ri fraco.

Ela sorriu largo e levantou. Uma empregada que estava no canto da sala de jantar levou a menina a puxando pela mão. Logo eu estava sozinho com o homem que me criou.

— Elisa vai ser uma moça atrevida se continuar a criando assim. — Appa riu pegando mais arroz e pondo em seu prato. — Tome mais cuidado.

— Ela já é atrevida, o que posso fazer? — Sorri de canto arqueando as sobrancelhas e encarando-o.

— Deixe que a babá cuide disso. — Ele franziu o rosto, uma expressão de despreocupação. — Dane-se.

— Hum... — Murmurei. — E em relação ao ataque em Seul?

— Eu já cuidei disso. — Encostou-se na cadeira folgadamente. — Mandei desligarem o sistema, nenhum arquivo vai ser invadido, fique tranquilo. Já providenciei uma limpa na mansão, a CB não conseguiu nada além de tiro... — Riu alto. Ele sempre gostou de se gabar do armamento poderoso que tínhamos.

— Suga foi preso, isso é muito ruim. — Suspirei com pena dele.

— É, Yoongi é um ótimo sócio. — Levantou. — E onde está Taehyung?

— Era pra ele ter voltado de Tóquio, eu vou ligar pra ele. — Me ergui da cadeira. Appa saiu ajeitando seu terno enquanto assobiava.

Peguei meu celular em meu bolso e logo disquei o número de Taehyung. Demorou um certo tempo, mas ele atendeu, pelo menos eu achei.

Alô! — Não era a voz dele e a voz masculina falava em japonês.

— Alô. Eu quero falar com Kim Taehyung, é o Park Jimin, diga que é importante. — Andei em direção a sala enquanto falava aquilo. Resolvi dialogar em japonês, obviamente.

Sinto muito, Taehyung está em um lugar bem especial, e você também vai vir para esse lugar... — Riu fraco.

Quem é você?

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora