Desconfiança - Fim

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-- Jimin --

Por mais tensa que fosse a cena tive vontade de rir, na verdade de gargalhar da cara de perplexidade que a nojenta fez, mas não o fiz, apenas mantive uma expressão de desprezo, com o lábio repuxado. Não seria um problema matá-la, eu sentiria prazer em esquartejar seu corpo e mandar que fizessem algo a mais com seus órgãos. Eu sei, isso chega a ser exorbitante, mas meu ódio por ela não era normal. Boa parte das pessoas me chamariam de psicopata, por não ter remorso ao matar alguém, mas se tratava da mulher mais desprezível que eu já conheci na minha vida. O simples fato de termos o mesmo sangue não mudava nada. Eu ainda tinha vontade de me livrar dela. Ela só era mais um peso nas minhas costas.

— Você ficou louco. — Era incrível ver o quanto seu olhar emanava medo, seu corpo tremia cativo das minhas ameaças, apesar de não perceber. — Jimin, eu sou sua mãe, sua mãe!

— Minha mãe?! — Ri pelo nariz, esboçando meus dentes de forma perversa. Como ela ousava dizer aquilo? Nunca a vi como mãe de verdade! Eu até fui gerado em seu ventre, mas ela não cuidou de mim, não me tratou com carinho e zelo durante a minha infância, a única pessoa que acompanhou-me naquela época foi meu pai. Sra. Park só se interessava em dinheiro e viagens, tenho certeza que só teve um filho pra satisfazer os caprichos do meu pai. — Entenda uma coisa, sua maldita. — a ponta da arma tocou sua testa, pude ouvir seus suspiros pesados — Não importa o laço que temos, não me interessa se você é minha mãe. Se eu tivesse que te matar cem vezes, te mataria do mesmo jeito, sem remorso.

— Hye te cegou, não foi? Tenho certeza de que quando você menos esperar ela vai te jogar no fundo do poço, vai te entregar a justiça sem piedade alguma. E no final das contas vai sorrir, porque te enganou ao te oferecer amor e compaixão. É uma falsa! E você um iludido! Acha mesmo que ela vai te amar algum dia?! Logo você? Um cara tão problemático a ponto de querer matar a própria mãe! — Ela acabou tocando na minha ferida, mas continuei firme. A empurrei até que suas costas se chocassem contra a parede.

— Ela vai me amar algum dia, eu sei que vai. Nem você, nem ninguém, vai tirar de mim a esperança de tê-la.

A risada sarcástica escoou pelas quatro paredes que nos cercavam. Isso mesmo, a vulgo égua dos infernos estava tirando sarro da minha cara. O mínimo pingo de paciência que me restava caiu, tirando de mim a sanidade. E eu iria marcar na pele dela o quanto eu a odeio, o quanto eu sinto repulsa! Guardei a arma, encaixando-a em minha cintura com destreza, e fui ágil ao pegar meu cinto e o manusear em minhas mãos. Aquilo não seria nem a metade do que a Sra. Imunda merecia, mas pelo menos minha fúria seria descontada.

— Hoje eu vou te dizer com toda a minha força, sua vagabunda, o quanto você destruiu a minha vida!

Quando eu era criança vivia sendo brutalmente castigado pela minha mãe, mesmo que appa não permitisse. Park Young-Hee sempre foi liberal, só era severo quando realmente era preciso. Mas ela, a vadia ria do meu sofrimento.

— Não, mamãe! Não! Não faça isso! — Um garotinho de cinco anos implorava por benevolência aos prantos, enquanto agarrava as pernas de sua mãe, mas ela não se importou com suas lágrimas. Aquele garotinho era eu.

— Me larga, menino! — Sacudiu sua perna, como se chutasse algo nojento, e me fez cair de bunda no chão. — Quem mandou dizer ao seu pai aquilo, ein? Alguma desgraça te disse isso, Jimin?

— Não! Foi sem querer, eu disse sem querer... — Fui interrompido por um empurrão forte no ombro. Não demorou muito para que a dor se alastrasse pelo meu corpo e minha garganta doesse por conta dos meus gritos. Minha mãe estava me torturando com chibatadas, como se eu fosse um escravo ou um lixo. E tudo isso ocorria, porque eu tinha visto ela com outro homem e dito tudo ao meu pai. — Para! Eu não faço mais! — Busquei apoio nas paredes, mas isso só facilitou para que minhas costas fossem feridas de ponta a ponta. Era semelhante a uma faca perfurando minha carne e dilacerando minha pele, fazendo-a arder. E quando ela parou meu corpo estirou-se.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora